- Intervenção da Estrela REPULSÃO -
"Lembrem-se de que é justamente durante este período que a pacificação, devido à própria Luz, paradoxalmente, será mais fácil."
~ PACIFICAR-SE ~
Eu sou HILDEGARDA DE BINGEN.
Meus Irmãos e minhas Irmãs, que o Amor esteja em
vocês.
Recebam a Paz.
Eu falei, faz algum tempo, da minha experiência de
acesso à Luz.
Gostaria, hoje, no mesmo espírito dessa tensão da
Intenção, levá-los a compreender e a experimentar a expressão: «pacificar-se».
Pacificar-se porque, efetivamente vocês têm também,
em vocês e, sobretudo neste período, todos os meios, em vocês, para manifestar
a Paz e, sobretudo para empreender esse caminho para a Paz, quaisquer que sejam
as circunstâncias de suas vidas.
Pacificar-se, de fato, nos tempos que vocês estão,
é o meio para permanecer em si, desprovidos de reações, desprovidos de emoções
que podem conduzi-los a sair do que vocês são.
Então, do mesmo modo que expliquei meu despertar,
vou dar-lhes os meios que me parecem adequados (porque eu os vivi) para manter
um estado de calma, um estado em que vocês não são tributários de seus
pensamentos, de suas emoções, em suma, das circunstâncias exteriores de suas
vidas, a fim de evitar viver estados que possam afastá-los, com danos, do seu
Coração e do que vocês são.
Então, pacificar-se vai recorrer a algumas coisas.
A primeira dessas coisas é compreender que o ser
humano, que está inserido na encarnação, vê toda sua vida e todos os elementos
de sua vida condicionados por uma única coisa, que foi chamado, de maneira
geral, de ação e reação.
Toda ação que vem do exterior, qualquer que seja a
origem (um Irmão, uma Irmã ou uma circunstância) vai sistematicamente levá-los
a reagir ao que se manifesta, a adaptar-se, aparentemente, às circunstâncias ou
às pessoas.
É assim também o pensamento.
De fato, um evento vem dar um sinal, pelo que é
visto, pelo que é ouvido, pelo que é pensado, e esse sinal chama uma reação,
ele também.
Geralmente as reações do Homem são espontâneas.
Elas são espontâneas, mas procedentes da
experiência, dos condicionamentos, dos estudos, e visam, de modo sistemático,
implicá-los, no exterior, no que é chamado de vida e sua vida.
***
Como nós esperamos que vocês compreenderam e vocês
viveram, nós insistimos, desde longo tempo, sobre a diferença entre o estado de
ação/reação e o estado de Graça.
O estado de ação/reação os leva, inevitavelmente,
na roda da vida exterior, aparente, manifestada, implicando-os na ação, na
reação, no bem, no mal, permanentemente, em cada pensamento, em cada
comportamento, em cada movimento.
A ação de Graça é completamente outro estado
(fazendo-os sair da ação/reação e penetrar as esferas do ilimitado, as esferas
da beleza), ligado ao Coração e ligado ao seu estado Interior que se desacopla,
de algum modo, de qualquer exterior.
O que não quer dizer que haja um desinteresse ou
uma renúncia, mesmo se, em minha época foi o que vivi, de algum modo.
Mas essa renúncia exterior desemboca numa visão
Interior e que vai permitir, para alguns, dar ao mundo, ou seja, ao exterior,
tudo o que é procedente, justamente, dessa beleza, do Amor e da Graça.
Sem ir até lá, hoje, o que vocês têm a viver, o que
se vive sobre a Terra vai impeli-los, de maneira inegável, a reagir.
***
Essa reação pode ser procedente, como eu o disse,
da sua educação, do modo de agir natural nesse mundo, mas também e agora, de
reagir sendo arrastado pelo pensamento coletivo, o medo coletivo, pelas emoções
coletivas.
É justamente a isso que vocês devem escapar para
manter a sua Paz, para criá-la, e aproximar-se cada vez mais da sua Graça, a
fim de viver e estar na Paz Interior e não na ebulição das emoções, do choque,
do qual falou o Bem-Amado Sri Aurobindo.
Então, pacificar-se é já compreender todos os
mecanismos da vida, quaisquer que sejam, que são sempre, em última análise,
apenas procedentes, permanentemente, da ação e da reação.
Alguém lhes testemunha uma atenção, vocês ali
respondem por uma atenção.
Alguém os agride, vocês ali respondem por uma
agressão ou então por uma fuga.
Mas isso implica, necessariamente, numa reação,
qualquer que seja.
Não é questão de julgar a reação como boa ou má,
mas é, sobretudo importante conscientizar que está aí o próprio princípio da
reação que os mantêm na Ilusão.
***
A primeira das coisas a compreender e a operar,
para pacificar-se, é justamente desacoplar-se, si mesmo, das suas próprias
reações.
Então, é evidente que é mais fácil, às vezes, do
que em outros casos.
Vou tomar um exemplo: alguém o agride fisicamente.
Se, obviamente, ele é muito mais forte ou armado do
que você, você tentará tomar a fuga.
Mas se essa agressão, por exemplo, torna-se verbal,
a espontaneidade do ego e da personalidade vai levá-los a responder e a reagir
imediatamente criando, com isso, o círculo vicioso da ação/reação, próprio
princípio da vida alterada desse mundo.
A problemática é que a razão, o mental e a
inteligência limitada evoluem, também, do mesmo modo. São os mesmos princípios
da educação que visam condicioná-los a compreender essas leis de ação/reação,
seja ao nível da História, da língua francesa ou de outras línguas, ou através
de uma pronúncia (vocês sabem como escrever uma palavra, onde colocar os
acentos), decorre inexoravelmente e sempre do mesmo processo.
Ora, a vida sobre a Terra, condicionando,
condicionou-os, e a nós todos, a aplicar regras, que elas fossem de
conveniência, que elas fossem físicas, que elas fossem simplesmente de relações
entre os seres, que são sempre procedentes dessa mesma lei de ação/ reação.
A
ação/reação não pode jamais conduzir à Paz.
Ela pode conduzir a um equilíbrio e a um sentimento
de satisfação, afetivo, emocional, mental ou de segurança na vida, mas ela não
desembocará jamais na Paz Interior, ela não lhes permitirá jamais pacificar-se.
Para isso é preciso entrar na ação de Graça.
Ou seja, a ação que é procedente unicamente do
Interior e que não depende de modo algum de qualquer circunstância exterior, de
qualquer condicionamento, de qualquer emoção ou de qualquer pensamento.
***
A maior parte do tempo os seres humanos tendo
reações no nível do mental não encontram a Paz e têm dificuldade, mesmo vivendo
as experiências de alinhamento, a manter-se nesse estado, justamente porque o
mental buscará sempre reagir a tudo e, em prioridade, aos seus estados
Interiores que são um perigo para ele.
Mas de tudo isso vocês sabem.
O que eu gostaria mais que me ouvissem é sobre os
elementos que vão lhes permitir, justamente, pacificar-se, aprender a viver e
Ser e manter-se na Graça ao invés da ação/reação.
A primeira coisa fácil, a priori, a
levar a efeito (mas se tornará cada vez mais, se vocês nisso pensam) é
simplesmente, qualquer que seja a ação que é empreendida pelo exterior, ou por
seu próprio Interior limitado, consiste em desacoplar sua própria reação do
tempo.
Em geral, a reação situa-se sempre no mesmo espaço
e no mesmo tempo.
É, de fato, uma situação ou um ser agindo no tempo
que vocês vivem, que será o mais sujeito a provocar, em vocês, reações
imediatas espontâneas.
São estas as mais virulentas, são estas que os
afastam da Paz, porque tendem sempre a afastá-los do instante presente, mesmo
se elas são vividas no instante em que vocês a vivem.
A primeira coisa a fazer será, portanto, se isso é
analisado, deslocar a reação num outro tempo.
Esse outro tempo ou esse outro espaço vai lhes
permitir escapar ao próprio condicionamento da ação/reação.
E se vocês conseguem deslocar, no tempo ou no
espaço, o que era imperioso e parecia-lhes importante, parecer-lhes-á, então,
fútil e totalmente inútil.
***
Isso necessita de uma vigilância.
Então, é claro, essa vigilância será mental, em um
primeiro momento.
Mas vocês constatarão muito rapidamente que isso
vai fazê-los tomar uma forma de distância sobre suas próprias ações e reações,
sobre seus próprios condicionamentos, sobre suas próprias emoções, sobre seus
próprios mecanismos de pensamentos.
Isso será já um passo enorme.
Porque, observando o mecanismo e saindo do
mecanismo, exteriorizando-o, de algum modo, vocês tomam consciência de tudo o
que era instintivo e impulsivo em vocês, mas que não vinha, em definitivo,
certamente não de vocês, mas de hábitos, de condicionamentos situados ao nível
da personalidade.
Haverá, portanto, através desse deslocamento no
espaço ou no tempo, uma percepção mais nítida do que é a personalidade e desses
mecanismos de ação e de reação na vida corrente, permitindo-lhes, assim,
compreender e viver que existem, em cada ser humano, dois mecanismos distintos
de funcionamento: um que é procedente dessa ação/reação e o outro procedente da
ação de Graça.
***
Então, em relação a um evento localizado no tempo
ou no espaço, se vocês conseguem desacoplar dele, compreender os mecanismos e
observar esses mecanismos de desacoplagem, se vocês os aplicam, vocês vão,
muito naturalmente, afastar de vocês a ação/reação e isso em todos os setores
de sua vida.
É claro, isso estritamente nada tem a ver com a
passividade ou a indiferença.
Então, é claro, existem situações imediatas,
colocando em jogo sua própria vida ou sua própria integridade onde, aí, é
claro, é preferível agir de imediato.
Se
vocês põem a mão no fogo, vocês retiram a mão do fogo instantaneamente.
Mas se vocês observam efetivamente as reações do
conjunto de vidas humanas, esse gênero de situações, no curso de um dia, é
extremamente raro e limitado em relação aos conjuntos de reações que são
efetuados, devido mesmo à lei de ação e reação.
Essa lei de ação e reação manifesta-se para todos
os atos de nossa vida quotidiana, sem exceção.
É, portanto, muito fácil, com relação a isso, criar
circunstâncias propícias à observação desses mecanismos que, vocês constatarão
muito rapidamente, no espaço de alguns dias permitir-lhes-ão apreender o que é
da ordem da ação/reação (e, portanto, procedente de construções da
personalidade, do ego, quaisquer que sejam as estratégias) e o que é construído
mais de sua própria decisão, de sua própria ideação e não de uma reação.
***
Mas tentem já, que seja apenas com relação a isso e
ao conjunto de consequências que chegam, colocar-se não na reação, mas adiar,
no tempo, qualquer reação.
Se vocês fizerem e praticarem isso, vocês irão se
aperceber muito, muito rapidamente de que o mental, os pensamentos vão se
afastar e de que, curiosamente, vocês vão reencontrar-se na Paz.
Isso
se refere tanto à sua própria vida como às próprias circunstâncias do seu
ambiente.
Porque, é claro, quando um evento chega que vai,
por exemplo, privá-los de seu trabalho, imediatamente vem o medo da falta, a
incerteza do futuro, a incerteza do amanhã.
E então, naquele momento, a reação intervém,
conduzindo comportamentos, estratégias que os afastam sempre mais da Paz e de
sua própria pacificação.
Pacificar-se é já analisar esse processo,
implementá-los ao nível da experiência e dele ver os efeitos.
Então, primeiro deslocando a reação, porque, se
vocês mantêm uma reação no instante e no espaço que é instantâneo, vocês
manterão essa reação permanentemente, a cada minuto, cada dia.
Isso girará, de algum modo, como uma espécie de
círculo que, pouco a pouco os invadirá e os afastará, cada vez mais, da Paz, e
vocês não poderão mais pacificar-se.
Vocês ali chegarão, certamente sempre, devido mesmo
a essa Luz, em seus espaços de alinhamento, mas vocês perderão muito
rapidamente o efeito e a eficácia na vida comum.
Ora, são justamente todos os elementos dessa vida
comum que, agora, desaparecem e vão desaparecer cada vez mais rapidamente.
Então, o que vocês farão naquele momento?
A questão, em contrapartida, vocês devem colocá-la
agora, antecipadamente.
Não para ali aportar soluções, porque não haverá
nenhuma.
A única solução será Interior, nós sempre o dissemos,
umas e outras, uns e outros.
Mas preparem-se, já, para aceitar a solução
Interior como a única possível.
***
Naturalmente, a personalidade vai tudo fazer para
afastá-los desse aspecto ridículo do Coração ou do Interior, enquanto isso não
for vivido.
Cabe a vocês decidir, mas cabe a vocês estar
lúcidos, também, sobre suas próprias escolhas.
Suas escolhas são ditadas pela ação/reação ou são
ditadas, realmente, por um retrocesso suficiente do evento e do choque que ele
representa?
O importante de pacificar-se agora é também
diretamente procedente de um mecanismo que foi perfeitamente descrito, seja nos
calendários bem conhecidos ou no que a Terra já lhes mostra desde alguns anos.
É essa aceleração considerável do tempo, como se os
eventos, os fatos se tornassem cada vez mais importantes, cada vez mais
aproximados, cada vez mais intensos e violentos.
O mesmo processo acontece exatamente em vocês.
Exatamente.
Porque, dentro e fora, em última análise, são a mesma
coisa.
O que vocês veem fora acontece exatamente do mesmo
modo em cada um de vocês.
O abrasamento do Céu e da Terra é o abrasamento do
seu Coração, da sua terra (o sacro) e da sua cabeça, o seu Céu.
Não é uma analogia, mas é uma perfeita
sobreposição.
***
Então, é claro, esse abrasamento não tem os mesmos
efeitos, conforme o seu ponto de vista, a sua consciência, situar-se no nível
da personalidade ou no nível do Coração.
No nível da personalidade haverá sempre reação,
medo, o que alguns chamaram o fogo do ego, enquanto que ao nível do Coração
haverá o Fogo do Coração e ainda mais Paz, ainda mais Amor e ainda mais
lucidez.
Mas estar no Coração quer dizer, também, passar a Porta
Estreita, que corresponde ao 8º Corpo.
Passar do ego ao Coração faz-se pela Porta
Estreita.
É um novo nascimento que acompanha essa passagem.
Alguns de vocês não fizeram ainda essa passagem,
por uma razão que é muito simples.
A energia, a Consciência segue nos dois sentidos:
de alto a baixo e de baixo ao alto.
Alguns fizeram esse movimento de baixo ao alto.
Eles já têm, portanto, a percepção do Coração.
Outros, em contrapartida, fizeram o trabalho do
alto ao baixo e não chegaram ainda no Coração, o que cria uma diferença na
percepção da ação/reação e na percepção da Graça, mas também na manifestação da
ação/reação e da Graça.
***
O mecanismo de pacificação, qualquer que seja seu
caminho para si, permitir-lhes-á, efetivamente, mudar de ponto de vista muito
mais facilmente.
Então, deslocando a reação no tempo e no espaço,
não é para dar-lhes tempo para refletir ou para analisar uma situação exterior,
mas é para fazê-los pensar que, seja o que for que lhes acontecer, individual
ou coletivamente, levem tempo, levem tempo para alinhar-se naqueles momentos e
esperar, aqueles para quem é possível, a resposta do Coração e, para os outros,
simplesmente, colocar-se na distância dessa famosa ação/reação, apreender os
prós e os contras, e vocês verão que, se vocês deslocarem no tempo e no espaço,
naquele momento as reações não serão mais reações.
A reação ao frio é algo de muito mais raro.
Lembrem-se, por exemplo, da própria natureza das
emoções do ser humano quando, por exemplo, há o que vocês chamam de ruptura
afetiva.
No momento um e o outro, por vezes um, por vezes o
outro, por vezes os dois, quer ao outro e entram, então, estratégias de
violência, de raiva, de rejeição, de recusa que vão durar certo tempo e que,
inevitavelmente, ao final de um tempo, variável conforme os indivíduos e
variável também conforme a intensidade da energia que terá sido gerada na
ação/reação, vocês se apercebem comumente que há realmente, naquele momento,
uma indiferença que começa a aparecer.
Mesmo se existir uma ferida, ela vai, com o tempo,
como dizemos todos, cicatrizar.
***
É, portanto, efetivamente a ação/reação que gera,
no fogo do ego, a própria ferida, o sofrimento, o medo, a falta, e isso é
válido tanto para o afetivo como não importa qual situação do ser humano, sem
exceção.
É a distância, o tempo que se escoa que vai
permitir cicatrizar (em parte ou completamente) um traumatismo, qualquer que
seja.
Hoje é completamente diferente ao nível da Terra,
porque vocês não têm mais tempo.
Vocês terão cada vez menos tempo, devido à
aceleração do tempo, para implementar esse processo de cicatrização habitual
concernente não importa a qual ferida e traumatismo do ser humano.
O único tempo que vocês podem encontrar, e que
vocês encontrarão cada vez mais facilmente, é no Interior de si mesmos,
pacificando-se.
***
Pacificar-se é, portanto, a melhor estratégia de
adaptação para o que vem e para o que está.
Pacificar-se permite também liberar-se dos seus
condicionamentos, dos seus medos e, portanto, ir ao coração.
Porque é impossível, quando vocês estão na reação,
chamar a sua personalidade para estabelecer-se no Coração.
Quando vocês vivem a reação, vocês estão na emoção,
vocês não estão no Coração, mesmo se, justamente, numa ruptura afetiva, vocês
reivindiquem o amor e a ferida de seu amor, enquanto que é apenas uma ferida do
ego.
Porque se fosse uma ferida do amor, ela seria a
mesma, mesmo dez anos depois.
Isso leva a reconsiderar o que é chamado o amor
numa relação entre dois seres que é, de fato, apenas ligado a um apego e a uma
posse.
A personalidade vive no apego e na posse.
Tudo de que ela é privada vai provocar uma reação.
Então, os humanos vão dizer: «tem-se o direito de
viver, de respirar um ar puro, de comer alimentos sadios» e é claro, tudo isso
vai desaparecer.
Vocês imaginam efetivamente que a personalidade vai
permanecer imóvel frente a tudo isso?
***
Enquanto a encarnação estiver presente, vocês têm,
todos vocês, uma personalidade, mesmo ela transcendida pelo Fogo do Coração,
mas o fogo do ego pode sempre aparecer.
É nesse sentido que é importante compreender e
assimilar o que eu acabo de dizer, a fim de ir para sua própria pacificação e
empreender sua pacificação.
Não há ninguém mais além de você mesmo que pode
empreender isso.
Nenhum medicamento poderá fazê-lo.
Nenhuma pessoa exterior a você poderá fazê-lo.
E ainda, eu falo de feridas e de choques habituais
conhecidos.
Eu não falo mesmo da irrupção brutal e cada vez
mais intensa da Luz.
Brutal para a personalidade, não para o Coração.
Tudo isso vocês vivem nesse momento mesmo, como o
Grande Comandante disse, os Tempos são agora.
***
Então, também aí, eu os remeto às palavras do
Comandante: qual ponto de vista adotar, Interior ou exterior?
Lagarta ou borboleta?
Porque é, em definitivo, unicamente disso que se
trata.
O ser humano, mesmo no caminho espiritual, gostaria
efetivamente de permanecer na lagarta e tornar-se borboleta mesmo assim.
Isso é impossível, vocês sabem.
A ação/reação, as emoções, o mental, os
condicionamentos, os medos, o choque, mantêm vocês de maneira inexorável em sua
própria personalidade.
Vocês não são capazes de tomar a distância em
relação ao que se manifesta.
E, portanto, vocês estão submissos, totalmente, a
algo que não é a Luz.
Aí está o sentido do que eu gostaria de dizer.
É fazê-los refletir nessa noção de ação/reação,
desacoplando-se dela e, portanto, permitir-se pacificar-se a si mesmo.
Lembrem-se de que é justamente durante este período
que a pacificação, devido à própria Luz, paradoxalmente, será mais fácil.
Vocês têm também exemplos importantes, de seres
humanos que, quando de uma catástrofe coletiva, vão reencontrar os verdadeiros
valores humanos porque, justamente, tudo o que é exterior terá desaparecido: a ajuda mútua, o verdadeiro amor, o serviço
espontâneo.
Quando vocês estão naquele nível, aqueles que
puxavam os cordões não se interessam mais por vocês, porque vocês não são mais,
para eles, um alimento.
Vocês estão no Coração.
Mas é preciso ali chegar, até esse estado e essa
etapa.
Aí está o que tinha que transmitir.
Se houver, em relação a essa pacificação,
questionamentos, então quero efetivamente tentar responder também.
Eu os
escuto.
***
Questão:
vivemos como na Mahabaratah,
onde os deuses puxam os cordões?
Aqueles que puxam os cordões não são absolutamente
deuses.
Eles se tomam por Deus.
Deus, se o pudermos dizer, são vocês.
Eles inverteram totalmente as coisas.
Mas isso não tem mais qualquer espécie de
importância.
Não coloquem mais sua Atenção nisso, porque vocês
os nutrem do mesmo modo.
E vocês mantêm, do mesmo modo, a Dualidade.
***
Questão:
deve-se desinteressar pelo exterior e permanecer centrado no Interior, para
encontrar essa Paz?
Compreenda bem, meu Irmão, que cada um compreenderá
essa fase no próprio nível.
Alguns vão se colocar a questão, então, de não mais
ir ao trabalho, de não mais ser fiéis, de não mais importar-se, de algum modo,
o que seria, aí também, um erro funesto, porque seria uma visão exterior de um
processo Interior.
Cada um faz o que lhe dita a própria consciência,
mas o que vocês devem compreender é que tudo o que é exterior vai, realmente,
ser apagado pela Luz.
A Luz torna-se palpável.
Seus efeitos, vocês os percebem.
Ela se torna cada vez mais onipresente e essa
onipresença vai conduzir ao desaparecimento de tudo o que não é ela.
Tudo o que foi, como vocês sabem agora, projetado
ao exterior, por um processo de queda no bem, no eixo atração/visão e,
portanto, pelos olhos, o que é dado a ver, vai desaparecer.
O processo de projeção cessa.
***
Questão:
podemos atingir a dissolução total do ego antes da dissolução final?
Sim.
Isso se chama, em vocês, eu creio, a Fusão dos
Éteres, a ativação do canal ER-ER e AL-AL.
Naquele momento, o ego se dissolve.
Ele lhes serve apenas para manter uma aparência que
vocês sabem que é apenas uma aparência.
***
Questão:
quando me sinto desestabilizado eu repito a frase: «Eu me dou a Paz». Essa repetição
dá mais efeito do quando eu digo apenas uma vez. Por quê?
A repetição é o próprio processo do
condicionamento.
Vale mais condicionar-se para viver a Paz do que
outra coisa.
***
Questão:
como utilizar o melhor possível essa frase?
Isso está no próprio enunciado: repeti-la várias
vezes.
Mas, eu repito, penso que é mais importante tomar a
distância em relação ao que é vivido, no momento em que se está
desestabilizado.
Porque repetir, ainda uma vez, «eu me dou a paz»,
como eu disse, sem jogo de palavras, é também um condicionamento, mesmo se é
mais agradável do que outros condicionamentos.
Isso não põe distância entre a desestabilização que
é vivida e a solução a mais adequada a aportar para ser pacificado, que acabo
de dar, que é deslocar sua reação, sua própria reação, no tempo e no espaço,
dado que o ser humano, de maneira natural, é condicionado por sua reação do
instante e identifica-se à sua reação do instante.
Então, efetivamente, repetir a frase que você acaba
de dizer permite limitar o condicionamento por outro condicionamento.
Aquilo de que falei é um pouquinho diferente, uma
vez que consiste, também (mas você pode muito bem fazer os dois ao mesmo tempo)
em considerar que você se dá a Paz e, a partir do momento em que você sentir
que a desestabilização solta, naquele momento, adiar a reação para mais tarde.
O mecanismo não é de modo algum o mesmo, mas eles
podem completar-se.
***
Questão:
deveremos encarar o que acontece como um espectador, sem investimento
emocional?
Sim, mas naquele momento, quem é espectador ou,
mais comumente, quem é o observador?
É a própria Consciência.
Ora, a Consciência, nessa atitude, vai diferenciar
o que se chama sujeito e objeto.
Diferenciando sujeito e objeto há Dualidade e não
há integração da Unidade.
Há, de fato, dois processos que podem se seguir no
tempo, que são aquele que você definiu, como espectador e observador, tomar
consciência de que efetivamente há um observador.
Chega outro momento que é aquele em que não há mais
distância e mais separação entre o que é observado e o observador, o que se
chama de sujeito-objeto.
***
Questão:
aceitar que as coisas «sejam assim», permite viver esse deslocamento?
Na condição de que isso não seja uma submissão ou
uma resignação, sim.
***
Questão:
como favorecer o desaparecimento do «Eu», que continua a colocar palavras no
que é vivido?
Cara Irmã, não eu posso resumir isso em dois
minutos.
Isso faz parte do conjunto dos ensinamentos que
demos, nós Irmãs, os Arcanjos e os Anciões, desde anos.
Pode-se resumir isso em duas palavras ou então numa
única frase: junte-se ao seu Coração.
Porque se você estiver realmente imersa na Vibração
do Coração e não na projeção do Coração na cabeça, o «Eu» não tem mais,
realmente, qualquer importância.
***
Não
temos mais perguntas. Agradecemos.
***
Meus Irmãos e Irmãs, no Amor do UM e d’Ele, minhas
Bênçãos os acompanhem e até um próximo dia.
************
Mensagem da Amada HILDEGARDA DE BINGEN no site
francês:
13 de abril de 2011
***
Versão do francês: Célia G. http://leiturasdaluz.blogspot.com
***
Transcrição e edição: Andrea Cortiano e Zulma
Peixinho
************
0 comentários:
Postar um comentário