- E BEM, CAROS AMIGOS... -
Estou extremamente
contente por reencontrarmo-nos, todos juntos, para essas conversas que, eu
espero, serão extremamente proveitosas para uns e para os outros.
De fato, temos
muitas coisas nessas conversações.
Mas, primeiro, antes de passar-lhes a palavra para tudo o que são suas interrogações e seus questionamentos, vou dar-lhes certo número de coisas no desenrolar do que eu chamaria de cronologia, se efetivamente quiserem, dessas mudanças vibratórias que estão em curso e que correspondem, de um lado, às suas gestações, de cada um de vocês, mas, também, à gestação do lugar, mas, também, à gestação total do planeta que está em curso, como vocês sabem, da revelação de sua sacralidade.
***
A sacralização do
planeta, que é algo de extremamente importante, que é esperado há tantos e
tantos milhares de anos.
Então,
primeiramente, saibam que, desde ontem, nós entramos no período dos quarenta
dias que precedem o período de Páscoa.
Esses quarenta dias
são extremamente importantes, sobretudo este ano, mais do que nunca, porque, de
fato, nós entramos num período no qual o ser humano vai poder decidir ou
elevar-se, ou permanecer nesses níveis de rebaixamento.
A energia de
crescimento vibratório elevatório da Terra vai fazer-se cada vez mais intensa
durante os quarenta dias, até a Páscoa.
Nós entramos, de
fato, no período, também, do equinócio de 21 de março, nas três semanas
precedentes, que corresponde ao advento da primavera, à emergência de novas
energias de coerência e de ascensão da terceira dimensão para a quinta
dimensão.
A pressão
energética vai fazer-se cada vez mais forte.
A resistência ligada às forças involutivas vai, também, fazer-se cada vez mais exigente, o que explica que as manifestações de que falei desde o outono vão fazer-se cada vez mais presentes e vão invadir, pouco a pouco, o conjunto de seu espaço vital.
***
E, como sempre, o
que acontece no exterior acontece, também, no interior, o que quer dizer que,
nos quarenta dias que vêm, vocês vão viver combates interiores, lutas entre o
antigo que não quer, totalmente, morrer, e o novo que pede apenas para nascer e
que vocês não deixam nascer.
Isso faz parte do
caminho normal, regular, perfeitamente objetivo, e perfeitamente lógico da
elevação para a quinta dimensão, na qual tudo o que é antigo deve morrer, para
deixar o lugar ao novo.
É um combate de
cada instante, que necessita não de resistência, e não de combater, mas a
necessidade de deixar fazer, de deixar morrer o antigo, de deixar sair de vocês
o que não é mais atualidade, o que não está mais na Luz, a fim de caminhar cada
vez mais facilmente, eu diria, para essa dimensão nova.
Se vocês tinham
raivas, não poderão, mesmo, imaginar pôr-se em cólera.
Se vocês eram
preguiçosos, não poderão, mesmo, imaginar estar na ociosidade.
Todos os excessos
que eram próprios da personalidade que os animava até este período, qualquer
que seja sua idade, vão, pouco a pouco, apagar-se diante do florescimento da
alma, diante de algo que será extremamente fundamental para o acesso a essa
dimensão Divina à qual vocês tem o direito de pretender, por sua essência, por
seu nascimento.
Isso é extremamente
importante compreender.
Aí está no que nós nos situamos.
***
Então, obviamente,
as resistências tomam a forma que vocês veem.
Houve modificações
de elementos, que continuam, aliás.
As chuvas
torrenciais que estão devastando todo o continente africano.
Há o frio que está
devastando toda a Europa do Leste, que terá dificuldade para renascer na
primavera.
Há o Elemento Fogo,
e há outros Elementos que se movimentam em todos os continentes.
O Elemento Ar
assume uma importância tremenda.
É como se a
totalidade dos vírus astrais tivessem entrado em manifestação.
Esses vírus representam,
de fato, a resistência exterior do homem ao acesso à sua Divindade, pois o
vírus causa uma desagregação da vida.
Ele provoca, em
especial, o que se manifesta nesse momento.
Vejam o que acontece
com o vírus que vocês chamam de “gripe aviária”.
Ele os impede de
respirar.
Os animais, os humanos
e todas as raças serão atingidos.
Eles os impedem de
ascender ao que vocês são, realmente.
Vejam o que vocês
chamam de doença do mosquito, o chikungunya,
como vocês dizem.
Olhem para essa
doença.
Ela impede que as
pessoas se movam.
Ela os fixa no
passado.
Ela os impede de ir
para sua dimensão Divina.
Observem os vírus
que estão chegando.
Vejam o vírus de
que falei, que vai afetar as linhagens sanguíneas.
Ele vai provocar um enfraquecimento da energia da alma, porque o sangue é a alma.
***
Compreendam a
ressonância, a lei de analogia, de afinidade que existe entre o que acontece no
exterior e o que acontece no interior.
Não é algo que seja
necessário considerar com medo, certamente, com circunspecção, com prudência.
Vocês não vão comer
penas de pássaros que têm a doença, mas, independentemente disso, se vocês
estão na certeza interior de sua sacralidade, na certeza interior de que vão
subir para essa dimensão Divina, nada poderá acontecer-lhes, nem ao seu
espírito, nem ao seu corpo, porque vocês irão ao sentido da evolução.
Vocês irão ao
sentido da sacralização do que vocês são, acompanhando a Terra em sua subida
vibratória.
É extremamente
importante compreender isso.
E, apesar de todas
as precauções exteriores e interiores, mesmo se vocês tiverem que pegar essa
doença, tudo será feito, obviamente, para que vocês não sucumbam e que o corpo
não faleça nessa infecção.
Mas se,
infelizmente, vocês tiverem que pegar essa doença, isso corresponderia a uma
resistência que está em você, que é uma resistência ao acesso à 5ª Dimensão.
Mas nenhum de
vocês, aqui presentes, e nenhum ser, realmente engajado em um caminho
espiritual, morrerá, exceto se, obviamente, sua alma decidir ascender à 5ª Dimensão,
mas sem acompanhar essa subida com o corpo.
É extremamente
importante.
Aqueles que recusarem serão “eliminados” dos planos de consciência de sacralização.
***
De fato, a doença
não pode estar presente quando a Terra tiver concluído integralmente sua
ascensão, assim como um ser humano não poderá, de algum modo, acessar essa 5ª Dimensão
com qualquer doença.
A Dimensão 5 é uma
Dimensão de pureza, na qual o jogo da sombra e da Luz não existe mais, na qual
existe a criatividade da Luz, a forma mais autêntica da Luz e a manifestação mais
autêntica da Luz.
É isso que deve
entrar em vocês.
O trabalho no coração,
o trabalho no estado interior é algo de extremamente importante.
Vocês não devem se esquecer
disso, a cada minuto que anima sua respiração.
A cada expirar e a
cada inspirar, vocês dizem “eu sou”, “eu sou um”, “eu sou D’us”, “eu sou o
Mestre”, “eu sou a Unidade”, e “eu sou a totalidade manifestada na realidade da
Unidade”.
É extremamente
importante compreender.
Isso é capital, em
relação ao que vem para vocês.
Agora, cabe a vocês falar, caros amigos.
***
Questão: poderia falar do enraizamento, da materialidade, da encarnação?
É preciso dissociar os três planos: o plano físico, o plano astral, e o plano
mental.
O plano etéreo, eu
o coloco no corpo físico, é a mesma coisa.
As pessoas, agora,
que trabalham unicamente no plano físico etéreo para fazer descer uma energia
de enraizamento, para enraizar-se, servem-se da ferramenta mental, da
visualização, servem-se também de emoções, por vezes, para criar esse movimento
de energia que provoca uma atração total dos constituintes do ser (corpo, alma,
espírito) às profundezas da Terra.
Esse enraizamento é
um enraizamento que não é total.
O enraizamento é,
antes de tudo, ligado ao modo pelo qual vocês administram sua vida, ou seja,
que vocês são capazes, não de fazer voos espirituais, mas, será que vocês são
capazes de estar aqui e agora?
É fácil dizer “eu
estou enraizado” ou dizer “eu me enraizo” por uma vontade intelectual, mental,
e manipulando as energias para que elas desçam, no momento, por exemplo, em que
há uma canalização ou um trabalho energético.
Mas o enraizamento
é um ato consciente, que sobrevém a cada minuto de sua vida, consciente de que
vocês são um sopro, consciente de que vocês são um corpo, consciente de seu
lugar, que vocês têm e que os mantêm entre o Céu e a Terra.
É o lugar que vocês
têm, a lucidez, a Unidade que vocês são.
Aí está a mestria,
a mestria, também, do enraizamento.
O enraizamento que
seria apenas um ato energético, no momento em que acontece algo, é um
enraizamento ilusório.
De nada serve.
Há seres que não
falam essa linguagem energética ou intelectual, digamos, e que estão na
intenção da encarnação e na intenção do enraizamento.
O perigo que os
assiste, a todos, é o de querer ascender a essa 5ª Dimensão fazendo como o fez
a igreja católica: denegrindo, esquecendo o corpo, considerando que o corpo é
sujo, que o corpo é pecado, que o corpo não é um instrumento Divino.
E, no entanto,
CRISTO dizia, todo o tempo: “mantenha sua casa limpa, porque você não sabe quando
eu virei bater à sua porta”.
O corpo, o templo,
é a mesma coisa.
Jesus não queria
falar da alma ou do espírito, ele queria falar do veículo físico.
O veículo físico é,
ao mesmo tempo, o apoio vibratório, a causa e a consequência da Divindade.
Retenham bem isso:
o corpo físico é, ao mesmo tempo, a causa e a consequência da Divindade.
Não há caminhos
alternativos em seu caminho evolutivo ligado à 3ª Dimensão.
Se vocês se
esquecem do corpo, vocês não estão mais na Luz autêntica.
Vocês estão na Luz
desviada, aquela que quis instaurar Lúcifer e seus anjos rebeldes.
É extremamente importante
compreender isso.
Agora, se o
discurso diz “eu me enraizo com tal ou tal técnica”, e se, em minha vida de
todos os dias, eu não estou na bênção do acolhimento da vida que eu manifesto,
através da refeição que eu tomo, através do contato de meus pés com a Terra,
com os vegetais, com os animais, com tudo o que vive ao redor de mim, eu não
estou enraizado, é um erro crer nisso.
Agora, a encarnação
faz parte do processo.
Obviamente, não há
diferença.
Se se fala de
materialidade, é um mau termo.
Quando se diz “ele
é material!”, mas, felizmente, vocês são materiais, caso contrário, vocês não
teriam a possibilidade, estando aqui presentes, de ascender à 5ª Dimensão.
A 5ª Dimensão é uma
transubstanciação da célula de seu conjunto físico-etéreo.
É extremamente
importante compreender.
Se vocês se
dissociam, vocês mesmos, de sua estrutura físico-etérea, com o pretexto de
enraizar-se, servindo-se dessa estrutura físico-etérea e de sua ferramenta
intelectual para enraizar-se e, em sua vida corrente, vocês não estão
enraizados, o que acontece?
Há desordens, há
estragos.
Não há ressonância
e equilíbrio.
Há desequilíbrio
total.
Muitas pessoas
falam de enraizamento.
Mas o que é o
enraizamento?
O enraizamento é,
simplesmente, estar consciente, aqui e agora, na vida, na Unidade que vocês
são, através do inspirar e do expirar da vida e estar em contato com tudo o que
vive.
Se vocês dizem que
estão enraizados e passam sua vida a afastar-se em quimeras, onde está o
enraizamento?
Vocês podem passar
anos a dizer que estão enraizados, como podem passar anos a recitar um rosário.
E estão sempre na
ilusão, completamente desenraizados.
É extremamente
importante compreender.
A era que existiu
no início do cristianismo, na qual os seres tinham necessidade de nutrir-se
dessa Dimensão de transubstanciação que era ligada à presença da energia
Crística foi uma etapa obrigatória, na qual os seres retiravam-se do mundo para
poder cultivar um veículo muito mais etéreo, muito mais luminoso, a fim de
voltar em vidas ulteriores, realizar o caminho de elevação, mas, em caso algum,
hoje, é-lhes solicitado isso.
Há animadores,
enraizadores, como vocês dizem, que partem em estados emocionais, como há em
alguns tipos de reuniões, como, por exemplo (o que não existia em meu tempo,
mas que é extremamente difundido, em especial do outro lado do Atlântico, nos
Estados Unidos, na América do Sul), os carismáticos.
Os animadores
procuram, ao contrário, fazer tirar em nome de CRISTO.
É um erro
fundamental.
Efetivamente, há
curas, mas o que se torna a alma aí dentro?
O que se torna a
lucidez?
O que se torna a
consciência?
Naquele momento, há
pessoas que estão no amor de CRISTO, mas é um amor de natureza emocional.
Elas perdem
totalmente a mestria do que elas são, a realidade de sua Divindade, e elas
entregam sua Divindade a um ser exterior.
E, no entanto, elas
foram curadas.
A cura nada é.
Pode-se curar com
muitas coisas.
O importante é a
finalidade.
Qual é o objetivo?
Qual é o objetivo
do que é feito?
E por que é feito?
Tanto para vocês,
mas, também, nos grupos.
E isso é
extremamente importante.
***
Questão: como fazer para não entrar na resistência inconsciente?
É muito simples: para não entrar na resistência, é preciso aceitar tudo o que
vem.
“Pai, que sua vontade
seja feita e não a minha”, sem parar.
Sozinho, você não
poderá ali chegar.
Você se tornará
mestre de si mesmo quando aceitar deixar fazer.
Compreenda,
efetivamente, o jogo de palavras.
Não é porque você
deixa fazer que se torna alguém que vai deixar de agir.
Deixe fazer, no
nível da vontade espiritual em você.
Naquele momento,
estando no soltar de sua vontade da pequena personalidade, isso deixará o lugar
para a eclosão da energia da alma, para a alegria interior, para o despertar
dos sentidos espirituais.
Agora, se me
perguntam como deixar cair as resistências com o mental, isso, estritamente, de
nada serve.
O mental nada pode
fazer sobre isso.
Apenas o ato de
abandono à vontade do Pai é que permite realizar isso.
Agora, se me
perguntam como fazer para fazer a vontade do Pai, eu não tenho resposta.
Isso não passa pelo
mental.
É uma compreensão
imediata, não intelectual, nem lógica.
É uma compreensão
da alma.
Ora, a alma não tem
necessidade de palavras.
***
Questão: poderia falar do perdão?
O perdão recorre,
obviamente, ao amor.
O perdão necessita de
privilegiar o amor à custa da tristeza e à custa do passado, ou seja, é algo
que está voltado ao instante presente e, eventualmente, para o futuro, mesmo se
isso se refira a um evento que é do passado.
O perdão necessita
de um olhar lúcido sobre esse passado, de considerá-lo como algo de existente e
que convém deixar como um pacote volumoso e do qual é preciso despojar-se,
antes de ascender a outra coisa.
Mas, geralmente, a
maior parte das pessoas que têm dificuldade para atualizar o perdão no nível da
alma são pessoas que portam em si uma violenta culpa.
E, obviamente,
estando com culpa, elas não podem perdoar o outro, porque elas não se perdoam a
si mesmas, tampouco.
Elas se sentem
culpadas.
Retenham a história
dos filhos que viveram coisas abomináveis e que perdoam.
Eles não perdoam,
verdadeiramente, eles assumem a culpa daquele que fez o ato, quem quer que
seja, aliás.
E, de fato, é o que
é preciso compreender, é o que é preciso superar.
A culpa deve ser
totalmente eliminada.
Enquanto há um
grama de culpa em relação a si mesmo ou em relação ao outro, não pode, ali,
haver perdão autêntico.
Há, primeiro,
formulação do perdão e, em seguida, há abandono da culpa.
A culpa abandona-se
através da tomada de consciência da Divindade que se é.
Enquanto vocês pensam
culpa, enquanto vivem a culpa, enquanto vivem o medo, vocês estão na
personalidade.
A alma não conhece
o medo.
A alma não conhece
mais a culpa.
A alma é totalmente
livre, porque ela é de essência Divina.
Se vocês desvendam
em si, através do caminho que é o seu (de elevação, de ascensão, de
desenvolvimento de energias e de níveis de consciência), vocês vão compreender
que não são esse medo.
Vocês vão
compreender que não são essa culpa, mas que ela os agarra pelo esquema que
vocês construíram, pelo que vocês têm vivido.
Mas o que vocês
viveram, foi vivido.
O que vocês são é
outra coisa que não o que vocês viveram.
O que vocês são é
imanente, o que vocês são é transcendência.
O que vocês são é a
Luz.
O que vocês são é a
Divindade.
E, quando vocês
reencontram a totalidade da energia da alma, não pode haver culpa.
Não pode haver
medo.
Portanto, não se
pode resolver o problema da culpa trabalhando na culpa, assim como não se pode
resolver o medo trabalhando no medo.
Pode-se apenas
distanciar-se dele, separar-se dele, porque isso pertence à nossa
personalidade, que não é nós.
É aí que é preciso
compreender as coisas.
Não há um trabalho
a fazer na culpa.
Não há que fazer um
trabalho no medo.
É preciso estar
consciente de que essas coisas, como eu o disse precedentemente para o medo,
não são ligadas a vocês, mesmo se são vocês que as exprimam.
Isso não lhes
pertence.
Vocês estão além de
tudo isso.
É preciso ver tudo
isso como algo de exterior a vocês.
Enquanto vocês
derem corpo e considerarem que essas emoções pertencem a vocês, vocês serão
dependentes dessas síndromes, serão dependentes de suas fobias, serão
dependentes de seus impulsos, de suas tristezas, de seus lutos, de suas perdas,
etc., e de seus abandonos.
Mas vocês não são
isso.
São vocês que se
identificam com isso.
Não é a mesma
coisa.
***
Questão: como se conectar com a alma?
Mas não é preciso conectar-se com a alma.
Quando se diz “eu
conecto com minha alma”, quem fala?
É a personalidade,
ainda uma vez.
Eu sou minha alma,
eu sou D’us.
Se você diz: “eu conecto
com minha alma”, isso quer dizer que você não é sua alma.
A própria linguagem
que você emprega é o próprio reflexo desse distanciamento que você coloca entre
o que você vive e o que você é.
Você exprime,
através de suas próprias palavras, a distância existente entre sua alma e você.
Há uma diferença
essencial.
Quando se diz:
“como me conectar com minha alma?”, isso quer dizer que eu não sou minha alma.
Agora, se eu sou
minha alma, não tenho problema de conexão.
E vejo o medo, o
abandono, a culpa como coisas que estão aí, e que não são para mim.
Isso corresponde,
se preferirem, a algumas meditações budistas muito antigas.
Vocês observam as
emergências do pensamento, as emergências de emoções e veem-nas como algo que
estava aí.
E, progressivamente
e à medida que se identifica com essas emoções que estão aí, mas que não se é
mais a emoção, constata-se que há uma emoção.
Constata-se que há
um pensamento.
Constata-se que há
um sofrimento, mas permanece-se, não conectado, mas permanece-se na alma.
Naquele momento,
essa emoção, esse sofrimento, esse pensamento perturbado pode apenas eliminar-se,
afastar-se, porque isso não tem mais tomada.
É isso que é
importante.
***
Questão: poderia falar dos quarenta dias a vir?
Esse simbolismo corresponde, perfeitamente, ao período da quaresma
(jejum), ou seja, o período de quarenta dias que precede o período de
renascimento pascal.
Nós estamos em
pleno no simbolismo.
Lembrem-se, os
quarenta dias são extremamente importantes.
Houve a travessia
do deserto durante quarenta dias.
Mas houve, também,
Jesus no deserto, durante quarenta dias, com todas as tentações que vocês
conhecem.
Queria Ele reinar
no mundo?
Queria ele estar
longe do mundo?
Ou ser o rei dos
Céus?
É o que lhes é
perguntado hoje.
Vocês devem elevar
a matéria para sua transcendência ou querem dominar a matéria e ser dela o
escravo?
São duas coisas
diferentes.
Os quarenta dias
que vocês vão viver correspondem a isso, com todas as provas ligadas à
resistência em vocês e no exterior de vocês.
O período de
quarenta dias é um período probatório.
É um período em que
o ser humano, em que a Terra, em que cada indivíduo será confrontado com seus
medos, com suas dúvidas mais íntimas, com suas culpas, com o que faz com que
sua personalidade seja, de algum modo, envenenada pelos desejos, pelas vidas
passadas, pela vivência.
Durante este
período há um ‘face a face’ consigo mesmo.
É um período de
introspecção.
É um período em que
se deve decidir aceitar a Divindade.
É o que fez Jesus,
durante esses quarenta dias: intensas reflexões sobre Ele mesmo, intensos
recolhimentos.
Ao final dos
quarenta dias, aceita-se a missão que dura, exatamente, três anos, que é de ser
filho do Pai, em todos os sentidos do termo, irradiar a Divindade, portar o
peso da Divindade.
Não é uma leveza.
Paradoxalmente, o
que se chama de Ascensão é um fenômeno de responsabilização.
É um fenômeno
pesado, não de imposições, mas pesado da densidade da Luz, pesado da
responsabilidade, pesado das transformações que isso provoca em si,
extremamente profundas, que vocês vivem, aqui presentes, uns e outros.
É extremamente
importante compreender que esse período de quarenta dias corresponde a uma
vibração extremamente precisa.
Quando o ser humano
morre, ele passa, em geral, quarenta dias nas Dimensões intermediárias, nas
quais ele é tratado, ele é transformado, a fim de ser ou reciclado nas vias da
encarnação, novamente, ou ascender a outras Dimensões superiores.
Esses quarenta
dias, que são vividos após a morte (que correspondem, aliás, na tradição
católica, à missa de quarenta dias), é exatamente a mesma coisa que vocês têm
que viver agora, este ano mais que qualquer outro, a fim de preparar os três
anos que vêm, para o que vocês serão na saída dos quarenta dias: um ser
liberado do que não é ele mesmo, um ser liberado de suas angústias.
Vocês estarão
limpos em vocês, Corpo sem costura, Corpo Imortal, Corpo de Luz?
Isso lhes pertence.
É essa a escolha
que é preciso fazer e o trabalho que é preciso fazer.
Não há métodos.
É uma tomada de
consciência, si mesmo em face de si mesmo, olhar de introspecção, de observar o
que não é vocês como sendo exterior a vocês.
Vocês não são seus
medos.
Vocês não são sua
culpa.
Vocês não são o que
acreditam.
Mas vocês são bem
mais do que isso.
É a ilusão dos
50.000 últimos anos que foram necessários para aperfeiçoar certa forma de
transcendência.
***
Questão: como se identificar com a Divindade que se é e não se
identificar com outra coisa?
Não é, de modo algum, um problema de identificação.
É um problema de
aceitação.
Há, através disso,
uma identificação.
Enquanto vocês se
identificam com um papel, enquanto se identificam com uma emoção, vocês saem do
que são, porque vocês vivem a emoção, porque vivem o passado, porque vivem isso
ou aquilo.
Não há técnicas,
propriamente ditas.
Apenas, quando do
trabalho de introspecção que vai ocorrer, aí, nos vinte dias, a um dado
momento, vocês vão encontrar-se em face de si mesmos, em face da Luz que vocês
são, após terem passado certo número de etapas.
Para alguns, isso
será compreender que seus medos não lhes pertencem.
Para outros, será
compreender que a culpa não tem lugar de ser, e assim por diante, etc..
Para cada indivíduo
é diferente.
Mas, nesse período,
é preciso voltar-se para o interior.
Voltar-se para o
interior é essa famosa introspecção, que corresponde aos quarenta dias no
deserto, em todo caso, para os primeiros vinte dias.
Isso pode ser feito
trabalhando.
Não é questão de
parar de fazer tudo e esperar que isso venha.
As energias
trabalham nesse sentido, as energias da primavera que chegam, as energias que
estão aí por toda a parte, ao redor de nós, estão operando.
Basta ter
consciência delas.
Não há técnica
específica.
Não é um despertar
disso ou daquilo.
É, simplesmente,
uma consciência, um olhar levado ao que acontece, que vai determinar o que será
ao final desses vinte dias, e desses quarenta dias.
***
Questão: uma arte transcendental exclui a emoção?
Ela pode apoiar-se na emoção, mas a finalidade não é a emoção.
É toda a diferença.
Pode-se jogar com a
emoção para provocar uma ausência de resistência, para fazer de modo a que o
ser humano que escuta um som, uma vibração, que olha algo, que ouve algo, que
sente algo possa, a um dado momento, não mais controlar o que acontece.
Mas isso é o que é
vivido através da vivência emocional.
Mas a
espiritualidade está além do emocional.
O que quer dizer
que, a um dado momento, mesmo se se está consciente de que é um meio que vai
permitir abrir algumas portas, em momento algum isso deve ser a finalidade.
A emoção é uma
chave que abre a porta.
Mas não é a porta e
não é, sobretudo, o que há depois.
Portanto, pode-se
jogar com a emoção, a um dado momento.
Mas a arte que
teria por vocação apenas jogar com o registro emocional e nada aportar em
seguida é uma arte oca, que não tem qualquer sentido no plano espiritual.
Há um sentido no
plano humano, unicamente.
Há um sentido no
plano da personalidade.
A arte
transcendental é algo que vai conduzir à tomada de consciência, em um primeiro
tempo, da Divindade, e, acessoriamente, transformar totalmente o ser.
Basta dizer que,
por enquanto, isso não existiu muito sobre a Terra.
A partir do momento
em que se pronuncia a palavra arte, há a palavra emoção ligada, é claro.
A arte foi
considerada na 3ª Dimensão como um meio de abrir portas.
Era uma chave.
Mas a chave não é a
porta, eu repito.
Portanto, a arte
transcendental, em si, necessita da emoção na partida.
Mas é necessário
servir-se da emoção como algo que vai apenas ser uma emoção.
É preciso que a
emoção permita acessar algo que está acima da emoção, se não, permanecemos em
um nível horizontal.
Ainda uma vez, eu
repito: essa noção de arte transcendental é algo que foi, talvez, aproximado em
certa época da humanidade, mas que jamais foi revelada totalmente, caso
contrário, a sorte da humanidade inteira teria sido mudada, o que não foi o
caso.
Certamente, houve o
século das Luzes.
Certamente, houve
autores, intérpretes, tipos musicais que favoreceram essa abertura à
espiritualidade e à autenticidade, entretanto, isso não foi até o final.
Houve, portanto,
uma abertura de porta com a boa chave, mas ninguém cruzou a porta, porque o
momento não tinha chegado.
E, hoje, os apoios
que foram levados a efeito nada têm a ver com essas artes musicais passadas,
mas devem recorrer à criatividade do artista, a fim de chegar não a transmitir
a emoção, mas, em todo caso, permitir, através da emoção vivida, transmiti-la
em um modo vibratório muito mais alto do que a emoção.
Isso, eu repito, é
bastante difícil de fazer, mas o período a isso se presta, totalmente.
***
Questão: poderia dar uma definição da emoção?
A emoção é o que põe em movimento.
Ora, eu lhe
assinalo que a Divindade não é um movimento, é um estado de alinhamento total
ao instante, de parada do tempo.
Quem diz movimento
diz deslocamento no tempo e no espaço.
Ora, D’us não está
no movimento, mesmo se ele sendo movimento.
Vocês, seres
humanos, devem encontrar D’us parando o tempo, parando a emoção.
São as técnicas de
meditações budistas, orientais também, se quiserem, nas quais se busca, nesse
espaço interior, parar o tempo.
Efetivamente,
inúmeros místicos disseram que, se se parasse o tempo, encontrar-se-ia D’us,
instantaneamente, assim como quando da morte todo ser humano reencontra a Luz.
Agora, é questão de
traduzir isso não em emoção, mas através de uma vibração que não é emoção.
A emoção faz crer
que se está na vida.
Há seres e, em
especial, os artistas, que creem que, quanto mais há emoções, mais eles estão
na vida e que, quanto mais essa emoção é boa, mais eles têm a impressão de se
abrir.
Efetivamente, mas,
a um dado momento, quando há maturidade, convém compreender e aceitar que a
finalidade não é a emoção, mas que ela é apenas uma chave de acesso à Divindade
do outro.
Uma vez que se
colocou a chave, é preciso abrir a porta, mas é preciso, também, passar ao
outro lado.
Então,
efetivamente, houve artes transcendentais que permitem ascender a essa dimensão.
São,
essencialmente, instrumentos de música sagrada que existiram e que existem,
hoje, sobre o planeta.
Mas, hoje, essa
música sagrada, feita com instrumentos primitivos, não tem mais tantos papéis.
Mas, efetivamente,
era considerado que o ritmo preciso da Terra ia provocar uma abertura de
chacras e, portanto, permitir ao ser encontrar a dimensão transcendental.
Há, efetivamente,
utilização de uma chave, abertura de uma porta e passagem ao outro lado.
A arte transcendental
poderia ser, em última análise, uma arte primitiva no sentido mais nobre e,
certamente, não da época do século das Luzes, e ainda menos o que se chama de
Arte Moderna.
Mas a arte
transcendental é algo que é desembaraçado da emoção, obviamente.
A maior parte dos
seres que vocês conservaram – sejam os grandes compositores, os grandes
pintores ou os grandes escultores – fez apenas traduzir uma dimensão Divina,
rebaixando-a a uma dimensão da estética e da beleza, mas, também, uma dimensão
da harmonia, através dos sons.
Mas, em caso algum,
eles foram capazes de conduzir seu público a uma dimensão de arte
transcendental.
Eles fizeram descer
essa Divindade que haviam recebido em uma composição musical, visual ou outra
em um modo de 3ª Dimensão.
Eles não tinham os meios
de arrastar os outros às Dimensões nas quais eles extraíam sua inspiração.
Hoje, isso está se
tornando possível.
Portanto, não posso
dar exemplo.
Eu posso,
simplesmente, dizer que grandes musicistas que vocês conheceram, obviamente,
eram extremamente inspirados.
Meu mestre Bença
Deunov tocava violino.
O violino foi,
certamente, o mais próximo, devido à sua sonoridade, da emoção Divina que
conduzia à Divindade.
A emoção do violino
é, efetivamente, a mais próxima do que conduz à Divindade.
Efetivamente,
quando o ser chega ao momento da morte e sobe, através das sete etapas, ao
momento dos quarenta dias, se ele se purificou, suficientemente, é capaz de
subir a uma Dimensão na qual ouve o Coro dos Anjos, ou seja, de milhares de violinos
que tocam juntos.
E é,
verdadeiramente, a sonoridade de violinos.
É a última fase,
que se chama a Música das Esferas, que é tocada pelos Hayoth Ha Kodesh.
Quando eu digo “tocada”,
não é tocada, é o que eles são.
Eles são essa
vibração do violino.
É por isso que
Bença Deunov tocava violino.
É extremamente
importante.
O violino é,
certamente, o instrumento mais próximo, através do som que é emitido, do som
espiritual.
Então, obviamente,
há outros sons.
Eu falei de
instrumentos primitivos que eram capazes de abrir as portas.
Poder-se-ia dizer,
em resumo, que, hoje, a arte transcendental seria aquela que associaria o Coro
dos Anjos, ou seja, a música angélica (o coro mais puro que correspondia ao que
se chamava, à época, os “cantores de ópera”), associada ao som do violino e
associada ao ritmo binário.
Por exemplo, um
instrumento de música no qual se sopra, como o didgeridoo [aborígene],
no qual há, efetivamente, algo que se aproxima do céu e da Terra.
Há o ritmo
sustentado da vibração da Terra.
Há a aspiração da
voz humana para a Divindade e há o som dos Hayoth Ha Kodesh.
Vocês estão,
perfeitamente, realinhados a esse eixo.
Qualquer um que
fosse capaz de associar esses três apoios vibratórios estaria na arte
transcendental.
Isso jamais foi
feito.
***
Questão: você nos ajuda muito, será que há algo que possamos fazer para
agradá-lo?
Vocês querem que eu
lhes faça uma lista?
Bem, continuem a
viver, tentem estar o máximo possível no instante.
Tentem ser o mais
autêntico consigo mesmos e, também, com os outros.
Tentem ser
humildes, na humildade, na simplicidade.
Isso é extremamente
importante.
Vocês devem
permanecer nessa fluidez.
Aí está o que se
pode dizer, esquematizando, nada mais.
Agora, se efetivamente
quiserem, trarei a vocês todas as minhas Bênção e, conforme se convencionou,
todo o meu Amor.
E vamos subir aos
nossos Planos de evoluções respectivos.
Eu os saúdo e eu
lhes transmito, também, toda essa Luz autêntica da Ordem de Melquisedeque.
Sejam abençoados e até breve, caros amigos.
************
Mensagem do
Venerável OMRAAM no site francês:
https://issuu.com/ultimasleituras/docs/248-om_aivanhov-2_mars_2006-article
02 de março de 2006
***
Versão do francês:
Célia G.
http://leiturasdaluz.blogspot.com.br
***
Transcrição e
edição: Zulma Peixinho
************
0 comentários:
Postar um comentário