- Intervenção de Jiddu Krishnamurti -
“É justamente o deslocamento de seu ponto de vista que vai permitir dar todo o lugar ao Absoluto.”
~ Eclosão do
Desconhecido ~
Eu sou IRMÃO K.
Irmãos e Irmãs encarnados, eu lhes apresento minhas homenagens e eu
saúdo vocês.
O contexto de minha intervenção inscreve-se na sequência lógica do que
foi comunicado por UM AMIGO, em relação ao Yoga da Eternidade e, também, a uma
série de elementos que lhes foram comunicados, com firmeza, por aquele que se
fez nominar de BIDI.
O que eu vou dizer irá se inscrever na sequência lógica do que eu já
pude dizer referente ao conhecido e ao Desconhecido (a famosa Outra Margem) e a
uma série de elementos que estão ligados também à noção de Liberdade e,
sobretudo, sua relação e sua independência e dependência com o Absoluto.
O Absoluto é o que é desconhecido, ilimitado, incognoscível, não
perceptível e incapaz de conscientização.
O conjunto do conhecido corresponde ao que a consciência ordinária é
capaz de refletir, de integrar, de perceber e de conceber.
O Desconhecido é o que, efetivamente, a um dado momento, não lhes é nem
conhecido, nem percebido, nem concebível, nem acessível.
Podemos, efetivamente, falar da Outra Margem, e do conceito de
travessia.
Esta travessia sendo independente da presença de uma ponte ou de qualquer
esforço para nadar, mas, sim, de uma passagem que eu qualificaria de
misteriosa, no sentido em que não existe meio de passagem propriamente dito.
Poderíamos assimilar, no nível da consciência, que o que é desconhecido
pode ser conhecido.
Mas se ele se tornar conhecido, não é a Outra Margem: é apenas uma
extensão da consciência deste lado do conhecido, propiciando-lhes experimentar
campos de experiência, cada vez maiores, mas que, a qualquer momento e em
qualquer caso, não pode permitir-lhes ir para este Desconhecido.
Foi dito a vocês, por outras palavras, também, que o Desconhecido não é um
lugar para onde ir (mesmo se eu o chamei de Outra Margem), mas, sim, é esta
Outra Margem, este Desconhecido que vem a vocês, quando o conjunto do conhecido
parecer se dissolver e desaparecer.
***
BIDI (como outros intervenientes) especificou para vocês que existiam
processos particulares a aplicar.
Aqueles que foram chamados de processos de refutação, de processos de
investigação, são processos que visam, de algum modo, a desembaraçá-los do
conjunto do conhecido, a fim de dar lugar (é exatamente o termo) a este
Desconhecido.
Este Desconhecido que eclode, de alguma forma, em meio à Consciência, de
maneira natural, a partir do momento em que tudo o que é conhecido desaparece
da Consciência.
O conhecido é tanto a história da pessoa, a memória da pessoa, como o
conjunto dos afetos, das emoções, das ideias, das concepções e das percepções
existindo, a um dado momento, em meio a um indivíduo.
Eu fui chamado, também, para desenvolver para vocês uma série de
elementos referentes à Liberdade, a fim de fazê-los refletir.
A Liberdade é desconhecida, no conhecido, porque a Liberdade apenas pode
exprimir-se através de uma série de contextos e de limites que são
perfeitamente compreensíveis (como a nós todos, quando estamos encarnados).
***
A Liberdade de que falei e que eu reitero, hoje, é aquela que vai
levá-los a viver, com consciência (e além mesmo da Consciência), a noção de não
mais estar limitado, de não mais estar enquadrado, de algum modo, por um tempo,
por um espaço, por um corpo, por uma história, por uma concepção e, aí também,
por uma percepção.
A Liberdade não está, contrariamente ao que poderíamos pensar ainda há alguns
anos, no conhecimento.
A Liberdade não está, tampouco, na exploração do que é chamado de
energia, mesmo se, hoje, sobre este mundo, muitas técnicas, muitos
ensinamentos, estejam ligados à compreensão e à vivência da energia, por
diferentes técnicas, ou antigas, ou mais recentes.
Excepcionalmente, a prática do que é chamado de energia, resulta na
Liberação.
Isso ocorreu para alguns seres, no curso da história, mas é um caminho
que está longe de ser o mais evidente, o mais fácil porque, em última análise,
qualquer que seja o Caminho (mesmo se for aquele da energia), enquanto não
existir, em meio à consciência, um elemento que os faça eliminar tudo o que
vocês conhecem, vocês não podem penetrar (ou se deixar penetrar) nos Cantos da
Liberdade e nos Cantos do Desconhecido ou, se vocês preferirem, no Absoluto.
***
É extremamente difícil, para uma consciência humana ordinária (e
normal), representar o Absoluto já que, de todo modo, o Absoluto é totalmente
desprovido de qualquer representação, de qualquer forma, de qualquer associação
e de qualquer percepção.
Então, é claro, a partir do momento em que a consciência não puder se
referir ao que é conhecido, ao que já foi experimentado (ou às suas próprias
percepções que foram desenvolvidas ou às concepções que foram realizadas),
torna-se extremamente difícil de tentar apreender.
E, aliás, em momento algum, o Absoluto, como a Liberdade, podem ser
apreendidos.
Já que não são (como foi dito a vocês), nem etapas, nem estados, mas,
sim (digamos), uma outra realidade, uma outra Verdade que não é mais relativa,
mas Absoluta, ela também.
Naturalmente, em um primeiro momento, a consciência ordinária vai se
interrogar, permanentemente, sobre o sentido de nossas palavras.
Esse é, por sinal, o objetivo: não fazer girar o que vocês chamam de
mental, mas, sim, colocá-los frente a uma equação, de alguma maneira, que não
ofereça espaço de resolução, em meio ao conhecido, podendo, de alguma forma,
levá-los à Transcendência.
Obviamente, no nível do ego, este procedimento sempre vai ser chamado de
estúpido, já que o ego apenas pode refletir através da percepção de uma série
de dados, de uma série de elementos, perfeitamente representáveis,
perfeitamente identificáveis.
Mas isso jamais será o Desconhecido porque, este Desconhecido, este
Absoluto (o que confere a Liberdade), não corresponde a qualquer lei que vocês
conheçam nesse mundo.
***
Isso foi chamado de diferentes maneiras, mas, o que vocês podem guardar,
é que existe uma lei de causalidade, de ação / reação, que se refere
exclusivamente a esse mundo, e que existe uma Lei de Ação da Graça que não
representa e nem corresponde, absolutamente, a este mundo, mas que se situa em
outros lugares.
Estes outros lugares têm a particularidade de não ser distante, de não
poder ser conhecido como outro espaço ou outro tempo, mas, sim, de estar
agrupado (como dizia BIDI) atrás de alguma coisa, de se esconder.
De alguma coisa que aguardaria, sem estar consciente, sem ser
manifestada, seu momento e sua hora.
Seu momento e sua hora são as circunstâncias particulares, onde a famosa
investigação e o famoso posicionamento em meio ao que é necessário refutar, vai
levá-los a este espaço particular de vazio ou de nada.
Este espaço de vazio e de nada pode ser ilustrado, em seus momentos de
Alinhamento, como uma fase de adormecimento, como uma fase onde, pelo
contrário, as Vibrações tornam-se tão intensas que elas se tornam (como disse a
Estrela GEMMA) um mecanismo de tremor Interior extremamente potente.
Mas tudo isso pertence ao conhecido (mesmo se era desconhecido de vocês,
antes) já que se manifesta, mesmo se a consciência se modificar, naquele
momento, de maneira perceptível (e, portanto, de maneira consciente), podendo
mesmo chegar aonde se pretende, ou seja, ao estabelecimento, em meio ao Si e à
consciência Turiya.
Mas esta consciência Turiya, o conjunto dos Samadhi que
lhes foram descritos, são apenas etapas e ilusões, por sua vez, a partir do
momento em que seu ponto de vista e seu olhar saírem deste condicionamento, saírem
desta noção de evolução, de caminho, de objetivo ou mesmo de evolução espiritual.
***
Naturalmente, é extremamente delicado, por assim dizer, para o ego (para
o Si, ainda mais), ousar desvencilhar-se de tudo o que foi conquistado, de tudo
o que foi experimentado, de tudo o que foi manifestado, gradualmente e à medida
do que vocês descobrem.
Entretanto, não existe alternativa e outra possibilidade.
Eu os lembro, contudo, de que o Absoluto não é, obrigatoriamente, para
conceber como seu objetivo, porque ele jamais será um objetivo.
É um Estado (além de todo o estado) que ocorre, realmente, a partir do
momento em que vocês estão vazios de vocês mesmos, vazios de tudo o que foi
construído, vazios de toda a história, e também de toda a percepção e de toda a
concepção.
Então, é claro, uma série de elementos desenrolou-se (há pouco mais de
dois meses, sobre esta Terra) em ressonância com o Manto Azul da Graça que foi
colocado e que favoreceu, de alguma forma, a Onda da Vida da Terra.
É, portanto, acessível a vocês viver alguns mecanismos, em meio à
consciência (que são, então, conhecidos, mesmo se, até agora, eram
desconhecidos de vocês), novos (digamos), mas que vão levá-los, gradativamente,
a viver certos estados.
Esses estados, a partir do momento em que eles são vivenciados,
tornam-se conhecidos, vocês hão de convir.
Mas eles os aproximam, de maneira indiscutível, da noção de Liberdade.
Esta Liberdade que não pode ser concebida a partir do momento em que
vocês estiverem presos e apegados a um corpo, presos e apegados a uma história,
a um cenário, a conjuntos de manifestações que fazem com que vocês os
denominem: vida.
***
A verdadeira Vida não é deste mundo, isso lhes foi dito, de diferentes modos,
em diversas ocasiões, tanto hoje como o tempo todo.
Sempre existiram seres, sobre a Terra que, a um dado momento (muitas
vezes após um trauma), foram capazes de ter acesso a essa Transcendência e de
viver esta Transcendência, pondo fim ao observador e à testemunha.
Lembrem-se, contudo, de que este Último, este Absoluto, não é algo que
deva ser vislumbrado por aqueles que vivem processos Vibratórios ligados ao Si,
como alguma coisa necessariamente a transformar.
Foi dito a vocês, por outras vozes, que a Terra estava Liberada, há um
ano.
Isso é estritamente a verdade.
Esta Liberação está em andamento, mesmo no momento atual em que eu lhes
falo.
Isso se reflete, é claro, por sua Liberdade nova: aquela de poder
Desposar seu Duplo, de viver estados místicos, nada tendo a ver com o que era
experimentável até agora.
***
O Êxtase Místico não é um Samadhi.
O Êxtase Místico não é uma relação do tipo personalizada, entre dois
seres, mas sai amplamente desse contexto, já que este Êxtase é (na finalidade,
eu diria) o Último possível do conhecido, neste mundo.
E, aliás, o Êxtase (como lhes foi dito) é uma testemunha indireta do
acesso ao Absoluto.
Este acesso ao Absoluto, não são vocês que acessam o Absoluto, mas o
Absoluto que acessa vocês, a partir do momento em que vocês estiverem vazios de
tudo o que era ligado à personalidade, e mesmo ao Si, em suas concepções, em
suas percepções, em seus afetos, em sua sociedade.
Enquanto vocês permanecerem em meio ao conhecido, o que é nominado de
Absoluto irá lhes aparecer como impossível, como ilusório, como algo
indescritível.
Ao passo que, em última instância, se vocês fossem capazes de permanecer
(como foi dito por alguns Anciãos) tranquilos, em paz, o Absoluto iria se
revelar naturalmente, e vocês deixariam o mundo do conhecido, e entrariam nos
espaços de Liberdade onde a consciência não existe mais (onde a consciência não
está mais conectada com um corpo, nem com uma história, nem mesmo com um
ambiente).
Há realmente uma Transcendência, naquele nível.
Talvez vocês tenham notado, ao redor de vocês, que essa sede pelo
Absoluto é onipresente.
***
A Liberdade, efetivamente, não é conhecida por vocês.
A Liberdade significa não mais estar localizado, não mais ser dependente
do que quer que seja, e de quem quer que seja e, sobretudo, desse mundo.
Isso, é claro, não faz de vocês alguém que não esteja sobre este mundo,
mas que ali está plenamente e que, contudo, não faz parte, porque você sabe (ou
por vivê-lo, ou porque isso vem de muito longe) que esse mundo é apenas algo
que o distancia do que você É, em Verdade.
A Liberdade é algo que não pode existir em meio ao conhecido, aí
tampouco.
A Liberdade transparece a partir do momento em que vocês viverem sua
própria Transparência e quando vocês saírem do que é chamado de pessoa (com sua
história, com seu físico, com sua memória, com suas projeções).
Eu repito, porque isso é importante especificá-lo de novo, que desembaraçar-se
da personalidade não é acabar com ela (de alguma maneira), não é tampouco
decidir separar-se de tal coisa ou de tal pessoa (mesmo válido a um dado
momento para liberar em vocês o que devia sê-lo).
Mas a Liberação que está hoje em causa, nas conversações, é uma
Liberação que nada tem a ver com o que vocês possam conhecer.
Os atributos da Liberdade, é claro (e que dão acesso a este Absoluto de
maneira mais formal), não são, antes de tudo, estar mais limitado a este corpo,
estar mais limitado aos seus próprios pensamentos, às suas próprias percepções,
a capacidade para estabelecer Comunhões com outras pessoas que aquelas que são
habituais, no seu ambiente.
Esse processo de deslocalização é também uma pequena morte (já que,
apenas depois, ocorrem os fenômenos da Dissolução), propiciando-lhes viver
etapas onde mais nada parece existir.
Então, muitos de vocês mergulham no sono, naquele momento, muitos de
vocês não têm mais qualquer lembrança do que acontece durante o que vocês
denominam sono.
***
Assim age o Absoluto quando ele se revela em vocês.
Enquanto ele encontrar um elemento discursivo, enquanto ele encontrar um
elemento de pensamento, de ação ou de reação, de emoção, ele vai, de algum
modo, provocar, em vocês, mecanismos diretamente alinhados a essas problemáticas,
a fim de abrir espaço (se pudermos assim falar).
A partir do momento em que vocês entrarem em um estado intermediário
(quer vocês denominem isso sono ou de qualquer outro modo), a movimentação da
energia, a movimentação da Luz Vibral, de um modo ou de outro, vai colorir a
experiência daquele que o vive, permitindo-lhe, aí também, dar uma espécie de
grande passo.
Esse grande passo corresponde a uma circulação da Onda da Vida,
quaisquer que sejam as circunstâncias.
Isso corresponde também ao início dos mecanismos de Liberação, ou seja,
ao desengrenar da localização, em meio a um corpo, em meio a uma data, em meio
a esta Terra, a um espaço específico.
Ainda uma vez, esse processo que é vivido, quaisquer que sejam as
palavras que vocês queiram ali anexar, irão permanecer apenas palavras porque o
mais importante é, evidentemente, a experiência, ou o conjunto de experiências
que vão aproximá-los, de algum modo, do Absoluto.
***
Vocês se apreendem, assim, de que há um processo de Reversão onde a Consciência
deve cessar, de uma maneira ou de outra, de se projetar no exterior de si
mesma.
O que foi realizado (por esse processo de decantação) vai levá-los,
gradualmente, a uma outra realidade, que pode ser conhecida, mas que,
entretanto, evoca para vocês, de maneira intensa, o que eu denominaria Margem
ou Orla.
Ou seja, a Margem ou a Orla evoca uma mudança, uma partida, uma mudança
de nível, uma mudança de estado da matéria, e é exatamente o que acontece em
meio ao Espírito que se aproxima, de algum modo, desses espaços do
Desconhecido.
***
Os encontros com o Duplo tornam-se cada vez mais frequentes.
Seja qual for (como vocês sabem) o nome que pode assumir esse Duplo (que
vocês o nominem de CRISTO, que vocês o nominem de BUDA, que vocês o denominem
um ser amado), isso não tem qualquer espécie de importância.
Somente contam, não a experiência vivenciada nela mesma, mas as
consequências da experiência que conduzem à fusão com o Duplo, que conduzem ao
que foi denominado: Casamento Místico.
Desse Casamento Místico resulta certa forma de completitude.
Esta completitude refere-se ao conjunto do corpo, ao conjunto dos
pensamentos, ao conjunto dos limites que foram colocados, até agora, pela encarnação
(seja o que for).
Vivendo isso, isso vai permitir abrir, eu diria, algumas válvulas,
alguns circuitos, em vocês.
***
Do mesmo modo que para o desenvolvimento da Onda da Vida, existem
circuitos privilegiados (que nós não demos para não saturar vocês), saibam que
existem também circuitos diferentes, colocando-se, de alguma forma, em
movimento, em meio ao conhecido, a partir do momento em que o Casamento Místico
estiver perto, a partir do momento em que esse Casamento com o Duplo se
aproximar, de algum modo, de quem vocês São.
É durante este período que vocês irão se conscientizar, digamos, de que
nada se desloca, exceto o seu próprio ponto de vista, e de que é, justamente, o
deslocamento do seu ponto de vista que vai permitir dar todo o lugar ao
Absoluto.
Dessa maneira, seguindo os preceitos que lhes foram dados por BIDI e por
outros Anciãos (assim como por algumas Estrelas), vocês têm de posse todos os
meios que lhes são úteis, necessários e suficientes, para acessar esta
finalidade, que dá acesso, na realidade, a vocês.
Não faça disso uma obrigação.
Vocês realizaram uma série de exercícios práticos que culminaram, no
espaço de nove meses, na criação de uma Merkabah
Interdimensional coletiva, assim denominada.
***
Vocês podem manter esses estados se vocês quiserem.
O mais importante não é sentir o Fogo do Coração, mas, sim, instalar-se
no Absoluto.
Lembrem-se, também, de que viver a Liberdade, viver o Absoluto, requer,
de sua parte, uma forma de infância, ou seja, permanecer neutro, aí também (de
não querer entender, de não querer tomar): simplesmente estar aí, presente no
instante.
Estando presente, aí, no instante, várias coisas se desvendam e se
revelam.
O que foi vivenciado, para vários de vocês, há alguns anos, foi
realizado, se pudermos dizer, forçosamente, mentalmente.
Quando o conjunto dos intervenientes lhes falou, dizendo-lhes para nada
fazer, eles lhes pediram não para repousar em uma poltrona e aguardar o que
quer que seja: foi-lhes pedido, sobretudo, para deixar a Vida fluir através de
vocês.
A Onda da Vida, o Manto Azul da Graça, favorecem isso.
Então, aproveitem os momentos que lhes são oferecidos para viver o que
vocês têm que viver, sem se colocar a mínima culpa, o mínimo questionamento.
Nós concebemos que é extremamente difícil, para o ser humano encarnado
(neste século, como em qualquer século), acreditar e supor, até mesmo, que o
que é chamado de esfera sexual, no seu sentido mais arquetípico, participe
desse Casamento Místico.
Mas, entendam bem por aí, que eu não falo de relação física, mas, sim,
da ação do Duplo Etéreo, através de uma alquimia muito particular que vai, de
algum modo, preparar este famoso salto no Desconhecido, esta famosa
Transparência e Transcendência (que vai levá-los a outra coisa).
***
Lembrem-se, também, de que o Absoluto jamais será uma busca, mas a
antítese da busca.
É o momento, precisamente, que lhes foi definido como o momento em que
vocês sabem que não há nada para buscar, nem para encontrar, nem para esperar.
É o momento em que se apresenta, a vocês, o que foi dito: o porquê e a
dúvida.
E o porquê e a dúvida não estão aí para fazê-los duvidar, eles não estão
aí para fazê-los renegar o que vocês vivenciaram, mas, sim, para ali levar essa
Transcendência particular, que deve levá-los a estabelecer-se nessa nova
Verdade, nessa nova realidade.
Naturalmente, vários ensinamentos têm fundamentado esta nova realidade
como nova Dimensão de vida, ali inscrevendo uma solução de continuidade, ali
inscrevendo, aí também, uma forma de perenidade.
Rapidamente vocês vão se aperceber de que isso é estritamente
impossível.
Todos aqueles de vocês que se aproximam (ou que o Absoluto se aproxima)
e, aqueles que o vivem, sabem pertinentemente, para vê-lo claramente, que o
jogo da ação / reação é destinado a apenas uma única coisa: manter a ilusão de
que tudo vai bem.
Então, cabe a vocês definir onde vocês querem se colocar: no nível de
sua consciência, de suas percepções e de suas concepções.
Vocês querem ir para a Dissolução?
Vocês querem ir para o combate?
Um como o outro vão levá-los a estados totalmente opostos e
diametralmente opostos.
Um corresponde à realidade do Amor.
O outro corresponde à realidade da ação / reação.
Mais uma vez, são dois mundos que vivem lado a lado, que podem se sorrir,
mas cujos objetivos não são absolutamente os mesmos.
***
Aquele que realizou o Si jamais irá se colocar a questão do Absoluto.
Só aquele que se formula a questão do Absoluto (quer esteja no ego ou no
Si), vai, gradualmente, pacientemente, construir o que vai levá-lo a tudo
desconstruir, e deixando-se viver (o espaço de um instante reparável em toda
vida) o acesso ao Ilimitado, o acesso à Outra Margem (aí onde não existe
qualquer causalidade, qualquer corpo, qualquer função).
Coisa que não podemos falar, é claro, porque o Absoluto jamais será um
estado ou uma etapa: ele apenas representa a quintessência de um caminho
espiritual daquele que caminhou muito tempo e que descobre a insatisfação de
não ter suas respostas.
***
O conjunto dos elementos que eu dou a vocês é destinado a fazê-los
aproximar-se (digamos) do Absoluto.
Pois, é claro, a personalidade, e mesmo o ego, sempre vão buscar (no que
lhe é conhecido) esta noção de Absoluto.
E então, eles eliminam esse conceito de sua realidade intrínseca.
É para isso que eu irei intervir, em outros momentos, a fim de dar-lhes
elementos que vocês poderão sempre qualificar de mental, mas que serão, para
vocês, como faróis ou referências referindo-se ao estabelecimento em meio ao
Absoluto.
Este estabelecimento em meio ao Absoluto (como foi dito), retenham que
isso não é nem uma etapa, nem um estado, nem uma localização.
É, simplesmente, o momento em que a própria consciência se dissolve para
viver a a-consciência.
O estado que se aproxima mais é o sono, mas as consequências do sono não
são as mesmas que as consequências da aproximação do Absoluto, de sua vida.
O que quer que aconteça em seu sonho, vocês saem, pela manhã, com
lembranças, emoções, sonhos, às vezes mais ou menos importantes do que outros,
mas, até prova em contrário, esses próprios sonhos são significantes, apenas
tendo muito pouco efeito no real ou, em todo caso, em um tempo de latência
extremamente longo.
As condições da Terra não são as mesmas.
Quer isso seja através dos Anciãos ou através de BIDI (ndr: canalizações
de 08, 09 e 13 de abril de 2012) (1), vários elementos Vibratórios
aparecem.
Eles são um convite para terminar, de algum modo, um processo, a fim de
ir cada vez mais para esse Abandono à Luz, para essa Transparência total de
vocês mesmos que irá permitir, no momento oportuno, realizar o que é para
realizar.
***
A Onda da Vida, o Manto Azul da Graça, assim como o Absoluto que começa
a ser vivido, para alguém, induz a um número considerável de modificações.
Seria extremamente fastidioso passá-las em revista, porque alguns de
vocês iriam reconhecer mais e outros muito menos.
O mais simples (e isso foi dito por diferentes vias e diferentes
abordagens) é que o Absoluto já está aí, que ele não pode ser expresso, nem
mesmo tomado pela consciência.
Isso não quer dizer, é claro, que vocês devem parar de comer, mas, muito
mais, que a própria alimentação não será mais um obstáculo ao que emerge de
vocês, o que, até agora, permanecia oculto de vocês.
O maior dos paradoxos, naquele nível, é ao mesmo tempo aceitar, total e
plenamente, sua encarnação, enquanto sabendo que isso é destinado a se
transformar de maneira radical.
Enquanto existir um processo de negação de algo vivenciado, vocês não
podem ter acesso, real e concretamente, ao Absoluto.
***
O Manto Azul da Graça, ao se desvendar, faz ressoar a Onda da Vida,
aproximando-os da Onda da Vida.
Há, é claro, elementos que estão ligados à história pessoal que podem
interferir, manifestar-se, naqueles momentos.
Mas isso, em última instância, não tem qualquer importância porque o
encontro com o Absoluto (mesmo para aquele fechado em um relativo) é
suficientemente tremendo para levá-los a Ser e avançá-los para a frente da
Porta Estreita.
Não há, entretanto, qualquer vontade que se expresse através daqueles
que vivem o Absoluto.
É simplesmente um estado particular onde a consciência é transcendida e
superada, onde não existe qualquer consciência, qualquer obstáculo.
A Transparência e a Espontaneidade são efetivamente a Verdade daquele
que se estabelece nisso.
Se vocês não vivem, nem a Onda da Vida, nem o Manto Azul da Graça, não busquem,
por meio algum, obtê-lo, pois isso não pode ser obtido.
A única maneira de ali trabalhar é esvaziar-se si mesmo de tudo o que,
até agora, podia representar um sentido de honra, um sentido de dever, um
sentido de serviço.
Cabe a vocês escolher, mas se a Luz os chamar, cabe a vocês saber para o
que vocês querem ir: a Luz Vibral ou a manutenção de certa ilusão com uma
procura perpétua do Amor Vibral.
Tudo isso é perfeitamente calculado e agenciado.
***
O conjunto do que vocês são, aqui, cada vez mais, está relacionado com
planos muito mais sutis.
Durante esse tempo que vocês passam aqui, e durante a aproximação desse
tempo, várias coisas novas aparecem em vocês, quer seja no nível de vocês
mesmos, no nível de suas crenças, de suas experiências.
Eu jamais pude dizer outra coisa senão o que eu repito agora para vocês,
mesmo a palavra Absoluto não fazendo parte do meu vocabulário, na época de
minha última encarnação.
O Absoluto vai trazer algo que está muito além do Si, muito além da
Realização, ilustrando, na totalidade, o que, há dois anos, foi denominado o
Juramento, a Promessa e o Juramento, pela própria FONTE.
Quanto mais vocês permanecerem na neutralidade, quanto mais vocês
acolherem o que vem a vocês, mais rapidamente vocês irão terminar com a
personalidade, com a individualidade.
Obviamente, aquele que se coloca irremediavelmente em meio ao Ego,
quando ele souber algo sobre isso, ele vai falar de desaparecimento da vida.
Isso não é, evidentemente, de maneira alguma, o caso, mesmo se isso
puder ser assim apreendido e compreendido pela personalidade.
O Absoluto: essa palavra que foi empregada, independentemente de
qualquer conotação histórica ou de escritura, é certamente uma das palavras
mais adaptadas para permitir-lhes conscientizar este Absoluto.
Assim que vocês o fizerem, vocês irão constatar, por si mesmo, que
se torna perfeitamente fácil estabelecer comunicações, Comunhões e atos de
Amor, independentemente de qualquer presença (muitas vezes, ou, no começo, sob
a forma de sonho, em seguida, ou de maneira totalmente consciente, de maneira
inesperada), quando vocês começam a Vibrar, vocês começam a se fundir com uma
outra consciência.
Novamente, não existe diferença fundamental entre CRISTO, o Duplo, BUDA,
ou qualquer Irmão ou Irmã que se dirige ao mesmo estado.
***
Tudo o que foi conhecido de vocês, até agora, tudo o que os oprimiu, até
agora, é levado a desaparecer.
Será, no entanto, que é preciso parar?
Será, no entanto, que é preciso anteceder o Apelo d’Aquela que irá falar
a vocês?
Não.
O mais importante, durante este período, é tentar permanecer centrado.
Quer estejam instalados no Eu, instalados no Si, ou instalados no
Absoluto, o mais importante não é brutalizar este corpo, o mais importante é
conectá-lo com a natureza, dar um tempo para ele.
Se vocês estiverem de acordo com isso (a Onda da Vida que nasceu em seus
pés, que, para alguns de vocês, começou a se propagar ou a ir até a Coroa
Radiante da cabeça ou do Coração), tornar-se-á cada vez mais fácil para vocês,
cada vez mais simples, estabelecer-se, de maneira definitiva, neste Absoluto.
No que foi dito por UM AMIGO no Yoga da Eternidade (ndr: canalização de
UM AMIGO de 12 de abril de 2012) (2), vocês irão compreender bem
facilmente, experimentando-o, que o pior dos obstáculos a esse estado (que não
é um) permanece e irá permanecer, pela Eternidade, o Mental: a necessidade de
conhecer, a necessidade de refletir, a necessidade de se nutrir.
O conjunto do que é para viver é, portanto, uma revolução.
Esta revolução não é simplesmente uma passagem de um estado a outro, mas
é, sim (para cada um de vocês), durante este período, o meio imprevisto de
realizar quem vocês São, além do Si, além de todo Si, inscrito em uma realidade
muito mais ampla e muito mais vasta do que o que vocês puderam acreditar até
agora.
Quando alguns movimentos e alguns representantes dos movimentos
orientais dizem-lhes que vocês não são esse corpo, que vocês não são esse pensamento,
que vocês não são essas emoções e que vocês não são sequer essa vida, isso
necessita, para o que foi falado, de uma mudança radical do ponto de vista,
mas, também, da realização de uma série de experiências, em vocês,
preliminares, aí também, para estabelecerem-se diretamente em quem vocês São.
***
O conjunto dos elementos que eu acabo de dar a vocês vai, agora, levar
às suas próprias interrogações.
Se for necessário avançar ainda mais no que eu disse, e se nós tivermos
oportunidade, nós iremos fazê-lo.
A interdependência da Liberdade, do Absoluto, do Desconhecido, é
extremamente importante de conceber, mesmo, é claro, vocês entenderam, o
Absoluto não sendo de forma alguma representável, pois, a partir do momento em
que ele é revelado a vocês, no momento específico em que ele se revela, vocês
nunca mais são os mesmos.
Vocês não são mais esse corpo, vocês não são mais essa pessoa, vocês não
são mais essa história e vocês não são mais, tampouco, esse mundo, em sua
totalidade.
Isso não os impede, obviamente, de continuar a rir, de continuar a viver
e a amar, muito pelo contrário.
Mas seu ponto de vista está definitivamente alterado.
Ele nunca mais poderá voltar atrás, ele nunca mais poderá funcionar como
antes.
O desenvolvimento do Absoluto em meio a um relativo (que é esse corpo)
ocorre de maneira extremamente precisa.
Como foi dito por alguns Anciãos, não é questão de desenvolver as
percepções ou as não-percepções do que ocorre.
É importante deixar viver, por vocês mesmos, o que é para viver, sem
qualquer avidez, sem qualquer reivindicação.
E, efetivamente, como vocês irão apreendê-lo no momento em que vocês o
viverem, a Paz e a Tranquilidade são os elementos principais para viver esse
encontro com o Duplo, esse face a face além desse mundo.
Minha exposição foi curta.
Eu lhes dou, então, a liberdade de me perguntarem o que se apresenta a
vocês, de formular perguntas para mim, de submeter perguntas para mim.
E irei responder da melhor forma possível.
E eu não vou me separar das palavras mais simples e mais significativas,
para vocês, permitindo-lhes, não conscientizar, mas mudar o olhar a fim de não
mais ser qualquer olhar.
Eu os deixo, portanto, exprimir-se sobre o que vocês têm para perguntar.
Retenham, também, enquanto vocês pensam, que, a partir do momento em que
vocês tiverem a oportunidade de encontrar um Ser tendo vivenciado essa
Transcendência, vocês irão constatar, por vocês mesmos, que alguma coisa ressoa
em vocês e que vai modificar os diferentes sintomas (que vocês percebiam até
então).
O seu Si vai tender, de algum modo, à escuta desse Irmão ou dessa Irmã
que, cada vez em maior número, na superfície da Terra, começam a Comungar entre
eles mesmos, com o Duplo, com CRISTO, e se revelar no Absoluto.
... Silêncio ...
O fato de se sentirem nesse estado particular é exatamente o que ocorre
pouco antes do Absoluto assumir.
Se vocês aceitarem fazer silêncio, como é o caso de tudo o que
normalmente poderia tocar o consciente, vocês irão constatar, muito facilmente,
a mudança de olhar prestes a ocorrer, a mudança de ponto de vista.
O tempo dessa Terra os chama, de todo o Coração, para isso.
Aqueles de seus Irmãos e suas Irmãs que, de uma maneira ou de outra,
vivem o Absoluto, chamam-nos também, silenciosamente, para isso.
Há, efetivamente, um contágio extremo do Absoluto.
Há alguns anos, entre os primeiros Anciãos a intervir entre vocês, já
naquela época, o Mestre RAM (ndr: canalização, dentre outras, de 23 de agosto
de 2008) (3) havia se comunicado com vocês pela Vibração e pelo Silêncio
e pelas palavras.
Hoje, é muito mais fácil, digamos, entrar em Comunhão pelo
Silêncio, além da Vibração.
E é exatamente o que se desenrola em vocês, agora.
Quer vocês durmam ou não, quer vocês tenham a impressão de não mais
poder refletir, de ser, vocês também, carregados pela Onda da Vida, o resultado
é inegável.
A particularidade da Onda da Vida ou do Manto Azul da Graça é que
(gradualmente e à medida que o tempo transcorre, de maneira linear) vocês não
poderão renegar ou negar, de forma alguma, o que acontece em vocês, como em sua
vida.
Independentemente do que irá lhes oferecer a vida, será preciso ir ao
sentido do fluxo, porque qualquer resistência é em vão, sejam quais forem os
acontecimentos, porque todos eles contribuem para estabelecê-los na Beleza, na
Verdade.
Não pode ali haver ambiguidade, nem se apresentar ambíguo para o
Absoluto.
Como nós lhes dissemos (uns e outros), nossas intervenções irão ocorrer
cada vez mais nessa quietude.
Além das palavras que nós pronunciamos e iremos pronunciar, vocês irão
constatar, por vocês mesmos, a instalação do Absoluto.
... Silêncio ...
Eu continuo a escutá-los.
Se nada brotar em vocês, se nada eclodir, então vocês podem concluir que
o que se desenrola é exatamente o que deve se desenrolar.
Ainda existem perguntas?
***
Nós não temos perguntas. Nós lhe agradecemos.
***
Então, eu me proponho a acompanhá-los, durante seu Alinhamento, na recepção e na Comunhão ao Manto Azul da Graça e, também, à Onda da Vida.
Lembrem-se de que esse tempo não é mais tempo para qualquer conhecimento
exterior.
É o tempo da urgência absoluta, sem precipitação, permanecendo
tranquilo, descobrir os espaços de Paz mais absolutos, com a nossa Presença ou
sem a nossa Presença.
Há, em vocês, a mesma capacidade, que é aquela do Absoluto.
A partir do momento em que vocês se apreenderem, de maneira mais
profunda, do sentido do que lhes foi comunicado por UM AMIGO, sobre o Yoga da
Eternidade (2), quanto mais vocês penetrarem nesse silêncio, nesse
estado que antecede o Último, chegará um momento em que toda a noção mesmo de
consciência irá desaparecer: vocês não irão se pertencer mais.
Mais nada da pessoa ou da individualidade irá existir.
A Verdade está aí, e somente aí.
Todo o resto, tudo o que nós lhes dissemos (através desse mensageiro,
como durante nossa vida) foi, no final, destinado a levá-los a esse instante e
a esse momento, precisamente.
Lembrem-se de que cada coisa está no seu lugar e no seu lugar correto,
assim como para vocês.
Vocês estão estritamente no lugar correto.
É tempo, agora, para mim, de saudá-los e de render Graças pela Doação da
Graça.
Assim como eu espero que vocês tenham vivenciado, as palavras perdem até
mesmo seu sentido primordial e irá lhes tornar cada vez mais difícil somente
seguir as palavras porque a Onda da Vida irá antecedê-las.
E cavalgando, se pudermos dizer, a Onda da Vida, a palavra desaparece, o
próprio sentido desaparece.
Vocês alcançam, então, da consciência, um elemento importante.
Eu sou IRMÃO K.
Eu amo vocês.
Eu lhes digo, então, até a Doação da Graça, dentro de alguns instantes.
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1 – Mensagens de BIDI
(2012)
*
2 – UM AMIGO
(12.04.2012)
*
3 – RAM (23.08.2008)
***
Mensagem do Venerável IRMÃO K no site francês:
14 de abril de 2012
(Publicado em 15 de abril de 2012)
***
Tradução para o português: Zulma Peixinho
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