O.M. AÏVANHOV - 15 de agosto de 2006 - Autres Dimensions

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- E BEM, CAROS AMIGOS... -
  


Bem, caros amigos, estou extremamente contente por reencontrá-los.
Então, agora, se quiserem, vamos, como de hábito, começar essas trocas que serão, eu espero, aproveitáveis para sua evolução e aproveitáveis para seu caminho na vida, eu diria.
Então, podemos ir.

***

Questão: poderia falar sobre o carma?

A lei de ação/reação, tal como foi exprimida no budismo tibetano e, depois, retomada pelos ocidentais, não corresponde, absolutamente, à realidade.
Então, a palavra «superstição» corresponde, efetivamente, a algo de perfeitamente real, ou seja, a alma humana está tão afundada na encarnação e na reencarnação, que é persuadida de que deve pagar todas as ações do que viveu, progressivamente e à medida de vidas.
Mas, obviamente, isso tem sido vivido por todos os seres humanos, há milhares e milhares de anos, enquanto, hoje, através, tanto de meu ensinamento como dos ensinamentos que vocês recebem à esquerda, à direita, é evidente que a lei de ação/reação (carma, como se chama), deve ser, imperativamente, substituída pela lei que se chama de ação de graça, que foi inaugurada pela encarnação do Cristo, que permitiu a todo ser humano, a título individual, eu diria, escapar dessas leis de carma para entrar na lei de ação de graça.
Então, o que é que isso quer dizer: passar da ação/reação à ação de graça?
Isso quer dizer que, a um dado momento, no processo de elevação espiritual, torna-se evidente que a vida – tanto nessa dimensão como nas múltiplas dimensões que existem acima de vocês – é manifestação de amor, e o amor não conhece ação/reação.
O amor conhece apenas expansão infinita.
É o ser humano, por suas encarnações sucessivas, que criou essa lei de ação/reação, que é específica, eu diria, do que acontece nessa dimensão.
Mas, na dimensão da alma, eu os tranquilizo, não há qualquer obrigação ligada a qualquer retribuição de vir se encarnar para pagar os erros do passado.
Isso é uma visão da mente.
Aliás, inúmeros ensinamentos budistas tibetanos haviam compreendido perfeitamente isso quando eles diziam que era uma heresia crer que se tinha que pagar tudo o que se havia feito.
A partir do momento em que se abre para a dimensão do amor, naquele momento, obviamente, a lei de carma não existe mais e, portanto, sem exagerar, pode-se considerar isso, efetivamente, como uma superstição.
O que não quer dizer que não haja reencarnação, o que não quer dizer que não haja retribuição, mas, simplesmente, a partir do momento em que a consciência desperta à dimensão do amor e da Divindade, basta entrar na lei de ação de graça, isso é ao nível individual.
Em contrapartida, obviamente, ao nível coletivo, não é possível escapar, eu diria, do que se chama o carma coletivo, ou seja, a retribuição, mas, desta vez, não ao nível do indivíduo, mas ao nível da coletividade.
Obviamente, se vocês fazem mal à Terra, a título coletivo, a Terra devolverá o que vocês fizeram a ela, mas isso é outra coisa, é um carma coletivo.
Agora, mesmo essa noção de carma coletivo, não se deve ver isso como algo de negativo, é, sempre, uma questão de experiências, de experimentações e de crescimento da quantidade de Luz que vocês são capazes de revelar, através das experiências.
Muito numerosas vezes eu disse que, nos anos que vêm, vocês terão a enfrentar, a título coletivo, certo número de eventos extremamente desagradáveis, quando se os vê com o olhar da terceira dimensão, mas, quando se os vê com o olhar iluminado e um pouco mais longe do que a ponta de seu nariz, apercebe-se de que as ditas experiências correspondem, de fato, a um período de purificação, de transformação e de elevação do nível de consciência.
Então, obviamente, mesmo os orientais, quando falavam de carma, jamais disseram que era algo de inexorável, de inevitável e de espantosamente mecânico; é tudo, exceto isso.
E é ainda mais verdadeiro desde o sacrifício do Cristo: o fato de verter seu sangue permitiu o despertar de energias que vocês vivem, atualmente, e, sobretudo, o nascimento do que se chama a ação de graça, que varreu todas as noções cármicas.
Eu lhe garanto, caro amigo, que nenhuma alma é obrigada a reencarnar-se, qualquer que seja seu carma.
Entretanto, é preciso, efetivamente, compreender que, quando se deixa a Terra com certo número de atrações – por exemplo, atrações ligadas a noções de prazer exagerado, de atrações de tipo materiais, obviamente – a alma tem muito mais dificuldades no momento da morte para liberar-se desses diferentes impulsos, paixões que puxam, ela mesma, a reencarnar-se.
Mas uma entidade espiritual, mesmo aquela que se convencionou chamar de Senhor do Carma – ou seja, os Lipikas cármicos, aqueles que vigiam pelo respeito dessa lei, desde planos em que essa lei não existe – eles fazem apenas obedecer ao que querem as almas.
A partir do momento em que você chega a morrer em plena consciência, deixar esse mundo completamente (não desengajado), mas completamente, na fé e na certeza da lei de amor, naquele momento, a reencarnação torna-se totalmente hipotética, e tanto mais que, ao nível coletivo, vocês se aproximam, durante esses sete últimos anos, eu diria, de um processo de despertar que vai bem além da terceira dimensão.
Vocês vão deixar, pelo menos a maior parte de vocês, a escola de experiências na qual estão há dezenas de milhares de anos.
Naquele momento, será preciso substituir a lei de ação/reação pela lei de ação de graça.
É preciso, efetivamente, compreender que a Luz não tem necessidade de reencarnar-se, e vocês são Luz.
Obviamente, vocês construíram certo número de coisas que faz com que tenham criado resistências à Luz, vocês criaram leis, como dizem os anjos, que fazem com que vocês sejam, irremediavelmente, atraídos para o processo de reencarnação, mas é uma armadilha que vocês mesmos construíram.
Em momento algum a Divindade havia preparado tal plano em relação à terceira dimensão.
Então, os jogos de emoções, essencialmente, os jogos de sofrimentos implicados aos outros e a si mesmos faz com que vocês tenham gerado esse processo de reencarnação, vocês, realmente, geraram-no, ele não foi criado pela Divindade.
Todos os mundos que evoluem na terceira dimensão não são obrigados a passar por esse processo de retribuição, no sentido cármico, sobretudo, a partir do momento em que há conexa à Luz e à Fonte que vocês são.
Isso é extremamente importante.
Então, o carma é uma lei que foi, efetivamente, estudada de diferentes modos por alguns movimentos, como o budismo tibetano, como na ayourveda, mas, em momento algum, é algo de inexorável.
Ao nível coletivo, isso vai tornar-se cada vez menos inexorável, porque a energia que vem para vocês é uma energia que corresponde àquela que foi encarnada pelo Cristo em Sua vida, que se chama a energia da ação de graça ou a energia, se preferem, do éter, chamada, ainda, a energia da quinta dimensão e, na quinta dimensão, não há carma, há apenas Luz e, também, Luz e expansão dessa Luz, não pode haver processo ligado à sombra.

***

Questão: se não há mais encarnação, qual é o interesse das experiências que vivemos aqui?

Cara amiga, essa experiência de encarnação, vocês a fazem há dezenas de milhares de anos, então, se alguns de vocês têm vontade de prosseguir a experiência, é problema de vocês.
Agora, se vocês não têm vontade de escolher o absoluto, a felicidade espiritual, nada, nem ninguém os forçará a ir para a Luz.
Se vocês têm necessidade de fazer ainda mais experiências da separação, de tentar encontrar, eu diria, a beleza da vida – que é real, na terceira dimensão – através da experiência, do sofrimento e, ainda, afastar-se um pouco mais da Fonte, isso é um problema individual.
Nada, nem ninguém, os obrigará a parar seus ciclos de encarnação, mas, simplesmente, é preciso compreender que tudo vem da unidade.
Então, a unidade multiplicou-se, fragmentou-se, em múltiplas unidades que quiseram fazer a experiência da separação para com a Fonte.
A própria Fonte acompanhou essa vontade de fragmentação, de afastamento da Fonte, mas, a um dado momento, é preciso, efetivamente, que ela retorne à fonte, isso não pode ir cada vez mais nos processos de fragmentações, que conduzem ao que vocês observam, hoje, sobre a Terra.
Agora, se vocês querem prosseguir a experiência da terceira dimensão, se querem crer que há um paraíso sobre a Terra a construir, vocês estão no erro fundamental, o paraíso está ao nível da alma, ele não está ao nível da encarnação, nas dimensões de terceira/segunda ou, ainda, mesmo, quinta, o paraíso está bem além.
Então, ninguém julgará se vocês querem continuar a experiência da dissociação, a experiência da fragmentação, a experiência do jogo da vida, esse é seu caminho pessoal, individual.
Ninguém irá julgá-los.
É por isso que os criadores dão-lhes, eu diria, toda latitude para fazer como bem lhes pareça, vocês têm liberdade total.
Mas, agora, cara amiga, compreenda, efetivamente, que o inferno é aqui, não é lá em cima, não é na Luz.
Então, eu posso conceber que algumas almas tenham necessidade de experimentar mais a vida na terceira dimensão, mas o problema é que, hoje, vocês chegam a um período que é um período extremamente capital na história da humanidade, que é um período de escolha no qual o conjunto do planeta vai passar à quinta dimensão.
Então, vocês têm liberdade de recusar e serem reciclados alhures, em uma possibilidade de reviver o que vivem, no entanto, há cinquenta mil anos.
Eu posso conceber que algumas almas não tenham, verdadeiramente, vontade de juntar-se à Luz, é problema delas, mas é um problema que não vai ao sentido da evolução prevista nesse planeta.

***

Questão: como se pode ajudar alguém que não teria a consciência dos desafios dessa diligência global em sua própria diligência evolutiva?

Então, cara amiga, aí está uma questão extremamente importante, há vários modos de responder, eu começarei pelo mais direto.
Por que, a todo custo, querer ajudar alguém?
Esse é um caminho pessoal, e o Mestre vem quando o aluno está pronto.
Se uma pessoa decide não ver a verdade da Luz, é que o caminho dela não foi suficientemente dissociado, separado para interessar-se por isso.
Não há julgamento a ter em relação àqueles, eu diria, que são mais evoluídos, mais avançados, mais abertos em um caminho e aqueles que permaneceriam atrás.
Ninguém conhece a história de uma alma, completamente, o que quer dizer que algumas almas já começaram, eu diria, um caminho de retorno para a Unidade, que é um caminho que corresponde ao acesso a outros modos de vida, o que não quer dizer fusão à Fonte, mas ser iluminado pela Fonte.
É de outro modo diferente viver iluminado pela Fonte do que viver separado da fonte, não é, de modo algum, a mesma coisa.
Agora, querer, a todo custo, que um ser humano desperte, isso, é uma visão, eu diria, um pouco egotista, porque quereria dizer que se quer, a todo custo, arrastar o outro para onde se está.
Mas quem sabe se o outro está, realmente, nessa demanda ou nessa necessidade?
Então, demanda a mais direta que se pode fazer é, sobretudo, não se servir do mental, de palavras, de pedidos ou de insistências – quer elas sejam afetivas ou não –, para arrastar alguém ao caminho da Luz.
Em contrapartida, é preciso compreender que, a partir do momento em que alguém começa esse caminho para esse despertar específico há, necessariamente, uma vibração que emana do ser que está no caminho e, obviamente, essa vibração é capaz de ter um efeito de abertura sobre aquele que recebe essa vibração: há, efetivamente, um efeito contagioso dessa vibração.
Os exemplos não faltam – seja no Oriente, no Ocidente – de seres que em nada acreditavam e que, confrontados a um personagem específico, viram-se explodir na Luz, porque eles construíram paredes, e essas paredes foram explodidas pelo reencontro com esse portador de Luz.
Então há, também, a noção de liberdade aí.
Ninguém tem o direito de impor o que quer que seja.
Os seres que vocês são, todos, aqui presentes, vocês estão, todos, em graus de experiências, diríamos, diferentes.
Há os que aspiram apenas a uma coisa: é entrar na casa; há os que aspiram apenas a uma coisa: é experimentar a beleza da encarnação na terceira dimensão e, depois, há os que não sabem muito, porque não viram o que havia do outro lado.
Então, obviamente, quando não se conhece o que há do outro lado, isso provoca, necessariamente, eu diria, um medo, um medo inerente à constituição física que vocês têm porque, na encarnação, há certo número de medos que são ligados não tanto à experiência das encarnações, mas que são ligados, também, às suas estruturas cerebrais, que fazem com que o medo seja algo que vai evitar, a priori, os perigos.
Então, a novidade é algo que dá muito medo, sobretudo, quando não se sabe o que há do outro lado, mas eu lhes garanto que todos aqueles que fizeram a experiência de saber e de viver o que há do outro lado – quaisquer que sejam as concepções da vida que eles tenham – têm apenas uma vontade: é a de voltar a essa Fonte.
Há aqueles que fariam uma experiência negativa, mas é, de qualquer forma, muito raro.
Então, por que querer mudar os outros?
É preciso, sobretudo, contentar-se em estar, si mesmo, na mestria da energia, na mestria espiritual, na mestria do despertar, estar no abandono à vontade Divina.
Naquele momento, os seres que deverão mudar, mudarão, por simples contato vibratório.
Mas a partir daquele momento.

***

Questão: então, por que você vem nos falar?


Eu venho falar-lhes, cara amiga, para dar, além das palavras, uma Vibração muito específica.
Vocês viveram, em muito numerosas reprises para alguns de vocês, energias de cura.
É evidente que eu evoluo em planos vibratórios que nada mais têm a ver com a encarnação (porque eu faço parte, eu diria, de uma linhagem que evolui em dimensões que estão bem além daquela que lhes é prometida nos anos a vir), entretanto, eu sou obrigado a falar para orientar sua sede, eu diria, de evolução espiritual.
Eu não venho convencê-los a ir para a dimensão nova, bem ao contrário.
Vocês são livres e continuarão livres, como o Pai o quer, ou seja, no momento em que vier essa nova vibração, vocês serão totalmente livres para fazer a escolha da Luz ou fazer a escolha de continuar a experiência, de mudar de dimensão ou de permanecer na mesma dimensão.
Então, eu não venho dizer-lhes «venham, sigam-me».
Um verdadeiro Mestre não diz, jamais, «venham, sigam-me», ele os abre à sua própria mestria, ele os abre à sua própria irradiação e eu venho para isso.
Eu não venho para levá-los ou para dizer-lhes para seguir-me, assim como, em minha vida, eu jamais procurei arrastar as pessoas, eu tentei, o mais possível, revelar a própria Divindade dos seres, sem o querer.
Eram eles que me pediam, eu jamais impus algo a alguém que não o pedisse, obviamente.
É isso que diferencia os verdadeiros Mestres dos gurus, no mau sentido do termo, ao ocidental.

***

Questão: por que a Fonte, que criou o homem, deixou as coisas evoluírem assim?

Primeiro, a Fonte jamais criou o homem; é o homem que se criou ele mesmo, a partir da Fonte, é profundamente diferente.
Agora, a descida na encarnação e a divisão, a separação que vocês vivem, mesmo apesar da beleza de algumas coisas na encarnação, é algo que participa da experiência da vida.
A partir do momento em que vocês exteriorizam a consciência em um processo de encarnação, vocês chegam, a um dado momento, quando vocês ocultam, completamente, sua Divindade, o que é próprio do ser humano completamente adormecido.
Porque, quando eu digo ocultar a Divindade, não basta crer em Deus para dizer que se reuniu à Divindade, não basta dizer que a vida é bela para estar reunido à Divindade, reunido à Divindade é algo que é profundamente, não uma atitude mental, mas que provoca as estruturas energéticas, neurológicas, celulares a viver certo número de transformações, isso é a ligação à Fonte.
Agora, não é preciso prejulgar, eu diria, o porque isso aconteceu.
O que devia acontecer acontecerá.
Obviamente, quanto mais vocês se afastam da Fonte, mais projetam a consciência ao exterior da Divindade, mais vão para zonas de sombra.
A consciência distanciada, a consciência separada, tal como vocês a vivem, conduz ao que vocês vivem, atualmente, através da utilização de energias, por exemplo, que vocês chamaram «fósseis», as energias de resistência, através da resistência do mental, através do ego, tal como ele foi constituído.
Agora, eu posso assegurar-lhes que, quando vocês se juntarem não à Fonte, mas aos planos dimensionais, não existe mais essa dimensão de ego.
Vocês serão profundamente enriquecidos da experiência que viveram, ou seja, que todas as criaturas, pode-se dizer, da Luz, todos os seres únicos fragmentados da Fonte não passam, necessariamente, por esse processo de encarnação, de divisão, de fragmentação, obviamente.
Alguns seres, por exemplo – em especial, na Intraterra – mantiveram um corpo físico, mas não conhecem a estrutura emocional, tal como vocês a têm vivido, porque as consequências das emoções são o que vocês vivem hoje.
Não se pode dizer, de um lado, que há a beleza e, do outro lado, que haja a cólera, a divisão, o ódio e outras emoções que fazem parte da natureza humana.
Mas, uma vez que vocês tiverem superado esse processo de divisão e que farão surgir em dimensões outras – e que vocês estiverem estabilizados nessas dimensões outras – sua alma será enriquecida dessa experiência.
O processo de descida na encarnação e a separação da Fonte é um processo evolutivo que foi decidido, eu diria, no alto escalão, há mais de cinquenta mil anos, pela ordem de Orionis, a ordem de Melquisedeque, se preferem, que decidiu que a humanidade devia experimentar a criação material, no sentido em que se a chama, no sentido em que vocês a vivem, ao mesmo tempo sabendo que essa criação material seria puxada entre os dois extremos que seriam, de um lado, pela beleza, a emoção de beleza através da criação artística, e, também, a emoção do ódio, que é seu oposto.
Obviamente, isso devia resultar por um processo que já aconteceu em muitas outras civilizações extraterrestres não humanas por outros lugares, que viveram esse processo de separação.
A separação não é um estado que conduz à unidade; é um estado, eu diria, que conduz à experiência múltipla, que enriquece a experiência múltipla.
O momento em que vocês retornarem a dimensões, eu diria, que não são mais separadas.
Chegou-se aí porque, como dizem os orientais, vive-se o fim do Kali Yuga, ou seja, a idade sombria, a idade das trevas, mas, em todas as trevas, quaisquer que sejam, tranquilizem-se, mesmo o ser o mais vil, que é o mais na sombra, possui uma partícula de Luz que é chamada sua alma imortal, seu espírito imortal, porque não pode haver trevas se não há Luz, obviamente.

***

Questão: é correto seguir um Mestre?

Então, cara amiga, pode-se responder de dois modos.
Krishnamurti, por exemplo, em sua vida, dizia que era preciso matar o Mestre, que o único mestre é você.
Ele tem toda razão, mas ele jamais deu a técnica para ali chegar.
Então, obviamente, eu prefiro, eu diria, um Mestre que está aí para dar-lhes técnicas, mesmo engraçadas, técnicas que são criadas a partir do zero para permitir-lhes aceder à sua Divindade.
Raros são os seres humanos que são capazes de aceder sozinhos, eu diria, a essa dimensão espiritual autêntica.
Havia Krishnamurti.
É preciso prestar atenção a algo que é extremamente importante, se vocês tomam seu Mestre através de escritos, ou seja, mesmo o Mestre mais ilustre, como Cristo, o mental vai apropriar-se da coisa e, quando o mental se apropria de algo, bem, ele crê que ele está na realização.
Mas ele está na ilusão, obviamente, porque o mental não participa, em nada, as palavras não participam, em nada, no despertar espiritual.
O verdadeiro despertar espiritual é o momento em que o mental cala-se, mesmo durante um bilionésimo de segundo; naquele momento, o despertar pode sobrevir.
Nesse sentido, Krishnamurti tinha razão, mas, em momento algum, ele deu o meio aos seres para aceder a esse estado de consciência.
Então, há Mestres que deixaram ensinamentos, eu falo, por exemplo, do primeiro a ter falado dessa quinta dimensão, que era Rudolf Steiner, que deu as técnicas para chegar à iluminação do mental.
Há Mestres muito mais recentes em todas as tradições, ou em todos os povos que, hoje, estão vivos, que são capazes não de fazer um caminho mental, mas de confrontá-los em face de si mesmos e de restituí-los à sua própria Mestria.
O verdadeiro Mestre não é aquele que vai tomá-los pela mão e levá-los; ninguém pode levá-los, apenas vocês mesmos é que podem levar-se.
Então, o Mestre é aquele que vai, através, por vezes, de uma palavra, por vezes, através de uma técnica, pô-los em ressonância em face de si mesmos, para permitir-lhes encontrar essa dimensão espiritual.
Então, para alguns seres, eu diria, para a maioria dos seres, é preferível encontrar um Mestre vivo, ainda que apenas uma vez ou duas, ou várias, para dar-se conta do que acontece porque, sozinho, é extremamente difícil, porque, sozinho, o mental toma a ascendência, sempre.
Mesmo quando vocês falam de amor, mesmo quando falam de prazer, o mental toma a dianteira, enquanto o despertar, por definição, é a parada do mental, total.
Então, se eu lhes digo «parem o mental», vocês vão pôr-se a meditar, para parar o mental e, bem, o mental vai, também, servir-se disso, é nisso que um Mestre autêntico, iniciado, desperto, é capaz de insuflar-lhes, sem querer, porque são vocês que vão vê-lo, não a própria visão dele, das coisas, mas vai restituí-los a si mesmos, à sua dimensão de ser de Luz.
Há inúmeros Mestres, cada um foi, no entanto, portador de uma tradição, portador de um movimento, portador de uma energia.
Então, a energia do despertar é sempre a mesma, a energia da realização é sempre a mesma.
Agora, há uma coloração, obviamente.
Por exemplo, Sri Aurobindo, foi criado na tradição Oriental, em relação ao yoga, portanto, ele construiu o yoga do supramental.
Há um ser, por exemplo, como Krishnamurti, que tentou, toda a sua vida, escapar dos condicionamentos que quiseram fazê-lo viver e que conseguiu.
Então, ele vai falar com o mental iluminado, sem fazer referência a técnica yogi ou outras.
E, depois, há outros Mestres que vão passar, por exemplo, por energias quando da confissão em um confessionário na igreja, mas é a mesma energia de despertar.
Então, a energia de despertar é, sempre, a mesma, e ela viverá no interior de si, mas as energias no exterior, que se apresentam, podem ser profundamente diferentes.
Há pouco, vocês tiveram a visita de Santo Inácio de Loyola, então, a energia de Santo Inácio de Loyola absolutamente nada tem a ver com a minha, mesmo se nós formos da mesma Fonte, mesmo se formos a mesma unidade, é preciso, efetivamente, compreender isso.
Quando a Virgem se apresenta, é a energia da Mamãe; quando é Cristo que chega, é a energia Crística.
Será que se pode dizer que é a mesma energia?
No entanto, eles têm o mesmo coração.
Quando do processo de cura espiritual, vocês tiveram a chance de ter palavras de Santo Inácio, mas durante e antes que Santo Inácio interviesse, vocês tiveram dezenas de entidades que trabalhavam em suas estruturas.
Todos participam da Luz.
A partir do momento em que esses seres não habitam mais um corpo de carne, mas manifestam-se através de um canal, não é a mesma coisa que, efetivamente, eu diria, se você tivesse diante de si Krishnamurti e, ao lado, Sri Aurobindo.
Obviamente, o movimento de um seria ao oposto do outro.
É preciso fazer escolhas a partir do momento em que os Mestres estão vivos.
Mas, a partir do momento em que as entidades que se exprimem, em que as entidades que se manifestam de maneira vibratória pertencem à quinta dimensão, então, há colorações diferentes, mas o efeito em suas estruturas é, sempre, o mesmo.
Portanto, não há contradição, há adição.
O eu faz a potência vibratória das curas espirituais, como alguns de vocês puderam constatar em relação a doenças, mesmo orgânicas, é, justamente, a multiplicidade das entidades que vêm de quinta dimensão, sétima, nona, décima primeira dimensão, que vêm agir em vocês, de diferentes maneiras, mas, obviamente, a multiplicidade de vibrações, de ressonâncias, de irradiações permite essa ação de maneira, eu diria, multiplicada.
Agora, imaginem que vocês fossem, há vários anos atrás, um aluno de Sri Aurobindo, se vocês fossem ver, depois, Krishnamurti, vocês teriam sido completamente destruídos por seu discurso, porque o mental de vocês se prenderia a uma visão que seria contrária à outra.
Mas é preciso, efetivamente, compreender – e isso é, justamente, aqueles que têm necessidade de um Mestre vivo – que, quando vocês estão presos a um Mestre, é preciso segui-lo, até seu despertar.
Mas, obviamente, é diferente entre o que está vivo e o que vem de dimensão superior.
Aí, nós lhes aportamos a Luz de despertar, diretamente.

***

Questão: então, por que dirigir-se a diferentes Mestres e não à Luz Divina?

Mas porque, cara amiga, há tantas encarnações que foram tomadas de maneira extensível nesse mundo, pouco a pouco os farrapos da sombra e do ego que foram colocados, através dos diferentes corpos, são barreiras intransponíveis para aceder ao que você chama a Luz.
Se você tiver acesso à Luz sem a presença de um Mestre ou, então, se você for um ser quase desperto, como Krishnamurti, você não tem necessidade de Mestre, eu já disse.
Entretanto, se você desvendasse o que chama de Fonte, você não teria mais corpo, você seria consumada, instantaneamente, quando eu digo consumada é no verdadeiro sentido do termo, seria uma combustão espontânea de todas as suas estruturas.
Então, obviamente, não se pode.
Isso é uma ilusão do mental, extremamente egotista ainda, que lhe diz «eu tenho acesso ao Divino».
É impossível, você ter acesso ao Divino unicamente quando for um ser Desperto, quando tiver despertado e, efetivamente, você é despertado e quando despertou, você não pode mais amar a matéria.
Você transforma a matéria para espiritualizá-la.
É, infelizmente, impossível, dadas as constituições energéticas, espirituais, de diferentes dimensões.
É preciso, efetivamente, compreender que, se vocês tivessem a potência de suas orações e de suas meditações, tal como vocês dizem, há muito tempo que a guerra teria desaparecido, há muito tempo que não haveria mais distorção, curto-circuito vibratório, há muito tempo que vocês já teriam acedido à quinta dimensão.
Então, é uma heresia, não pode haver outra coisa que não seja um acesso à Luz.
Se vocês acedem à Luz, tornar-se-ão um ser desperto que constitui o que se chama corpo de Luz, com despertar da Kundalini, com despertar de novos corpos, com certo número de processos extremamente precisos, que foram descritos por todos os grandes Mestres e todos os grandes iniciados que vivem sobre este planeta, qualquer que seja a tradição.
Então, se esses sintomas não estão presentes, não pode haver despertar, é uma trapaça do mental, isso é absolutamente formal, qualquer que seja a palavra que se ponha aí, pode haver a ilusão de que a Luz está aí, a ilusão de que se transforma sua vida, mas se vocês não têm o aparecimento, a visão e a presença real dos intermediários, quaisquer que sejam, não haverá realização do que vocês pedem.
Então, não pode haver cura espontânea se não há intervenção desses intermediários que são suportes vibratórios (quando eu falo de cura, eu não falo, unicamente, de cura de doença, eu falo, também, de transformações e de encaminhamentos para o caminho de despertar).
Mesmo o próprio Pai, quando quer dirigir-se, eu diria, a sistemas solares – porque o Pai não se dirige a um ser humano, ele se dirige ao conjunto de um Sistema Solar – Ele o faz por intermédio do que se chamam os mensageiros, sejam os Tronos, as Dominações.
Tudo isso é algo que é perfeitamente real, mas jamais o Pai vai dizer-lhes no ouvido algo, é necessariamente um intermediário, o que é chamado de mensageiro que virá fazê-lo.
Então, os Mestres são mensageiros, então, os arcanjos são mensageiros.
Não creiam que vocês têm a pretensão, na terceira dimensão, de dirigir uma oração ao Pai e que o Pai vai responder a vocês.
Isso é uma heresia, porque isso se saberia.
Sobre a Terra, minha fé, inúmeras coisas já teriam sido transformadas há muito tempo, o que não é o caso.

***

Questão: como se podem compensar as manifestações, por vezes desagradáveis, no nível dos ouvidos, ligadas às evoluções?

Bastante desagradáveis, mas, infelizmente, nada se pode ali.
A partir do momento em que a energia do despertar apresenta-se, aparece certo número de fenômenos vibratórios que tocam todas as estruturas, seja no cérebro, seja nas costas, seja nos ouvidos ou nas mãos.
Esses processos são ligados à ativação de encaminhamentos para um despertar e para uma transformação radical das estruturas físicas, energéticas, psicológicas e espirituais.
Então, não há meio de compensar isso.
Esses fenômenos são os marcadores do despertar, tais como eles foram descritos pela maior parte dos grandes sábios, em especial na tradição Oriental.
Infelizmente, os sinais de despertar são os sinais de despertar, não é questão de suprimi-los.
Por exemplo, um ser desperto, na tradição católica, que viveu os estigmas, pode pedir a Jesus para retirá-los, entretanto, ele aceitou um caminho espiritual através de uma religião, uma tradição e viver a impregnação da energia Crística em si, até o mais profundo de sua carne.
Isso faz parte da iniciação e do despertar.
Não se pode retirar o sofrimento que é ligado ao caminho pedido.

***

Questão: quais são os marcadores do despertar?

Então, os marcadores do despertar correspondem à primeira etapa; isso corresponde à recepção de uma energia específica que provoca o despertar.
Essa energia, de acordo com as tradições, vai chamar-se diferentemente.
Ela pode ser chamada de Shekina, de Shakti, de Espírito Santo.
É uma energia que é transferida, a priori, diretamente, pelo Mestre desperto, portador dessa energia, mas pode ser, também, transferida, simplesmente, na natureza, pela beleza da natureza.
É uma energia específica que está presente sobre a Terra, há mais de vinte anos e que vai ativar o que se chamam os chacras superiores.
A partir do momento em que os chacras superiores são ativados, vai manifestar-se uma vibração e, depois, um som específico, no ouvido esquerdo.
De fato, não há um som, há sete sons diferentes, que são ligados à progressão do despertar.
Esse som é ligado à construção de pontes de Luz que unem a personalidade interior à alma, no ouvido esquerdo.
Após, esse som aparece no ouvido direito, e traduz a construção de uma ponte de Luz entre a alma e o espírito.
Paralelamente a isso, a energia de despertar continua a descer na Coroa, no sétimo chacra, ao longo do canal mediano da coluna vertebral, até no nível do sacro e, naquele momento, sobrevém o processo despertar da Kundalini, mas isso não terminou.
Isso não quer dizer que quando se despertou a Kundalini que se é um ser desperto porque, naquele momento, é preciso que o caminho de retorno faça-se, que as energias subam até o topo da cabeça para ativar o que se chamam os corpos espirituais, que são ligados à quinta dimensão.
Sempre com a presença desse zumbido nos ouvidos, filetes de sangue na narina esquerda e, ao mesmo tempo, vibrações ligadas como uma faixa ao nível da fronte e da coroa.
Esses são os marcadores específicos do despertar.
Então, quando se quer falar da Divindade, da Luz, e quando não se viveu esses marcadores do despertar, bem, está-se no mental, simplesmente, está-se na ilusão do despertar.
Aí estão os primeiros sinais.
Há muitos outros, entretanto, os níveis do poder da alma correspondem, também, à ativação da clarividência, à ativação da recepção da Luz diretamente pela coroa e não mais, unicamente, pelas zonas como o pâncreas ou como os pés.
Naquele momento, as energias espirituais e as energias multidimensionais podem vir ao seu encontro.

***

Bem, caros amigos, eu lhes agradeço muito por todas as questões extremamente interessantes que vocês me colocaram e por sua predisposição à interrogação espiritual e ao desejo de caminhar para a Luz autêntica.
Então, eu lhes aporto, como convencionado e como de hábito, minha bênção a mais sincera e desejo-lhes um muito bom caminho para a Luz e façam rapidamente, para salvar esse fabuloso estado de consciência que vocês merecem, porque é o que vocês são, enquanto vocês não sabem disso.
Eu o soube antes de vocês, mas vocês não o sabem ainda, e são, simplesmente, as armadilhas de seu mental, de suas dúvidas, de suas interrogações que os impedem de ver a Luz que vocês são.
Aí está.
Nisso, eu lhes dou minha bênção e eu lhes digo até muito em breve.


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Mensagem do Venerável OMRAAM (Aïvanhov) no site francês:
15 de agosto de 2006

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Versão do francês: Célia G.

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Transcrição e edição: Andréa Protzek e Zulma Peixinho


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