- Intervenção da
Estrela AL -
~ FOGO DO EGO e FOGO DO CORAÇÃO ~
Eu sou MA ANANDA MOYI.
Meus queridos Irmãos e minhas queridas Irmãs, que a Paz e a Alegria estejam com vocês.
Eu venho a vocês esta noite para falar de uma série de elementos, ligados principalmente à minha vivência, na encarnação, e ligados também a minha Vibração de Estrela AL, que está associada ao Fogo.
Este Fogo podendo ser tanto o fogo do ego, como o Fogo do Coração, antes da sua Reversão.
Então, eu venho entre vocês para tentar fazê-los perceber, além mesmo das palavras que eu vou empregar (que são necessariamente provenientes de minha experiência, de minha vivência e de minha cultura de então), a expressão do que significa o Fogo do Coração e a expressão do que significa o fogo do ego.
Como vocês sabem, vocês entraram em um processo específico de desdobramento da Luz, devendo levar o ser humano a viver uma série de mecanismos de transformações, ou não, da Consciência.
Então, o Fogo do Céu, este Fogo do Espírito, quando ele se revela no ser humano, vai desencadear, eu diria, uma série de mecanismos.
E também, dependendo do impacto deste Fogo que se revela e de sua localização, vai ocorrer uma série de manifestações da própria Consciência, mas também da personalidade manifestada no mundo, aí onde vocês estão.
Então, é claro, há testemunhas Vibratórias de percepção, refletindo e acompanhando, de algum modo, a chegada da Luz.
Quer seja no nível da cabeça, no nível do Coração, no nível do sacro ou no nível das zonas de desdobramento da Luz Vibral.
Foi relatado para vocês um mecanismo importante.
Este mecanismo importante, repetido em várias ocasiões, pelos Arcanjos e pelos Anciãos, e também por algumas de minhas Irmãs, está diretamente ligado ao mecanismo de Abandono à Luz.
Então, é claro, o Abandono à Luz vai refletir a manifestação de um estado de Consciência que passa de um estado para outro, de um modo de funcionamento para outro, que é profundamente diferente.
Como o Bem-Amado João disse: “haverá muitos Chamados, poucos Eleitos”.
Haverá também, no período que vocês vivem, e através dos elementos que eu descrevi, então, elementos de confusão importantes, tanto na Consciência individual, como na Consciência do corpo da sociedade, no corpo social como um todo.
A capacidade para responder à Luz, o acolhimento da Luz, o desdobramento da Luz, não ocorrem sob os mesmos auspícios e pela mesma Graça, dependendo, de algum modo, do ego que é encontrado.
***
Há uma série de etapas, em todo caso para aqueles que aceitarem a Luz, que não se desviarem, mas que puderem viver esta aceitação, a partir do ego, ou a partir do Coração.
O resultado será eminentemente diferente, é claro, no nível da Consciência e no nível do próprio comportamento do ser, em função do que ele for capaz de metabolizar desta Luz.
Então, é claro, alguns Anciãos lhes revelaram e abordaram um conjunto de funcionamentos específicos ligados a este desdobramento da Luz, a esta descompartimentagem, a este despertar do Canal do Éter, e uma série de modificações ocorrendo justamente no Corpo de Desejo, e devendo levar a manifestar a totalidade do Espírito e da Consciência Unitária.
Naturalmente, a qualidade intrínseca (se pudermos falar assim) do ego, em função de elementos denominados Humildade, Simplicidade, a capacidade para estar calmo, para empreender um trabalho, agora (seja qual for a maneira com que este trabalho foi concebido anteriormente), vai ser, de alguma maneira, não condicionante, mas em todo caso uma orientação para a manifestação da Consciência, em reação ou em ressonância com a Luz que se revela.
Obviamente, tudo será diferente, conforme a Consciência ordinária já tiver vivenciado experiências de acesso à Unidade, ou em todo caso experiências de Vibração, de Fogo, em meio à Coroa Radiante da cabeça ou em meio à Coroa Radiante do Coração, ou ainda no nível do sacro.
Alguns seres (desde agora, para alguns deles, há muitos anos), vivem transformações incessantes, refletindo-se lentamente por uma transformação da Consciência, preparando-os para viver este Abandono à Luz e para viver esta Unidade, esta facilidade.
***
Muitas vezes foi dito que será feito para cada um exatamente conforme sua própria Vibração.
Então, é claro, se no ser humano ainda não tiver sido eliminada uma série de desejos, eles correm o risco, durante esta fase, de se manifestar pelo que é chamado de fogo do ego, ao invés do Fogo do Coração.
Entendam que, em meus propósitos, não é questão de julgar o que quer que seja ou quem quer que seja, mas de dar-lhes os elementos, de maneira objetiva e compreensiva, permitindo-lhes observar sem julgar, ao redor de vocês, o que é da ordem do ego e da ordem do Coração.
Então, primeiramente, há uma diferença essencial, mesmo em meio a este fogo, onde ele estiver, que vai refletir o Coração ou o ego.
E, antes mesmo de falar do fogo do ego ou do Fogo do Coração, é preciso redefinir, brevemente, o que é o ego e o que é o Coração.
Além de qualquer concepção, além de qualquer noção espiritual ou religiosa, ou mesmo social ou cultural.
***
O ego, por definição, é o que leva qualquer experiência vivenciada para dentro dele.
Sempre para um sentido de comparação ou de apropriação.
E ego é então algo que vai confinar e sempre levar para si mesmo (por ora, sem qualquer noção pejorativa) tudo o que puder ser vivenciado.
Pois o ego apenas pode se definir em relação ao passado, em relação ao futuro.
E a experiência vivenciada, quando ela é vivida, sempre irá levar a uma classificação, a uma discriminação, a um julgamento de valor, da experiência vivida.
Sempre em relação ao seu próprio referencial, à sua própria vivência, às suas próprias crenças, às suas próprias mágoas.
O Coração, além de qualquer noção conceitual de compaixão, de empatia, a Consciência do Coração (antes mesmo de aparecer, ainda uma vez, o fogo do ego ou o Fogo do Coração), já é a Consciência que permite não se apropriar do que é vivenciado.
Onde já existe uma forma de distância, uma ausência de julgamento do que é levado para a Consciência (quer seja si mesmo, quer seja algum evento ou algum elemento interpessoal, ocorrendo no que é vivenciado).
O ego então, permanentemente, fica prestes a julgar, a classificar, a discriminar, a tentar compreender.
O Coração, ele, estará Pacífico, ele vai recuar, ele vai recusar o julgamento, ele nada vai tomar para si.
Ele vai aquiescer, mesmo não estando de acordo.
Ele vai se dar um tempo para não estar, de algum modo, em uma reação ou em uma compreensão intelectual.
Mas, muito mais, em um tempo talvez um pouco diferente daquele que evolui no ego.
Onde, aí, o julgamento, a emoção, a compreensão, são, muitas vezes, muito rápidos, não levando em conta todas as situações, mas levando em conta a experiência passada para, até mesmo, definir este presente, esta reação que está prestes a ser vivida.
Na realidade, o ego, de maneira geral, sempre leva tudo para si, sempre leva tudo para a sua própria experiência, e, por definição, é então ainda incapaz de se definir em uma Consciência mais ampla, onde todos estes conceitos não existem mais.
***
Então, é claro, o ser humano jamais sendo nem totalmente bom, nem totalmente ruim, nem jamais estando totalmente no Coração, nem totalmente no ego, sempre existe uma mescla das duas Consciências.
Mas que, eu esclareço a vocês, ainda não é a Consciência Turiya.
Para a Consciência Turiya existir é preciso realmente passar na Unidade.
É preciso que o ego seja Transcendido na totalidade.
E que tudo o que aparecesse agora no ego, que eu qualificaria de normal, e no Coração normal, não se torna mais exuberante, mas, pelo contrário, completamente Transcendido.
***
O fogo do ego (associado à Luz Vibral, ao seu desdobramento, de agora em diante), vai se expressar, sempre no nível do ego, por uma necessidade de se identificar, na maioria das vezes com um sentido de grandeza, onde o próprio ego, vocês entenderam, vai se apropriar do fogo.
E, aí também, onde tudo o que é vivenciado, mesmo da ordem de uma Consciência diferente, de algum modo será apropriado pela própria pessoa.
Muitas vezes, isso pode se aproximar do que é chamado de megalomania.
Esta megalomania faz com que a Consciência que vive isso, em meio ao ego, tenha tendência a identificar tudo o que é vivenciado no sentido da sua apropriação, e até mesmo a Unidade.
Isso vai gerar situações engraçadas, vista do exterior, onde este fogo aparente será, efetivamente, um fogo devorador (o fogo denominado Luciferiano ou Prometeico) que vai incitar a alma a reivindicar a Unidade, a manifestar algumas características da Unidade, já que a alma se torna, de algum modo, aclarada.
E é naquele momento que são revelados o que é chamado de Siddhi, os poderes da alma, que nada têm a ver com o poder do Espírito.
Esses poderes da alma que vão dar poderes, como o nome indica, para ver o astral, para ver o outro, mas para reconduzir tudo isso, em relação à sua própria visão e à sua própria personalidade.
Não há então qualquer Transcendência, mas, sim, uma ilusão de Transcendência, onde a megalomania vai encontrar um campo de expressão importante.
***
Isso também pode ser vivenciado estritamente ao contrário, em uma personalidade que podemos qualificar, inversamente, de atrofiada, onde o fogo virá, de algum modo, para fortalecer esta sensação de estar atrofiada, para fortalecer não mais o ego, naquele momento, mas o medo do ego, provocando os sofrimentos, um confinamento, o que vocês teriam tendência de chamar de estresse, ao contrário da dilatação do ego, que eu chamaria de megalomaníaco.
Naquele momento, o ego vai se retrair para evitar, de alguma forma, a Luz.
O que será expresso então por uma frustração, por um medo intenso, até mesmo por uma retração do ego habitual.
Mas, não para passar no Coração, para sair mesmo do ego.
***
As duas situações, que são os dois extremos, estão relacionadas com o fogo do ego.
As manifestações, naquele momento, envolvem, é claro, o plexo solar e o 3º olho.
Ou seja, naquele momento, este fogo do ego vai se manifestar, aí também, pelos poderes, que se tornam assustadores, que se tornam a ocasião para sentir medo.
Ao passo que no ego invertido, no nível megalomaníaco, naquele momento irão ocorrer todo um conjunto de processos de identificação, na maioria das vezes de personagens históricos, se possível, importantes, ou mesmo muito importantes.
Chegando até a manifestar, para alguns seres, e bem conhecidos no país onde eu nasci (ndr: Índia), o que chamamos de princípio de identificação com um grande Ser, cujo nome mais conhecido, é claro, é ser um avatar.
Ou seja, um ser que se define acima de qualquer lei, porque ele vivenciou a Luz, que nada mais é do que o fogo Prometeico, o qual é confundido, naquele momento, na totalidade, com o Fogo do Coração.
Obviamente, naquele momento, não existe qualquer percepção do chakra do Coração, e menos ainda da Coroa Radiante do Coração.
Mas, sobretudo, uma percepção das emoções (das suas como do outro), e principalmente dos poderes espirituais que aparecem em grande quantidade e que vão, pouco a pouco, levar a alma a se afastar cada vez mais do Espírito e a assumir o controle através deste fogo, chamado de fogo do ego.
***
Então, é claro, o Fogo do Coração absolutamente não tem as mesmas características.
Não há retração do ego em meio a um mecanismo de estresse.
Não há megalomania, a identificação com algo superior.
Há principalmente a Paz que se instala, a Humildade, a Simplicidade, a recusa de qualquer apropriação, seja do que for (de uma pessoa, de uma ideia ou de alguma ligação), conferindo o que vocês denominaram, aliás, a Liberdade, a Autonomia total.
Mas em meio a esta Liberdade, a esta Autonomia, existe uma forma de Paz total, manifestada pelo Espírito, naquele momento, propiciando uma incapacidade do ser para confrontar, para se opor, para julgar.
O ser, naquele momento, é totalmente banhado na Luz.
Não existe mais qualquer jogo, da Sombra ou da Luz.
Há uma Transcendência total, neste caso, do ego.
E o estabelecimento, somente naquele momento, do que pode ser chamado de diversos Samadhi, as diversas Alegrias Interiores, que não são as alegrias do emocional, ou as alegrias do ego exaltado, ou o medo do ego retraído.
***
Neste espaço do Fogo do Coração, a Vibração é onipresente no nível do Coração.
Ou como um calor, ou como uma Presença, podendo por vezes ser percebida no exterior, quando sentimos o Si se dilatar no Interior de si.
Seja qual for a cultura, aliás: isso pode ser chamado de KRISHNA, de CRISTO, de MARIA, não importa, ou simplesmente de Luz.
Mas, em nenhum caso, esta dilatação do Coração irá se refletir por qualquer reivindicação, por qualquer apropriação, ou por qualquer medo.
Então, o Fogo do Coração se expressa, de algum modo, pela consumação do ego, refletindo-se cada vez mais pela Alegria.
E especialmente por esta desfragmentação, não situada na capacidade para os poderes espirituais (para ver o outro no astral, para manipular o astral, para ver o astral), mas, bem mais, em um sentimento de Completitude Interior, onde não pode existir qualquer espaço para alguma projeção, nem no espaço do sonho, nem no espaço de outra coisa senão o Si.
Isto se aplica, quando esta etapa é realizada aqui mesmo, a esta Dimensão onde vocês ainda estão.
Onde, naquele momento, a alma e o Espírito estão diretamente voltados para a Luz e se tornam cada vez menos identificados com este corpo, com suas funções.
Isso continua até chegar a manifestar períodos mais ou menos longos (comuns, aliás, a todos esses seres que vivenciaram isso), a manifestar esse Samadhi extremo.
Onde há uma extração total da personalidade.
Onde o ser pode permanecer, assim, sem comer, sem beber, sem nada fazer, simplesmente estando na Vibração da Luz.
Sem qualquer reivindicação, na Humildade e na Simplicidade mais total.
E isso pode durar, para alguns seres, meses, ou mesmo anos.
***
Obviamente, isso é profundamente diferente do ego agitado pelo fogo, que vai reivindicar, que vai querer a qualquer custo mostrar que ele é a Luz.
Ao passo que aquele que está na Luz estritamente nada precisa mostrar, já que ele é isso.
Toda a diferença vai, então, situar-se nesse nível.
Então, é claro, nas fases que existem agora sobre esta Terra, desde as intervenções deste ano de METATRON, muitos seres puderam ser levados temporariamente por esta ilusão da luz, onde a energia refluiu do ego para o 3º olho e acaba não se instalando no Coração.
Naturalmente, os poderes são extremamente sedutores, porque, neste nível, existem mecanismos muito precisos, permitindo ter qualquer poder e qualquer ascendência.
Aliás, eu acho que no ocidente vocês denominam assim: o sedutor, o usurpador, aquele que falsifica.
E que dá a ilusão da luz para aquele que ainda não está no Coração, de que o que está na frente dele, aquilo que está na frente dele, representa uma luz.
Na realidade, a Luz, como vocês sabem, e principalmente no Fogo do Coração, estritamente nada pode reivindicar.
Já que a própria reivindicação, seja do que for, em meio à Ilusão (visto que a pessoa, naquele momento, saiu da Ilusão), faz recair instantaneamente na Ilusão.
E a reivindicação do ego, ou a necessidade de reconhecimento do ego, é muitas vezes a causa deste fogo do ego.
A partir do momento em que o ego estiver Pacificado, a partir do momento em que o Fogo do Coração se manifestar de maneira mais intensa, o ego vai ter menos destaque.
Ele terá menos poder para intervir, ele terá menos poder para se manifestar, ele terá menos poder para reivindicar.
E, naquele momento, quanto mais o Coração elevar sua própria Vibração, mais os poderes se afastam, há menos capacidade real para compreender, até mesmo, os jogos de uns e outros em meio ao astral, porque a Visão então se torna totalmente o que é chamado de Visão Etérea ou Visão do Coração.
Esta é uma Visão que nada mais tem a ver com os jogos do ego, com os jogos de sedução e os jogos de função que podem existir na Ilusão.
***
Então, há uma diferença fundamental.
Obviamente, aquele que está no fogo do ego nunca vai querer enxergar.
Ele será levado pelas suas próprias emoções, pelas suas próprias exaltações, pela sua própria Ilusão do 3º olho.
E, em momento algum, ele poderá perceber ele mesmo de outra forma, senão no Fogo do Coração: aí está o paradoxo.
Ele vai falar, reclamar, manifestar-se (em um sentido ou outro, que não é aquele do Coração), enquanto que o Coração faz isso suavemente.
Ele vai falar, reclamar, manifestar-se (em um sentido ou outro, que não é aquele do Coração), enquanto que o Coração faz isso suavemente.
O Coração é um Fogo devorador, mas que devora a Ilusão da vida na Ilusão matricial, na Maya.
Assim, o Fogo do Coração confere suavidade, confere, não a indiferença, mas o verdadeiro Desapego de todos os problemas deste mundo.
Não existe qualquer reivindicação, seja do que for, no nível do Espírito.
O Espírito absolutamente nada reivindica como lugar, como papel, como função em meio a este mundo.
O Espírito apenas tem necessidade de ser ele mesmo, imerso em si mesmo, de algum modo, ou seja, na Beatitude e no que é chamado de Si.
***
Naturalmente, todos os seres que vivenciaram este estado são, às vezes, levados a descer, eu diria, de nível, a fim de poder testemunhar, a fim de poder escrever.
SRI AUROBINDO foi um deles.
Outros se isolaram.
Outros, ainda, recuaram de todas as formas de espiritualidade para encontrarem-se na sua Verdade, onde não existe possibilidade de conduzir si mesmo (como vocês dizem) no barco, ou de levar seja quem for no barco.
Isso efetivamente pode dar a percepção, do exterior, de alguém totalmente inacessível, totalmente impermeável.
E assim é, efetivamente, para as emoções.
O que não é uma indiferença, mas, bem mais, a verdadeira Vibração do Coração, onde simplesmente a própria Presença do ser é suficiente para emanar esta Luz, sem nada querer, sem nada solicitar.
Simplesmente o fato de estar neste estado, e somente neste estado.
O que explicava, por exemplo, durante a minha vida, quando eram por vezes obrigados a me fazer comer, quando, entretanto, achavam que eu tinha necessidade de comer ou de beber.
Mas é a Luz da Unidade que alimenta.
O Espírito alimenta.
O Espírito, quando ele está integrado, alimenta a alma e o Espírito, mas ele não pode ser possuído, nem pelo corpo, nem pela alma.
O Espírito permanece o Espírito.
Ele permanece o Espírito da Unidade, a manifestação da Unidade, da Humildade, da Simplicidade, onde não existe, ainda uma vez, qualquer vontade, qualquer medo.
É simplesmente um estado de ser que submerge e se funde, de algum modo, no Atman, ou Paratman, ou seja, no Todo, no Si e na própria Consciência Revelada que compreende que esta Consciência apenas é Uma com todas as Consciências, presentes aqui como em outros lugares.
Mesmo ela sabendo pertinentemente, e ela vendo pertinentemente, que as outras Consciências não têm consciência delas mesmas, no mesmo estado que ela.
Contudo, não existe, e eu insisto nisso, qualquer reivindicação do Espírito.
O Espírito É, por definição, e ele absolutamente não tem necessidade de reivindicar qualquer lugar, qualquer papel, qualquer função.
Exceto de deixar-se levar pela Luz, após ali estar Abandonado, e após ali estar, de algum modo, imerso.
***
Há então, realmente, uma perda da personalidade, uma dissolução da personalidade na individualidade, ou no Si, no Atman.
Muito além do corpo Búdico, muito além do corpo do ego.
Naquele momento, a alma está totalmente imersa nesta Vibração, neste Fogo.
E se manifesta, nele como ao redor dele, uma Alegria que eu qualificaria de irreprimível e incontrolável, ou seja, não é possível manifestar outra coisa senão esta Alegria, esta Paz, esta Humildade e esta Simplicidade, que são os sinais característicos dos Corações abertos, como ilustrado tão bem por algumas de minhas Irmãs, jovens ou mais velhas, durante sua vida.
Se tomarmos, por exemplo, HILDEGARDA (ndr: HILDEGARDA DE BINGEN), ela jamais reivindicou qualquer coisa.
Mesmo ela tendo recebido, tudo foi recebido, transcrito e escrito.
Mas nunca isso foi usado por ela, durante sua vida, para reivindicar algum lugar.
Assim, mesmo TERESA (ndr: TERESA DE LISIEUX), quando ela dizia, em sua vida, que ela queria o menor lugar, ela se fazia a menor possível, pois o seu Espírito tinha percebido que esta era a única maneira, neste Caminho da Pequenez, como ela dizia, de ascender à Totalidade.
***
É preciso compreender o fogo do ego e o Fogo do Coração, nos mecanismos da Consciência, como um princípio de vasos comunicantes.
Não pode haver, não pode existir, os dois ao mesmo tempo.
Quando um está cheio, o outro fica vazio.
E quando o outro é esvaziado, o anterior fica cheio.
E a diferença é flagrante, mesmo para um observador (que poderia, contudo, ser enganado pela sedução e pelos poderes, manifestados pelo fogo do ego), e não pode, em caso algum, enganar por muito tempo.
E a diferença, aliás, é que o fogo do ego literalmente consome a alma e o corpo.
E apenas pode se manifestar por um tempo relativamente curto, quando, naquele momento, o delírio vai se estabelecer para levar o ser a viver estados de confusão cada vez mais intensos.
O Fogo do Coração, quanto a ele, vai se refletir por um estado permanente de Paz, bem diferente da exaltação ou da retração do fogo do ego.
Esta Paz, esta Alegria, pode durar, como eu disse, e durar por um tempo extremamente longo, sem ocorrer qualquer alteração, tanto no nível do corpo como da alma.
Já que o Espírito, na totalidade, tomou posse.
Há Consciências que estão encarnadas, ou que tomaram um corpo, sobre este mundo (especialmente no século passado, e em sua parte final).
Os Melquizedeques experimentaram, a maioria deles, e outros seres encarnados, na totalidade, este Fogo do Espírito ou este Fogo do Coração, onde nenhum fogo do ego pôde imiscuir-se.
***
Então, é claro, o que foi dito, por exemplo, por um Melquizedeque como Mestre PHILIPPE DE LYON, ou por algumas de minhas Irmãs, é absolutamente fundamental no que se revela atualmente.
Pois o que está se revelando é um Fogo.
E este Fogo, como qualquer fogo, tende a se expandir.
Mas o fato de expandi-lo em todas as estruturas, e a partir realmente do que são chamados de chakras de enraizamento da alma e do Espírito, não é a mesma coisa do que manifestá-lo a partir do plexo solar.
Naturalmente, em um caso houve o Abandono à Luz, e no outro houve apropriação da Luz, mas absolutamente não o Abandono.
Mesmo se a Ilusão puder, à primeira vista, parecer sedutora, lembre-se de que o Fogo do Coração nada tem que reivindicar.
É preciso, pelo contrário, ser o menor possível em meio a esta Ilusão, em meio à Dualidade, para se tornar cada vez maior na Luz.
E, naquele momento, tornar-se Ancoradores da Luz, Emissores da Luz e não emissores do ego.
Então, é claro, este período é um período crucial, como vocês sabem, neste desdobramento da Luz, levando aqueles que estiverem no caminho, e que já vivenciaram uma das Coroas Radiantes, a manifestar, na totalidade, um ou outro destes fogos.
***
Obviamente, eu absolutamente não falo daqueles que ainda não vivenciaram nem o Fogo da Coroa Radiante da cabeça, nem da Coroa Radiante do Coração, nem do sacro.
Mas é preciso memorizar que este Fogo, esta Luz Vibral que se revela, este Espírito, deverá necessariamente penetrar em todos os corpos, em todos os seres humanos.
Então, é claro, se nem a cabeça estiver permeável, se nem o Coração estiver permeável, naquele momento, a Luz vai penetrar diretamente nos centros mais abertos.
Os seres que detêm o poder, nos quais o segundo chakra é predominante (através do seu papel, no seu poder sobre os outros, como através da sexualidade, ou da necessidade de ter ascendência sobre alguém, quer seja um indivíduo ou um país em sua totalidade), estes seres serão confrontados de maneira desmedida com este senso de poder, resultando, aí também, em uma megalomania total e em uma ilusão total do que é a Luz.
***
É nesse sentido que todas as preparações que, eu espero, vocês vivenciaram através deste canal (o que foi dado, o que nós demos, ou ao seu modo), irá permitir, em vocês, serem sábios e manifestarem esta sabedoria, indispensável para viver, na totalidade, o Fogo do Coração, a Humildade, a Simplicidade, os Quatro Pilares.
HIC e NUNC, ou seja, sistematicamente colocar-se de novo no Instante Presente.
Recusar tudo o que vier do passado.
Recusar tudo o que vier do futuro, mesmo em visões que ocorreriam de algo acontecendo em seu futuro.
É efetivamente muito sedutor, ao viver o Fogo do Coração, ter visões, ter projeções no passado ou no futuro, mesmo sem ali identificar de maneira formal.
Mas, se vocês aceitarem essas visões, se vocês aceitarem essas projeções, naquele momento, o Fogo do Coração vai ser trocado, em parte, pelo fogo do ego.
Então, cabe a vocês manter este Fogo do Coração, exercitando sua Consciência para esta vigilância, permitindo evitar os excessos, em um sentido ou no outro, permitindo centrar-se de novo, permanentemente, no Coração.
Isso pode ser feito pelas diferentes técnicas que lhes foram dadas, pela respiração, pela ativação das Trilhas, pela própria observação de sua Consciência, pois, tanto no fogo do ego como no Fogo do Amor, nos primeiros momentos, existe uma capacidade, estando em si, para se distanciar levemente de si para ver-se agir.
É nesses momentos que será preciso estar em uma forma de Atenção, de Intenção, de Ética, de Integridade, permitindo-lhes, o máximo possível, estar nesta Presença.
Pois é apenas na Presença que pode se difundir, ao máximo, a Luz em vocês.
E o Coração em vocês.
E o Estado de Ser em vocês.
***
É nesta condição que vocês poderão, pouco a pouco, imergir literalmente neste estado de Consciência de Turiya, até saírem totalmente de tudo o que fazia a Consciência separada.
E quanto mais vocês viverem isso, mais isso irá se tornar fácil, mais será fácil alinharem-se no Instante Presente, mais será fácil não mais desempenhar qualquer papel, mas ser simplesmente o Si, na Alegria do Ser, em um estado de Samadhi cada vez mais profundo e cada vez com mais Alegria, afastando-os de todos os jogos podendo existir em meio à Dualidade.
Todos os jogos de posse, todos os jogos os isolam, de algum modo, no ego e na certeza de ter chegado em algum lugar, pela Luz.
Mas não pode existir realização do estado de KI-RIS-TI senão pelo Fogo do Coração, total, e totalmente instalado no peito, permitindo-lhes viver a Humildade, a Simplicidade, tomando distância em relação à personalidade, o que não é, como foi dito, uma despersonalização ou uma perda da individualidade, mas, muito pelo contrário, um fortalecimento do Espírito: este Espírito que não está mais separado como algum outro Espírito.
***
Então, como um Espírito que se torna o Espírito poderia ter alguma aversão por outro Espírito ou por uma alma?
Como este Espírito que se tornou totalmente Luz poderia ver outra coisa e perceber outra coisa senão a Luz, além dos véus da Ilusão?
Como ele poderia ver outra Ilusão, uma Ilusão que não tem qualquer realidade para ele que está vivendo nesta Consciência do Coração?
A Unidade não é uma reivindicação.
É um estado de Ser.
É um estado de Alegria, é um estado de Fogo do Coração, refletindo-se por um sentimento de imensidão, onde efetivamente não há mais barreira.
E não é questão de dissociar seja o que for deste estado, mas, bem mais, de não mais interferir de algum jeito e cada vez menos, em meio à Dualidade.
É a este preço que acontece a passagem, na totalidade, da lagarta para a borboleta, uma expressão que nosso Comandante gosta muito (ndr: O.M. AÏVANHOV), e que é também o Comandante de vocês.
É a isso que vocês serão levados a observar, em vocês, como ao seu redor, todos vocês.
***
Vocês vão observar, efetivamente, os dois fogos - o fogo do ego e o Fogo do Coração - enquanto o desdobramento da Luz não for total, e enquanto o ser não tiver conectado com o Sol.
Como foi escrito nos textos antigos da Índia, aquele que realizou a Unidade é aquele que está no Coração e que viveu no Sol.
Ele realmente alcançou o Sol, ele realmente se fundiu com CRISTO, se vocês preferirem, ele realmente acolheu a Luz Branca, na totalidade.
E na Luz Branca não pode existir qualquer Sombra, qualquer jogo da Sombra e da Luz, tal como é percebido em meio à Dualidade.
Este estado é suficiente por si só, e absolutamente nada tem então que reivindicar para si, para a personalidade, em meio à vida que é vivida naquele momento.
Então, lembrem-se também de que o período que está se abrindo agora é um período extremamente curto, em relação à duração de uma vida humana normal.
E que, o que eu pude viver quando estava no corpo de MA ANANDA MOYI, quando eu era ela, eu vivenciei durante anos.
O tempo, eu diria, passado no Samadhi, deve ser tão importante, se não mais importante, do que o tempo empregado para estar no corpo do ego, para servir e para falar.
Hoje, isso vai se imprimir, de algum modo, em um tempo extremamente curto, já que isso se refere, como vocês sabem, a menos de um ano, a alguns meses.
***
Então, cabe a vocês ficarem vigilantes, pois a personalidade sempre estará aí, enquanto vocês ainda estiverem sobre este mundo.
Mas é a vocês, na Consciência, e estando conscientes, que convém saber o que vocês querem nutrir: continuar a viver o Espírito e nutrir o Espírito, para conduzi-los na totalidade, ou então desviar a energia do Fogo do Espírito, do Fogo do Coração, para o fogo do ego (ou fogo da alma, o que é a mesma coisa), a fim de manifestar alguma necessidade exterior do próprio ego.
É nesse sentido que será preciso estarem lúcidos e terem o olhar correto sobre vocês mesmos.
Mas também sobre tudo o que vai rodeá-los, pois vocês podem imaginar que o Fogo que está descendo é estritamente o mesmo para todo mundo.
É simplesmente o impacto que será diferente, conforme cada um.
O impacto poderá ocorrer pela cabeça e então se instalar.
Esta implantação, vocês sabem, ocorre, ou no nível do chakra do Coração, da Coroa Radiante do Coração, ou no nível dos dois Pontos denominados AL e UNIDADE (aí onde eu também estou colocada, é claro).
Ou então nos chakras de enraizamento da alma e do Espírito, que irão permitir, então, uma instalação harmoniosa da Luz em meio ao Espírito, a fim de viver totalmente a Unidade, e não mais viver, nem o medo, nem o contrário do medo que é o fogo do ego.
***
Obviamente, sequer é questão de julgar si mesmo no fogo do ego, mas simplesmente, simplesmente, tentar, nos primeiros momentos que vocês viverem isso, ter consciência e confiança para poderem Abandonar-se ainda mais à Luz.
É através desta possibilidade, que foi chamada de tomada de distância em relação a si próprio, que tudo vai acontecer.
Pois, a um dado momento (que talvez já chegou para alguns de vocês), vocês poderão desempenhar um papel, que é aquele de sua vida.
E vocês irão se aperceber de que vocês não são este papel, de que vocês não são esta pessoa (com tal idade, que está em tal corpo), mas que vocês são muito mais do que isso.
E é neste momento específico, seja qual for a intensidade que vocês viverem isso, que será preciso, naquele momento, optar pelo que vocês querem nutrir: o Fogo do Espírito ou o fogo do ego.
O Fogo do Espírito é o Fogo da Unidade, ou seja, não pode haver reivindicação em meio à Dualidade.
A Unidade nada tem a ver com a Dualidade.
A Unidade, eu diria, nada tem a ver com este mundo.
Pois, quando a Consciência está na Unidade, ela sabe muito bem e por completo, pois ela vive isso, que este mundo é totalmente uma Ilusão e uma projeção.
Na totalidade.
Não há então reivindicação, jogo de poder, jogo de posse, nem nada para mostrar no exterior.
Há apenas que mostrar si próprio, no Espírito.
Isso é profundamente diferente.
E desta atitude, ou não, que vai existir naquele momento, vocês irão demonstrar sua capacidade para manifestar o fogo do ego ou o Fogo do Coração.
***
O objetivo, lembrem-se, mais uma vez sem qualquer julgamento, mas simplesmente observando, será o de determinar, por sua vivência durante esses momentos, se vocês irão deixar-se no Espírito, ou se vocês irão deixar-se na alma.
É, de qualquer modo, uma Liberação da privação da Luz.
Mas vocês irão se tornar o que vocês criaram durante o período final deste tempo, onde vocês se tornam, como foi dito, Cocriadores de sua realidade e de sua Verdade.
Se sua Verdade estiver na alma, então vocês irão Criar uma alma, de novo, e um corpo.
Se sua Verdade for o Espírito, então vocês irão se tornar integralmente o Espírito e serão Liberados de qualquer elo com o carbono.
Uma vez mais, não há caminho melhor que outro, pois os dois pertencem à experiência, à experimentação.
Mas estejam bem lúcidos disso que vocês vão se engajar, nesta Liberação: ou o fogo do ego, ou o Fogo do Espírito, ou a Humildade e a Simplicidade que os levam ao Abandono total para viver isso, ou vocês optam por outra coisa.
Mas, aí também, será preciso, em qualquer caso, tomar consciência, nesses tempos reduzidos.
Então, é mais fácil tomar consciência quando há o Fogo do Coração, porque vocês estão sabendo disso.
É muito difícil quando há o fogo do ego, ou o fogo da retração do ego, pois, aí, leva mais a situações de sofrimento, de raiva, de Ilusão, que podem, em um primeiro momento, levar a acreditar, pela exaltação, ser o Fogo da Unidade e do Coração.
Mas isso não pode durar.
Então, mais do que viver formas de danos pessoais (onde a Luz é um Fogo, como vocês sabem, que queima o ego e que também queima a alma), é preciso estar vigilante.
Sem tornar uma obsessão, mas ver bem o que acontece para vocês como ao redor de vocês, nas interações entre os seres, nas interações com vocês mesmos, e nos diferentes estágios de si mesmo.
Lembrem-se também de que, quando o Fogo do Coração está aí, vocês estão nesta Alegria, onde tudo é pleno, onde nada pode estar vazio, onde não pode existir qualquer falta, onde não pode existir, ainda uma vez, projeção alguma.
Lembrem-se de que vocês também têm os meios de dirigir sua Consciência, simplesmente recusando tudo o que for projeção, recusando todas as visões que não forem a Visão do Coração ou a Visão Etérea, recusando qualquer projeção no astral, qualquer projeção na emoção.
Ao estarem simplesmente conscientes disso, vocês irão se aproximar, cada vez mais, de sua Humildade, de sua Simplicidade, e então da vivência, na totalidade, do Fogo do Coração e de sua Unidade.
***
Aí estão alguns elementos que, por minha Vibração AL, foi pedido para transmitir a vocês.
Em relação ao que eu acabei de falar, e somente em relação a isso, meus Irmãos e minhas Irmãs, se vocês tiverem perguntas, interrogações ou dúvidas, então eu tentarei responder da melhor forma que eu puder.
***
Pergunta: quando uma pessoa está no fogo do ego, em princípio, ela não tem consciência. O que é possível fazer neste caso?
Do exterior, absolutamente nada.
Pois aquele que quiser se opor, irá recair, ele também, mesmo tendo estado antes na Unidade, na Dualidade.
E então irá fortalecer o fogo do ego, pois o fogo do ego, sobretudo, não quer ser extinto.
Ele irá se extinguir por si só, quando ele for inteiramente consumado, no nível do corpo ou da alma.
Isso significa que, em geral, o metabolismo do fogo do ego, ao se tornar superaquecido, vai induzir uma série de perturbações fisiológicas que podem, aí também, infelizmente, serem interpretadas como da Unidade.
Como a incapacidade para dormir, a incapacidade para comer, uma temperatura corporal extrema, uma agitação que termina em exaustão e, na maioria das vezes, no que é chamado de delírio.
Vocês vão observar, cada vez mais, o emprego deste mecanismo, durante o período que vocês vão viver.
Entendam que não é a Luz que quer isso.
Do mesmo modo que o que vocês observam, hoje, como reação à efusão da Luz Branca (através dos vulcões, através do vento, através dos sismos, ou das organizações sociais, ou dos países), é apenas o resultado da falta de compreensão da Luz.
Não é a Luz que faz isso, mas, sim, os seres humanos, ou a Terra que está se liberando.
A Luz jamais será responsável por tudo isso.
A única coisa a fazer, vocês que estão Despertos, aqui como em outros lugares, é permanecer nesta Humildade, nesta Simplicidade, nesta vontade (não em uma vontade, mas nesta Atenção de vigilância), para não se deixarem levar por um passado ou por um futuro, seja ele qual for.
Mas centrar-se, cada vez mais, no HIC e NUNC.
Mas isso será muito ajudado pela ativação das Trilhas da Luz Vibral, no nível do sacro.
Porém, enquanto a efusão da Luz Branca e o desdobramento pelos Pontos AL e UNIDADE não forem totais, há efetivamente um risco de atrito, um risco de entusiasmo.
Mas tudo depende, ainda uma vez, da qualidade ou da quantidade de ego que é encontrada naquele momento.
Há testemunhas, é claro.
As testemunhas são o que eu disse: este calor do corpo que não é agradável, o fato de não mais comer, de ficar excitado, de perder a calma, de não encontrar a Paz, de não poder ficar tranquilo (em todos os sentidos do termo), são sinais que devem dar o alarme sobre o fogo do ego.
Entretanto, não se preocupem, quanto mais vocês se Abandonarem à Luz, e quanto mais vocês se deixarem trabalhar por sua Inteligência, menos vocês estarão sujeitos ao fogo do ego.
O fogo do ego é justamente aquele que recusa, em sua consciência, a deixar a Luz agir.
Se vocês deixarem a Luz agir, na totalidade, não há qualquer motivo para este fogo do ego nascer, ou aparecer.
***
Pergunta: isso é reversível?
Enquanto houver lucidez, sim.
Enquanto houver uma possibilidade de Abandono total à Luz, há, efetivamente, uma reversibilidade.
De qualquer modo, lembrem-se de que, seja qual for o fogo animando um ser (o fogo do poder, o fogo do ego ou o Fogo do Coração), de qualquer maneira, estes três fogos vão resultar na Liberação.
Mas não, todos eles, no mesmo tipo de Liberação.
***
Pergunta: esta expressão do Fogo irá se estender até o final desta Dimensão?
Sim, ele vai crescendo e aumentando.
Isso está articulado às manifestações da Terra.
O Fogo da Terra e o Fogo do Éter, o Fogo do Céu, são as ilustrações em seu corpo, já que o que vocês observam no exterior é exatamente o que acontece em seu Interior.
***
Pergunta: quando o ego ainda se prender, pelo fato de estarmos separados da FONTE, como superar isso sem combater?
O combate reforça a separação, sem exceção.
Pois o combate, a reação, mantêm a Dualidade.
O problema não é saber como, já que a única maneira é viver o Abandono.
E o Abandono é realmente esta Crucificação que vocês têm que viver.
Esta terceira passagem pela Porta, é isso aí, quando vocês abandonarem totalmente todos os papéis, todas as funções, tudo o que não for do Espírito, a fim de realizar o Espírito, aqui.
***
Pergunta: quando as manifestações do Fogo do Coração provocarem dor, talvez seja difícil permanecer concentrado no Fogo do Coração. Como fazer neste caso?
Minha Irmã, eu irei responder que, no Fogo do Coração, nenhuma dor pertence a você.
E ela não pode, em caso algum, ser um obstáculo.
Ela é percebida como uma dor, sentida como uma dor, mas a Consciência está além desta dor, no Fogo do Coração.
É bem conhecido que o ser humano, quando ele vive uma dor extremamente forte (como em um campo de batalha), a um dado momento em que a dor se torna intolerável, muitos seres humanos descrevem, naquele momento, que eles não são mais esta dor, que eles não são mais este corpo.
Há, de algum modo, uma sideração dos sinais ligados a uma situação de emergência.
Este processo é exatamente o mesmo que é vivenciado quando há o Fogo do Coração.
Assim como vocês não são este corpo (eu não vejo como, não sendo este corpo), vocês não podem, de forma alguma, ser o sofrimento que se manifesta neste corpo, já que vocês não são a consciência deste corpo.
O que é vivenciado em situações de emergência, em casos então específicos, encontra-se, do mesmo modo, no estado da Consciência Turiya, ou na Unidade.
Naquele momento, o corpo está totalmente insensível.
A dor, mesmo sendo percebida vagamente, em alguma parte, na Consciência, absolutamente não pode ser evidente e assumir o controle.
Dessa maneira, então, se houver dor neste corpo, durante o estabelecimento do Fogo do Coração, isso corresponde às últimas Sombras que estão sendo eliminadas pela influência da Luz.
Mas, de qualquer modo, aí também, é preciso não mais se identificar com a dor.
Não é negando uma dor que ela vai desaparecer, isso vocês todos sabem.
Mas é ao se tornar esta Consciência Unitária que a dor não pode mais afetá-los, no nível da própria Consciência.
Os centros da dor, naquele momento, se tornam inoperantes.
***
Pergunta: não há um paradoxo entre o fato de não mais se identificar com o corpo e as manifestações corporais que há nos Samadhi, como o fato de não mais comer?
No Samadhi, há efetivamente a possibilidade absoluta de não ingerir mais nada.
No fogo do ego, também há, por consumição, o fato de não mais comer.
Mas o resultado não é, de qualquer maneira, o mesmo.
***
Pergunta: a Consciência então não está centrada no mesmo local?
Não. A consciência do ego está centrada no ego.
A Consciência da Unidade, além do Fogo do Coração, justamente não está centrada em lugar algum.
Ela é onipresente por toda a parte.
O que é uma diferença fundamental, aí também.
Aquele que vive a Unidade, é tanto a árvore, como a criança que acaba de nascer do outro lado da Terra, como o Sol, como todo o resto.
Isso não é uma visão particular da mente, ou um pensamento, ou um conceito, mas é a estrita Verdade.
***
Pergunta: qual é a atitude mais correta frente a pessoas que estão no ego?
Permanecer no Coração.
Pois aquele que permanece no Coração, e ao ser confrontado com um ego, em nome do que seria afetado por uma Ilusão?
Já que, justamente, ele saiu da Ilusão.
Lembrem-se do que foi dito por vários intervenientes: a consciência do ego está situada em um espaço, em um local, que é este corpo, nesta vida.
A Consciência do Espírito não está em parte alguma, e está por toda a parte.
***
Pergunta: então é impossível se deslocar? Isso seria, de algum modo, uma posição onde o corpo está parado?
Em qual situação?
O que é que se desloca?
Se o corpo está parado, a Consciência podendo estar por toda a parte, ela está neste corpo, como no Sol, como em outro corpo.
Ela está justamente em deslocamento total, já que ela não está mais localizada.
Eu os lembro de que é a isto que vocês serão levados.
De que é exatamente isto que vai acontecer através do Fogo do Espírito que está se vertendo.
Quando se diz que vocês estão saindo da limitação, da divisão, isso não é uma invenção da mente ou um discurso.
Apreendam bem que esta é a estrita Verdade da Consciência.
***
Pergunta: poderia expor com mais detalhes o fogo do ego negativo, um termo que teria sido empregado?
O ego negativo corresponde a outra especificidade do fogo do ego que, diante deste Fogo e diante da Luz, ele se retrai.
O medo, naquele momento, torna-se enorme.
Há um estresse, uma tensão, pois o ego tem medo de morrer.
Então aí, evidentemente, não é questão deste ego se apropriar do Fogo, porque mesmo isso, isso lhe dá medo.
Deste modo, então, vai se manifestar um ego negativo.
Este ego negativo vai dizer: eu não sou digno, eu sou indigno, este não é o momento.
O medo, a ansiedade, vão então se manifestar.
É a situação exatamente contrária da exaltação.
Mas é também o que pode ser chamado de fogo do ego negativo.
Este fogo não está mais voltado para o exterior, mas para o interior, do próprio ego.
E ele vai corroer, de algum modo, e vai consumir, de maneira menos evidente do que um ego no fogo do ego clássico.
Mas vai levar a uma negação, até mesmo, e não a uma Transcendência.
Uma negação da Luz, um medo da Luz.
E a um confinamento no medo, e na retração.
Há então, naquele momento, também uma consumação, mas ela ocorre do interior, ou seja, pelo corpo.
E não mais pelo próprio ego, ou pela alma, ou seja, pelas manifestações do comportamento, das emoções, do excesso de mental, mas por uma consumação interior no nível do corpo, que vai corroer, de algum modo, o fígado, o baço.
O ser se corrói do interior, ele mesmo.
É então uma consumação interior.
Neste caso, há o medo de Ser, ao passo que no outro caso, na consumação exterior, há o medo de não ser.
Tudo se resume a um medo.
***
Nós não temos mais perguntas, nós lhe agradecemos.
***
Meus queridos Irmãos e minhas queridas Irmãs, todo o meu Amor é ofertado a vocês.
Vão em Paz, pois o que vem é uma grande Alegria, mesmo se por enquanto, para alguns de vocês, o mental ficar paralisado com este Desconhecido, onde a emoção pode prevalecer.
Lembrem-se de que, em última análise, há apenas que deixar a Inteligência da Luz se revelar, não interferir, de uma maneira como de outra.
E se vocês fizerem isso, se vocês aceitarem isso, tudo irá ocorrer da melhor forma possível, e o Espírito irá se revelar em toda a sua majestade.
É a partir do momento em que a personalidade quer assumir (suas próprias emoções, seu próprio destino) que as coisas dão muito errado.
Esqueçam as leis deste mundo, esqueçam as leis da predação, esqueçam as leis da competição, esqueçam os medos.
O que está chegando é o Amor, na totalidade.
Então, o que temer?
O temor sempre virá do ego, do mental ou da emoção, jamais do Espírito.
Com todo o meu Amor.
Até um próximo dia.
************
Mensagem da Amada MA ANANDA MOYI no site francês:
11 de julho de 2011
***
Tradução para o português: Zulma Peixinho
************
0 comentários:
Postar um comentário