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Intervenção de Jiddu Krishnamurti -
“Passar em
meio à Transparência é ser capaz, de alguma maneira, de desencadear uma ação
que não seja, evidentemente, nem uma reação, nem fruto de um condicionamento
prévio (inscrito na linha temporal desta vida ou de outras vidas), mas
totalmente livre de preconcebimento, totalmente livre de qualquer
condicionamento, de qualquer estado afetivo elementar, de qualquer emoção. A
Transparência é, então, deixar penetrar também no Si, a Inteligência da Luz.
Isso é chamado de Comunhão e Graça.”
~ A TRANSPARÊNCIA E SUA METALÓGICA ~
Eu sou IRMÃO K.
Irmãos e Irmãs presentes, e Irmãos e Irmãs que irão ler o que eu
tenho que dizer-lhes, eu transmito toda a Graça e toda a Unidade da Luz.
O que eu vou transmitir a vocês está inscrito na sequência das
diferentes intervenções que eu realizei nesse Canal.
Desde o que eu disse sobre a Autonomia e a Liberdade, passando
pela Verdade ou, ainda, pelo próprio princípio da falsificação e do eixo ATRAÇÃO
/ VISÃO, eu vou falar, hoje, da Transparência.
Transparência que é um dos Pilares do Coração, a Porta
KI-RIS-TI, impulsionada e aberta, para alguns de vocês, por METATRON.
Eu peço a vocês para prestar atenção às minhas palavras, bem além
de sua simples pronunciação e bem além da simples compreensão.
A melhor maneira de prestar atenção ao que eu tenho a dizer-lhes
é, certamente, fechar seus olhos, entreabrir sua boca, a fim de Comungar, bem
além das palavras que eu vou empregar.
O que eu tenho a dizer sobre a Transparência inscreve-se, é
claro, na transformação atual da Consciência, tal como vocês a vivem (ou tal
como vocês são levados a viver) pela Inteligência da Luz.
Esta noção de Transparência vai, evidentemente, talvez, fazer
ressoar, em vocês, elementos que foram dados (especialmente no Oriente),
referentes, tanto à renúncia, ao abandono, à Ilusão, à Maya, mas sob um ângulo um pouquinho particular, correspondendo mais
a este período específico que aqui, nesse corpo, vocês estão prestes a viver,
preparando o Advento total da Luz.
***
Eu não irei falar, é claro, dos elementos Vibratórios da Porta
do Coração (que estão situados, eu lembro a vocês, entre as omoplatas, nas
costas) e que podem se manifestar de maneira muito ruidosa, para alguns, ou
para muitos de vocês.
Eu irei me deter mais para dar, de algum modo, os elementos que
vão contribuir para abrir esta Porta, para estabelecerem-se, vocês mesmos, na Transparência,
e viver os efeitos.
A Transparência é o momento em que o Fogo elétrico da
personalidade começa a ser transmutado pelo Fogo do Espírito.
É o momento em que as resistências (presentes em meio à ação /
reação da personalidade) tenderão a se apagar para, de certa forma, deixar
exprimir e viver (em meio mesmo à Consciência como na vida ordinária)
mecanismos que saem, justamente, da ação / reação e que vão contribuir para
instalar, na Consciência encarnada, o princípio da Graça, o princípio da Luz e
do Fogo do Coração.
Os princípios que eu vou dar a vocês referem-se tanto à vida
ordinária como à vida espiritual, a vida em meio à personalidade, como à vida
da Consciência que começa a Vibrar em uma das Coroas.
***
A Transparência é um exercício para ser realizado.
Este exercício consiste, antes de tudo, em deixar-se atravessar,
sem interferir.
Deixar-se atravessar, sem interferir, refere-se tanto às
palavras como às emoções, como às relações podendo existir entre seres humanos
(seja qual for esta relação ou esta comunicação).
A Transparência é um dos elementos que vai, efetivamente (se ele
for vivenciado), permitir se aproximarem, da forma mais precisa, do Fogo do
Coração, da Porta Estreita e da Ressurreição.
O ser humano, de maneira
geral, quando ele é submetido algum estímulo, é instantaneamente levado a
reagir, a dar uma resposta, uma solução.
É o próprio princípio da vida em meio à Dualidade.
Um objeto é solto da mão: ele irá cair, ele não irá subir.
Ao agredirem alguém, há grande possibilidade de vocês viverem a
agressão, de volta, seja qual for a forma desta agressão, imediata ou tardia.
A Transparência é uma atitude do Espírito que visa se
estabelecer, além da trama temporal e além da ação / reação permanente, em
todos os atos e em todas as ações realizadas neste mundo.
Ser transparente é, de algum modo, deixar-se penetrar e
atravessar por alguma coisa (que essa alguma coisa seja, ainda uma vez, uma
palavra, uma Energia, uma Consciência, um acontecimento da vida), sem buscar,
em um primeiro momento, querer ali dar uma resposta adequada.
***
Nós eliminaremos, é claro, da minha exposição, todos os
fenômenos instintivos, pois, é evidente que se uma bola vier na direção do seu
rosto, o instinto naturalmente faz com que desviem da bola.
Nós falaremos, é claro, de toda a gama de acontecimentos ocorrendo
em sua vida, superando amplamente o contexto do instinto de sobrevivência, por
exemplo.
Isso diz respeito, tanto a um relacionamento com um ser próximo
ou um ser distante, ou a uma circunstância que acontece em sua vida (qualquer
que seja) e que os leva, necessariamente (pelo próprio princípio da ação /
reação, inexorável, deste mundo), a fazer uma retificação, ou em seu
comportamento ou na ação que vai ser produzida, denominada, justificadamente,
uma reação.
Isso é um princípio de opacidade que se opõe inteiramente à
Transparência, porque a personalidade vai estar, permanentemente, nesses
mecanismos de regulação e de ajustamento que envolvem todos os setores da vida,
com base tanto em uma comunicação normal, como não verbal, ou pelos sinais
comportamentais emitidos pelo conjunto dos seres ou de situações que nós
encontramos.
Isso diz respeito tanto a um relacionamento amoroso que surge,
como ao princípio da comunicação entre dois seres, seja qual for esse tipo de
relação.
Qualquer estímulo (vindo do exterior ou considerado como tal)
suscita, invariavelmente, uma necessidade de resposta, situando-se, ou no nível
de estratégias de adaptação, ou no nível do corpo, ou no nível dos pensamentos,
ou no nível das emoções (e, frequentemente, mesclando tudo isso).
Em correspondência, de certa forma, com mecanismos de
aprendizagem já vivenciados, com experiências já vividas, que vão, de algum
modo, colorir a reação em função do que é veiculado pela própria experiência,
já vivida (seja ela qual for) e levando o ser que vive esta ação e reação a se
inscrever em um contexto conhecido de lógica, dedutiva e racional (proveniente
de convenções morais, sociais, educacionais: em suma, um conjunto de condições
que pertencem a esse mundo e que se inscrevem na lógica que eu chamaria de
personalidade.
***
Além da personalidade, há o que eu denominaria metalógica.
Esta metalógica não está subjugada e inscrita em meio ao que é
veiculado pela consciência ordinária, mas, bem mais, justamente, pelo princípio
do Estado de Ser, da própria Luz.
A metalógica fará com que, de alguma forma, vocês saiam da
reação linear do tempo (atrasando, de algum modo, uma eventual reação), não
para simplesmente colocá-los como espectador do que acontece para vocês, mas,
sobretudo, para distanciar a própria Consciência dessa cadeia lógica
(denominada emoções, pensamentos, crenças, quaisquer que sejam) que os levaria
a estabelecer uma estratégia (muitas vezes defensiva, ou mesmo ofensiva) em
relação a um evento, uma pessoa, uma situação, vindo perturbar o equilíbrio
anterior.
Existe, então, uma linearidade temporal, inscrita em qualquer
reação, como parte da experiência, do que já foi vivido, do próprio aprendizado
da pessoa, em meio à sua vida.
É bem fácil de entender que, por exemplo, hoje, ao serem
insultados, seria muito difícil desafiar uma pessoa para um duelo, mas que os
códigos de conduta nada mais têm a ver com o que existia, é claro, há ainda
algum tempo (alguns séculos).
***
Existem regras que vocês poderiam chamar de sociais ou de
precedência, levando, de algum modo, a uma reação, em meio à personalidade
(mais uma vez, sujeita ou submetida à sua própria vivência, ao seu próprio
contexto de referências, ao seu próprio contexto de experiências), mas que
sempre será uma reação (ou uma estratégia, se vocês preferirem) oriunda da
linearidade temporal, levando-os a modificar, de alguma forma, a ação a esse
estímulo, no interior da consciência ou do seu estado.
Isso se aplica a todas as emoções do ser humano.
Por exemplo, um luto, a perda de um ente querido, leva à
síndrome do luto, síndrome da perda, síndrome do abandono, tristeza,
sofrimento, pelo próprio fato da Liberação de uma alma, mas que os priva de sua
presença (pelo menos para a personalidade que não tem acesso ao que acontece,
ou do outro lado do véu, ou em meio ao Estado de Ser, no momento atual que
vocês vivem).
Esta trama lógica está inscrita, é claro, nos mecanismos
comportamentais que foram coloridos pela história de cada um.
Alguns são mais sensíveis a uma perda, a uma falta ou a qualquer
fator que é, justamente, em função da história da personalidade (desde seu
nascimento) e inscrevendo, então, a ação e reação de uma sequência lógica,
tanto nas emoções, no mental, no cérebro, como no corpo.
***
Passar para a Transparência é algo muito diferente porque a
Transparência significa, de algum modo, livrar-se, não pela vontade, de todos
os engramas (sociais, societais, físicos, emocionais e mentais), a fim de não
mais ser afetado, de alguma forma, pela educação, pelos danos e por todos os
condicionamentos, seja ele qual for.
Um exemplo muito simples: alguém abre a porta para vocês.
O correto é agradecer a esta pessoa pelo que ela fez.
Isso está inscrito quase que automaticamente para cada ser
humano, e faz parte do que vocês chamariam de regras de educação, de regras
lógicas (implícitas, consensuais) e, em geral, foram adotadas pelo conjunto de
uma estrutura social em meio a um dado ambiente.
Essas regras dependem, é claro, da educação, do meio social, do
país e da cultura em que nasceram e vivem, durante toda a vida do indivíduo.
Há um outro nível do ser onde a lógica (que é para ser vivida e
expressa, e que eu chamei de metalógica) não está mais ligada às resistências
ou aos condicionamentos, mas, sim, à Liberdade, à Verdade e ao descondicionamento
total de tudo o que foi aprendido, memorizado, condicionado, aceito como a
única coisa válida.
A Transparência vai desprendê-los, então, dos condicionamentos
do seu próprio passado.
Ela vai, sobretudo, evitá-los de se confrontarem, de algum modo,
com o que a lógica chama de pensamento, emoções, mental, reação.
***
A Transparência significa aceitar deixar-se atravessar pelo
acontecimento ou por qualquer coisa que chega à beira de sua consciência, sem
querer (e, em certo estágio, sem mesmo poder) estabelecer uma cadeia lógica de
reações, independentemente de sua origem (social, afetiva, crença, cultural ou
outra).
A metalógica não é, em meio à Transparência, uma indiferença.
Ela tampouco é uma forma de abandono da vida social, mas, bem
mais, uma saída, pela ação da própria Luz, de todos os condicionamentos, de
todos os reflexos e de tudo o que estava preestabelecido, em meio à
consciência, como regras lógicas.
A Transparência é, então (além desta saída linear do tempo), o
elemento que será capaz de fazê-los viver e se aproximar da Porta do Coração.
Ou seja, de desprendê-los, de alguma maneira, de todos os
condicionamentos e comportamentos oriundos da experiência passada, fazendo com
que a experiência vivida, no presente, não fique nem condicionada, nem alterada
por qualquer elemento do seu passado ou, ainda, do passado da sociedade, da
cultura em meio à qual vocês vivem.
Ser Transparente significa então, em um primeiro momento,
aceitar que o que vem do exterior (considerado como tal) possa apenas
atravessá-los, sem qualquer alteração, sem qualquer vontade pessoal de reação
inscrita nos próprios esquemas da personalidade.
Existe, através da Transparência (no sentido primário, como
vocês empregam), um mecanismo de aprendizado da metalógica, de aprendizado da
Liberdade e da Verdade.
Vocês não podem viver a
Autonomia e a Liberdade enquanto a Transparência não for instalada ou, pelo
menos, enquanto os mecanismos da Transparência não substituírem os mecanismos
da ação / reação, em sua vida (e, isso, em todos os setores).
De fato, a Transparência e sua metalógica os convidam para viver
a Liberdade, para viver a Autonomia, a fim de não mais ficarem condicionados
por outra coisa que não seja o momento presente.
A metalógica da Transparência os faz entrar na instantaneidade,
não da reação, mas da percepção e da Vibração, retirando-os, assim, de qualquer
ação, escapando ao controle do Si (ao controle da consciência e, justamente, ao
controle da escravidão), levando-os a dissociar-se dos seus próprios
condicionamentos e a descobrir a Liberdade.
***
Resta descobrir a Transparência, agora, não mais por um
movimento vindo do exterior, mas vindo do Ser Interior.
Nós estamos então em um movimento inverso (se pudermos dizê-lo).
E todos nós sabemos que quando estamos encarnados, uma vez que
existem condicionamentos, o que nós expressamos no exterior (por nossa conta,
por nossa vontade), sempre irá se inscrever segundo um princípio denominado bem
e mal, segundo um princípio chamado de vontade do bem, segundo um princípio de
risco / benefício que vai orientar a ação (realizada desde o Interior, fruto da
reflexão ou de engramas comportamentais, educacionais, sociais, culturais) e
que vai então colorir a ação do ser humano em função do que escapa, de algum
modo, à Liberdade.
Dessa maneira, quando vocês querem realizar tal ação,
evidentemente que ela é colorida por sua história pessoal (pelos seus engramas
comportamentais, pelos seus apegos, pelos medos, enfim, aí também, por tudo o
que constituiu a história pessoal e a lenda pessoal), muito além, até mesmo,
desta simples vida, além da cadeia lógica da vida de vocês, no que foi
denominado princípio da reencarnação.
Em suma, a ação que é tomada, mesmo fruto do pensamento mais
correto, é, aí também, resultado da opacidade da encarnação, da experiência e
das reencarnações.
***
Passar em meio à Transparência é ser capaz, de alguma maneira,
de desencadear uma ação que não seja, evidentemente, nem uma reação, nem fruto
de um condicionamento prévio (inscrito na linha temporal desta vida ou de
outras vidas), mas totalmente livre de preconcebimento, totalmente livre de
qualquer condicionamento, de qualquer estado afetivo elementar, de qualquer
emoção.
A Transparência é, então, deixar penetrar também no Si, a
Inteligência da Luz.
Isso é chamado de Comunhão e Graça.
Pois, quando vocês se colocam sob a égide da Graça e da Comunhão
(e, então, com independência), os atos que irão se desenrolar não são oriundos
da personalidade, não serão oriundos dos condicionamentos (dos sofrimentos, dos
medos, das emoções ou de seus próprios pensamentos), mas serão conduzidos,
diretamente, pelo Impulso da Luz, pela Inteligência da Luz, pela Fluidez da
Unidade, pelo sincronismo em alto grau e pela Graça.
A vida da personalidade está subjugada (e todos nós vivenciamos
isso) a uma série de estados afetivos, a uma série de sequências de emoções, de
reações, de sofrimentos, de prazeres, provenientes diretamente da atenção que
nós damos a diferentes setores de nossa vida.
Uma mãe que tem sua atenção dirigida a seus filhos, obviamente e
naturalmente será afetada pelo que acontecer a um dos seus filhos.
Uma mãe cuja atenção não está focada em seus filhos, mas, sim,
em sua carreira profissional, evidentemente que será muito menos afetada pelo
que puder acontecer a um de seus filhos.
Entretanto, as duas situações se inscrevem, aí também, como um
condicionamento da ação procedente do Interior, em meio a resistências existentes
a partir da própria experiência da encarnação (as diversas experiências
vividas, as diversas mágoas, os diversos medos ou os diversos prazeres, vividos
e vivenciados como satisfatórios pela personalidade).
***
A ação da metalógica, em meio à Transparência (considerada como
do Interior para o exterior) é, de algum modo, totalmente livre da história
pessoal do ser.
Ela se inscreve em uma lógica que eu tenho chamado de
metalógica, nada mais tendo a ver com a lógica racional, com a lógica do
pensamento, com a lógica da fisiologia, com a lógica das regras sociais,
societais, culturais.
Ela passa a ser, de certa forma, Autônoma, Livre.
Ela não se manifesta mais, portanto, como uma cadeia causal (de
ações e reações), mas, sim, como uma ação qualificada de correta, tornada
possível, aí também, pela metalógica da Transparência.
A Transparência poderia ser comparada ao estado de vacuidade tal
como é conhecido, por exemplo, no Zazen [um tipo de meditação do Zen Budismo].
É o estado em que vocês ficam totalmente imersos no instante
presente e que vocês não dependem nem do momento seguinte, nem do momento
passado.
Vocês sabem que é muito difícil, para a personalidade,
liberar-se das sequências lógicas do que foi vivenciado, nos diferentes setores
da vida.
É o mesmo princípio do condicionamento.
É o mesmo princípio da manipulação de multidões, daquilo que
lhes foi denominado (e apresentado) como ‘sistema de controle da mente humana’.
A ação da Luz Vibral e Adamantina, em meio à personalidade, a
ativação de novos Circuitos Vibratórios e do que foi chamado de Coroas, os
Impulsos conduzidos pelos Arcanjos (além dos sinais e além dos exercícios que
lhes foram comunicados), levam-nos, é claro, a viver esta Transparência nos
atos mais significantes como nos fatos mais insignificantes de sua vida.
Isso não concerne, é claro, aos espaços de Alinhamento onde a
Transparência efetivamente é muito mais fácil de alcançar.
E, para aqueles de vocês que Vibram (que chegam a se estabelecer
no Si, na Vibração da Unidade), de maneira cada vez mais lúdica, mais fácil, e
mesmo em alguns casos, sem buscar, mas que se impõe, de algum modo, pelos
ciclos da própria Luz, nada mais tendo a ver com os condicionamentos sociais,
culturais ou, até mesmo, fisiológicos.
***
É o aprendizado da Autonomia e da Liberdade que vocês estão
prestes a viver, para muitos de vocês.
A Transparência é, de certo modo, o ponto culminante que permite
a manifestação da Autonomia e da Liberdade, pois, naquele momento, a ação
empreendida pela Graça e pela Transparência não é mais, nem condicionada, nem condicionável
por qualquer elemento do passado ou do futuro.
É naquele momento (e somente naquele momento) que o fogo das
resistências da personalidade tende a parar, a desaparecer, por períodos cada
vez mais longos.
Esses períodos, todos vocês têm notado, mais ou menos, nos
tempos em que vocês vivem.
São os momentos em que vocês parecem não ser mais os donos de
sua vida.
São os momentos em que vocês parecem não ser mais os donos dos
acontecimentos.
É o momento em que os fatos acabam ocorrendo sem a sua
concordância, sem a participação de sua personalidade, mas, mais
frequentemente, em meio (mesmo se isso não for percebido no início) ao momento
imediato, levando à sua Liberação.
Então, é claro, quando o olhar da personalidade retorna, fica
difícil, por vezes, aceitar que o princípio da Liberação passa pela morte de um
parente ou pelo desaparecimento deste corpo (ou de uma situação, seja ela qual
for), já que a personalidade apenas existe, justamente, porque ainda está
presente uma série de condicionamentos, de limites, de resistências e de
opacidade.
A comunicação que há entre duas pessoas, mesmo no maior dos
acordos, é sempre baseada em subentendidos (é sempre baseada em regras
comportamentais, visuais): em códigos, de algum modo.
Esses códigos (não necessariamente entendidos) propiciam, em
meio a qualquer comunicação e a qualquer relacionamento, uma série de
manifestações que estão irremediavelmente inscritas sob as leis da
personalidade, dos condicionamentos do passado e que absolutamente não estão
inscritas na Transparência.
***
O que acontece quando a Transparência começa a ser vivenciada?
Bem, em primeiro lugar, a pessoa vai constatar que os momentos
de Comunhão com a Luz, de Comunhão consigo mesmo, de Comunhão com outro ser
humano, acabam ocorrendo sem nada indagar.
A Comunhão e a Graça (que lhes foram propostas como elementos
para intensificar a ação da Luz, mesmo funcionando inicialmente segundo um
princípio de vontade) serão rapidamente renovadas por mecanismos da Graça
espontânea, ocorrendo em sua vida sem qualquer intervenção das forças de
resistência da personalidade, mas, na Transparência, na Liberdade, na Autonomia
e na Verdade.
Esta Verdade, em si mesma, necessita, aí também, de uma forma de
honestidade.
Honestidade que pode ser constituída pelos outros dois Pilares
do Coração, denominados UNIDADE e SIMPLICIDADE.
Não pode haver honestidade sem a Unidade.
Não pode haver honestidade sem a Simplicidade.
Então, é claro, existem códigos morais, em meio à personalidade,
chamados de honestidade.
Mas esta honestidade sempre faz referência à educação, a um
condicionamento, a regras (chamadas, aliás, de morais e sociais), ao passo que
a honestidade do Ser que vivencia a Transparência não está condicionada por
nenhum modelo social, por nenhum aprendizado, por nenhum condicionamento.
É a natureza do Ser que vive a Graça, que vive a honestidade e
que vive a Transparência (que é, aliás, um dos fundamentos da manifestação do
Fogo do Coração), que permite viver esse Fogo do Coração.
E de ser capaz de ser íntegro (de viver a Integridade, bem além
da personalidade), de se instalar, de forma duradoura, no HIC e NUNC (ou seja,
de não mais depender do passado e do futuro), de viver plenamente o instante
presente, de se instalar, de forma eficaz, na Atenção e na Intenção, fazendo
nascer (aí também, através dos quatro Pilares da cabeça) o Fogo do Coração.
Permitindo, naquele momento, o surgimento da Transparência.
***
A Transparência proporciona a Alegria, o Fogo do Coração.
A Transparência permite fazer a experiência da ação da Luz, além
da vontade de bem, além do desejo da personalidade, na Verdade do Coração, na
Verdade do instante que está inteiramente dissociada de qualquer lógica
pertencente à personalidade.
A ação que é empreendida, naquele momento, tornar-se-á, de
maneira cada vez mais perceptível (para a consciência ali envolvida), o
princípio da Ação da Graça.
A vida, então, é estabelecida permanentemente na Fluidez, na
Simplicidade, na Unidade, na Alegria, e nenhum elemento explorador (nenhum
elemento pertencente à Dualidade) pode, com o tempo, vir alterar esta
metalógica da Transparência.
A Transparência certamente é o meio e o mecanismo da Consciência
(além dos exercícios do Yoga da Unidade e do ato de Comunhão e da Graça que
foram dados a vocês há pouco tempo) mais eficazes de viver, por vocês mesmos, a
ação da Luz: a sua Graça, sua Verdade, sua Inteligência.
A Essência do Ser (da natureza humana, além dos filtros da
personalidade e da alma) é a Luz.
A metalógica da Luz nada tem a ver, ainda uma vez, com as leis
do confinamento (baseadas na ATRAÇÃO / VISÃO) sobre as quais eu não voltarei e das
quais eu já falei amplamente durante o seu verão.
A Transparência é já reconhecer o que representa a ATRAÇÃO /
VISÃO, quer seja nos jogos de sedução, nos jogos amorosos, na ordem de
precedência estabelecida entre os seres humanos, em relação a uma convenção
familiar, afetiva, social ou societal.
***
A sociedade humana tem evoluído, até agora, em meio à opacidade,
ligada aos condicionamentos, ligada à história, ligada a regras.
E evidentemente, como vocês sabem (pelo menos eu espero), essas
regras não são liberadoras, já que elas pertencem às forças condicionadoras e
do próprio confinamento da humanidade.
Viver a Liberdade significa tornar-se Transparente para este
mundo e para a Luz.
Ao ficar totalmente sob a égide do Fogo do Coração, sob a égide
da Luz Vibral, é que vai, então, conduzir sua vida para esta metalógica (bem
além da Fluidez da Unidade) que irá se refletir nos atos ou nas reações
suscitadas (que não ficarão mais subjugados a um contexto lógico, mas a um
contexto metalógico), permitindo-lhes experimentar e se instalar na Alegria da
Unidade, na Fluidez da Unidade, na Transparência mais total, na Humildade e na
Simplicidade.
Naquele momento, vocês
irão constatar, bem depressa (se esse já não for o caso para alguns de vocês),
que a Porta OD (a Porta Estreita, a Porta da Infância), os mecanismos da
instalação da Infância, da Pobreza (no sentido mental), vão se instalar em
vocês, de maneira evidente, simples e perfeitamente metalógica.
Ou seja, que não há mais condicionamentos podendo alterar,
frear, limitar a ação da Luz em vocês e a instalação da Luz que é a sua
natureza, a sua Essência e a sua Presença.
Naquele momento, vocês entram na Presença a si mesmo.
Vocês ficarão totalmente imersos na Unidade, no instante
presente.
Vocês se livram totalmente dos condicionamentos, de vocês como de
seu ambiente.
Vocês irão viver a Liberdade.
Vocês irão se tornar cada vez mais humildes, cada vez mais simples,
cada vez mais pobres de espírito.
NOTA: “pobre de espírito é aquele que aceita não mais deixar o
mental prevalecer, não mais deixar a inteligência prevalecer, não mais deixar o
ego prevalecer, mesmo o mais espiritual, mas que se entrega, totalmente, na
confiança mais absoluta, à Luz”. MA ANANDA MOYI (12.09.2011)
Haverá cada vez menos perguntas, em meio à Consciência, pois a
própria Consciência tornar-se-á resposta.
Não haverá mais necessidade de respostas de fora.
É assim que a Ascensão é vivida e será vivida pela maioria de
vocês.
***
Naturalmente (e como vocês sabem, como foi detalhado há uma
semana), existem várias formas de Ascensão.
Há como fazer com o que é chamado de ajuda externa.
Mas a ajuda externa não é a ação real da Ascensão que deve ser
feita por si mesmo, pela instalação da Consciência do Si.
Mesmo se algumas Forças, ditas extraterrestres, puderem, é
claro, quando chegar a hora, trazer um elemento importante para a manutenção ou
não deste corpo, desta individualidade, ou mesmo desta personalidade.
O Fogo do Coração e a Alegria vão depender inteiramente do seu
estado de Transparência e do acesso à metalógica de sua ação em meio à sua vida
(independentemente das ações, independentemente das relações).
E, aliás, vocês vão notar que vocês irão modificar, naquele
momento, todas as relações e as comunicações por códigos inteiramente novos,
totalmente livres e liberados dos condicionamentos (quaisquer que sejam),
permitindo-lhes viver, de maneira cada vez mais fácil, o Estado de Comunhão e o
Estado de Graça.
É durante este período (que começou e que vai continuar até o
que vocês chamam de Natal) que vocês têm que integrar esse mecanismo que os faz
passar da personalidade para o Estado de Ser, neste mundo, a fim de viver os
efeitos na permanência da Alegria, na vivência da Liberdade, na vivência da
Verdade.
***
Penetrar no Reino dos Céus, antes mesmo de chegar ao Reino dos
Céus, consiste, precisamente, em realizar esta tarefa de Transparência e ser
Transparente.
Isso significa também liberar-se de todos os apegos, não por um
ato de vontade de deixar isto ou aquilo, mas, sim, por uma mudança do conceito
de vínculo, do conceito de apego, que é substituído pela Comunhão, pela
Liberdade e pela Graça.
Obviamente, sempre haverá (ao redor de vocês e nos diferentes círculos
da vida) seres humanos, Irmãos e Irmãs, que estarão em total contradição com este
estado de coisas, com este estado de Ser que irá se tornar o seu.
Claro, vocês poderão ser tentados a recair em meio à lógica
ordinária para se reanexar e corresponder de novo à vontade do outro, a fim de
satisfazê-lo, em meio à personalidade, ao invés de satisfazer o Estado de Ser e
a Vibração.
Vocês irão notar, naqueles momentos, que a Vibração do Coração
se afasta de vocês.
Vocês irão notar, naqueles momentos, que a Alegria se afasta de
vocês e que tudo se torna mais denso, mais pesado, mais doloroso, como um
enrijecimento da relação, como um enrijecimento da consciência.
É justamente por meio desta experiência da Transparência e da
opacidade, realizada através de todas as suas relações nesta vida, que vocês
poderão fazer o aprendizado da metalógica e aceitar vivê-la.
Isso evidentemente requer, também, o que já foi definido há
algum tempo: o Abandono à Luz, a Renúncia, a Crucificação da personalidade, a
Ação da Graça.
Não são mais vocês que exercem sua vontade, mas é a Inteligência
da Luz que se estabelece em vocês, fazendo-os passar do confinamento para a
Liberdade, fazendo-os passar da opacidade para a Transparência, fazendo-os
passar da escravidão para a Autonomia, dos laços sociais para a Liberdade
espiritual.
Não é preciso, mais uma vez (e isso foi anunciado para vocês) ir
ao topo de uma montanha, mas, bem mais, penetrar no Interior de si mesmo, cada
vez mais profundamente, tomar consciência disso através da Vibração.
E então vocês irão constatar, bem depressa, os frutos de tal
metalógica no estabelecimento da Luz em sua vida, em seu humor, em suas
relações, sejam elas quais forem.
Não há qualquer relação (mesmo se um de seus parentes se opuser
ferozmente a esta forma de Libertação) a ser vivida (para aquele que está
confinado em meio à personalidade e esperando tal reação ou tal comportamento) como
uma traição que iria intensificar sua própria opacidade e sua própria falta de
Transparência.
Se vocês permanecerem na Transparência, vocês irão constatar que
a Alegria vai aumentar e não pode ser de outro modo.
***
A Liberdade e a Verdade vão se ampliar em vocês como uma
evidência da própria metalógica.
Vocês não terão mais necessidade de recorrer aos mecanismos de
pensamentos, aos mecanismos de emoções, aos mecanismos de reações, para deixar
sua vida ser conduzida pela Luz.
Isso vai se desenrolar integralmente, e cada vez mais depressa,
sob a égide da Luz, sob a Transparência mais total, fazendo-os passar, em
última análise, do Fogo elétrico do corpo para o Fogo do Espírito.
Os marcadores Vibratórios são conhecidos por vocês.
Eles irão aparecer, então, de forma clara, permitindo-lhes
definir a instalação de sua Consciência no próprio desenrolar de sua vida,
sobre esta Terra como em outros planos.
***
Aí estão as informações que eu tinha que transmitir sobre a
Transparência.
A Transparência os faz sair da aparência.
Ela os faz Ser, integralmente.
Não há outra maneira de Ser senão deixar-se atravessar pela Luz.
Não há realmente outra maneira de Ser senão tornar-se a própria
Luz.
O desafio é então, agora (além da liberação dos apegos e dos
últimos engramas de medo), um descondicionamento total de todo o confinamento,
levando-os a experimentar a Liberdade, a Verdade, a Transparência.
Este estado não pode ser confundido com nenhum outro, pois os
próprios marcadores de sua vida irão mudar completamente.
O seu humor tornar-se-á muito mais constante, se não for na alegria,
pelo menos na tranquilidade e na ausência de efervescência.
Haverá, então, maior habilidade para viver seus alinhamentos,
para viver suas meditações e para viver suas Comunhões, quer seja com a Luz,
com as Estrelas, com seus Irmãos e Irmãs ou com os de outras Dimensões, mais
especificamente denominados extraterrestres.
Todo esse processo está prestes a ser vivido hoje e vocês serão
chamados, pela Inteligência da Luz e pela abundância da Luz, a fim de
manifestar esta Transparência ou, então, para se tornar cada vez mais opaco.
A opacidade será sinônimo de sofrimento, de tédio, de peso e de
ausência de alegria.
***
Cada vez mais, a Transparência será sinônimo de facilidade, de
fluidez, de tranquilidade, de alegria e de esperança.
A frustração da personalidade que resiste irá colocá-los em uma
espera infernal (esta espera, quer se trate de alguém que vocês amam, aos
eventos deste mundo, ao que vocês esperam e que não acontece).
Ao passo que, se o olhar mudar e vocês se tornarem
Transparentes, vocês irão se tornar Transparentes à Luz, vocês irão se tornar a
Luz e vocês irão constatar, naquele momento, que qualquer ideia de datas, que
qualquer ideia de cadeia lógica (em meio mesmo aos eventos da Terra), não terá
qualquer importância para vocês, pois vocês estarão indo para o Si e para a
Unidade.
Eu deixarei então, através desses elementos (em uma intervenção
deste dia, um pouco mais tarde), UM AMIGO falar sobre o estabelecimento em meio
ao Si e à Unidade.
Quanto a mim, eu terminei a apresentação que eu tinha para dar a
vocês.
Nós dispomos de alguns minutos.
Se houver, em vocês, em relação a isso (e exclusivamente em
relação a isso), algumas informações adicionais necessárias, então eu quero
tentar esclarecer mais.
Eu agradeço a vocês.
Eu rendo Graças por sua escuta atenta.
***
Pergunta: o que
acaba de ser desenvolvido sobre a Transparência refere-se também aos nossos
pensamentos?
Sim, pois quem é capaz de dizer de onde vem o pensamento?
O pensamento está completamente condicionado (enquanto vocês não
estiverem Transparentes) pelos elementos que eu dei em relação aos
condicionamentos, aos medos, aos apegos, a fatores sociais, culturais, kármicos
e outros.
Vocês não estão sem saber que muitos seres humanos (e todos nós
vivenciamos isso) tomam uma decisão que parece lógica e segue-se uma cascata de
reações, por vezes muito desagradáveis, ao passo que o pensamento inicial
parecia lógico e parecia eficaz.
Simplesmente porque este pensamento (esta ação) estava
condicionado pelos sofrimentos, pelos apegos, pelos laços e pelas crenças.
Isso jamais pode acontecer quando a Transparência é total, pois
o pensamento que surgir, naquele momento, será totalmente livre de qualquer
condicionamento, seja ele qual for, de qualquer servidão, e evidentemente as
consequências jamais serão as mesmas.
***
Pergunta: um
som, ouvido após ter emitido um pensamento sobre uma mudança da vida, pode ser
considerado como uma aquiescência à Luz?
Isso pode ser.
Mas a maior evidência será a facilidade ou a dificuldade com a
qual ocorrerá o que é empreendido.
A opacidade, e o que está ligado à personalidade, sempre será
mais difícil e cada vez mais difícil de se aplicar.
O que é do domínio da Luz irá se estabelecer de maneira cada vez
mais fácil, cada vez mais evidente e cada vez mais fluida.
O som, a modificação da percepção do que foi denominado Som da
Alma, realmente pode ser uma concordância dada pela Alma.
***
Nós não temos
mais perguntas. Nós lhe agradecemos.
***
Irmãos e Irmãs na humanidade, eu sou IRMÃO K e, como de hábito, agora, vivamos um momento de Comunhão e de Graça.
De Consciência Livre para Consciência Livre.
Até logo.
... Efusão Vibratória / Comunhão ...
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Mensagem do Venerável IRMÃO K no site francês:
19 de novembro de 2011
***
Tradução para o português: Zulma Peixinho
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